quarta-feira, 22 de junho de 2011

REVIRANDO O BAÚ DE LEMBRANÇAS.


   

Revirando o baú de lembranças, achei  meu caderninho de 1987, lá de mil novecentos e bolinhassss como diz uma amiga, com algumas anotações e pretensos ensaios de poesia...Revendo nossas histórias e sentimentos  a gente vai se reencontrando...


Descoberta

No muro alto da casa
Vejo miséria
Fome, agonia.

No muro alto da casa
Ouço gritos, alardes
Alegrias

No muro alto da casa
Procuro  o vão que me conduzirá
A pequena grande porta

Onde sei que só a dor me levará,
Por um caminho novo
Onde só eu posso achar

No muro alto da casa
Somente hoje descobri

Que a chave para abrir não se encontra aqui, nem acolá,
Está em mim,
Só agora descobri

Papéis
  
Nos fatos sociais
Represente seus papéis
Não rasgues os jornais
Não mascares a cara
Saia da saia
Mostre-se !
Não se esconda no véu da mentira
Esqueça o ter
Você precisa ser
Não se afunde nos vícios
Que são maus indícios
Não se suje na lama
Levante da cama
Ouve a propaganda
Que a todos engana
Só prá gastar sua grana
De   lama, de fama,
Pensa no samba
Do povo que diz que é bamba
Sofrendo, ri, diante da bomba
Beba coca-cola
Dizem que cola
Faz mal, ninguém dá bola,
Chegou o flamengo
O povo gemendo,
Barriga vazia, repete MENGO
Serpentinas, confetes, é o carnaval
Corre, chegou o vendaval,
É onde o homem se vê como tal,
Na máscara se sente o tal,
Se esconde com medo sem igual
Quer mostrar seu ego, reprimido, sufocado,
Mas, se esvai no prelo,
Quer gastar mil réis,
Mas  se esquece de ser em seus papéis
Vive em sociedade
Já velho de idade
Se esquece da outra metade
Que tateia por socorro
Mas o homem sobe o morro
Cruza as mãos
 Lá se foi seu irmão
Caiu no roldão
Conhece sua comunidade
Quer ajudar....
Não há limite de idade
Basta acalentar a humanidade
Desempenhar seu papel
Com mais dignidade.


Filosofia

Sem filosofar
O ser esquece de dialogar
Sua proposição não tem construção lógica
Sua vida é monológica

Sem filosofar
O sujeito não faz profundas inferências
A partir da experiência
E se esquece da transcendência
Sem filosofar
Nos conteúdos da tese, antítese e síntese
Das possíveis modificações mentais
O seu dia dia parecerá banal

Sem filosofar
Na metafísica do ser
Você vira a se surpreender
Com a aparência de seu parco entender

Sem filosofar
Na epistemologia
Do suposto conhecimento
Verás que é necessário sempre produzir novos argumentos

Sem filosofar
Na vida que tu levas
Sem objetivo viverás
Sem perceber que só como sujeito transcenderá
  
 Senga

Navega sinhá moça
Lá vem o seu sengar
No alto do semáfaro
É hora de rufar

No rio a singeleira
Como sinecura
Joga a senga
É hora de voltar

Dizem que é semita
Tem medo de semicapo
Navega sinhá moça para Judéia
Na noite semidéia.

 By: Jane


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