quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

# Frase Viktor Frankl


"Pode-se tirar tudo de um homem exceto uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher a própria atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho."

                                     Viktor Frankl

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

# Como vai você hoje ?



   O homem moderno, após grandes invenções, e valiosas incursões nos conhecimentos tecnológicos, se vê muitas vezes, coberto de incertezas, sofrimentos e dúvidas quanto ao seu presente e o que o aguarda no futuro.
   Estamos no século XXI, e quanta atrocidade ainda vemos em nosso planeta . A nossa civilização avança no espaço cronológico e científico, mas no campo das emoções estamos parados num Pit Stop no Box do egoísmo e do orgulho, e temos dificuldades em dar a largada para o acesso à linha de chegada. O que culminaria na grande vitória sobre nós mesmos. A largada foi dada, mas a busca de atalhos, de jeitinhos, espertezas, hipocrisias, não valem, pois a estrada da evolução é a mesma para todos nós. Não há privilégios nos cenários divinos.
   Há uma distância muito grande entre o Homo Tecnologicus e o ser espiritual e transcendente que somos, este hiato só se encontrará quando entendermos a dinâmica do amor em nossas vidas, movimentando as energias que ficam na sombra para insurgirem no nosso self.
   Nesta velocidade de apoderar-se de novas conquistas, construímos castelos de ansiedades, nos tornando algozes de nós mesmos. Perdemos a capacidade de entender os nossos sentimentos, perdemos o sentido existencial de nossas vidas, tornamo-nos reféns desta sociedade robótica.
   A sociedade acostumou-nos a crer que as conquistas profundas são secundárias, desde que possuamos dinheiro, posição social e poder, elementos básicos para aquisição do prazer já que a felicidade é vendida como algo que se encontra ali na esquina, no shopping mais próximo.
  Tornamo-nos assim, desamparados da fé religiosa perdemos a referência do eu profundo, afastando-nos do psiquismo Divino. Nesta perspectiva o indivíduo torna-se um materialista-agnóstico.
   Enquanto isso, refugiamo-nos nos conflitos, fugindo da realidade, ficamos nos exibiocismos, na luxúria, na soberba, e como conseqüência matemática, vamos sempre nos encontar insatisfeitos e profundamente infelizes. Esta equação é inevitável.
    O que observamos no nosso contexto social é uma humanidade carente de amor e dignificação.
    Para nos vermos neste macro universo que habitamos, precisamos  olhar, perceber, e entender o nosso processo de auto realização, como uma alavanca para nos tirar das valas da depressão, das fendas do sofrimento, dos abismos da dor existencial. Toda conquista espiritual demanda uma ação direcionada para Lei do amor, nada em nossas vidas acontece sem a Lei do Mérito, da conquista que é solitária e individual dos bens imperecíveis de nosso espírito eterno. A Lei de Deus nos ampara com sua Misericórdia, mas a busca e a conquista é nossa, aquela que nem os ladrões roubam, e nem as traças corroem.
  A nossa auto realização decorre do despertar das potencialidades internas e profundas do eu para as questões que envolvem ética, moral e todas as situações que abarcam a sensibilização de nossos sentidos, como as artes.
 Um provérbio chinês conta que o pessimista sempre  reclama do vento, já o otimista espera que ele mude, e o realista ajusta as velas. Na verdade devemos ser um otimista-realista.A visão otimista e realista nos indica um caminho, uma meta, uma esperança, uma tentativa, um sonho, uma possibilidade criativa, ao passo que a visão pessimista nos leva a inércia e a atrofia dos nossos sentidos, enferruga nossa vontade, afastando-nos de nossa auto realização.
  Responder a pergunta – Como você está hoje? Vai depender do ponto de vista, da percepção que temos do mundo e das pessoas. Se hoje não estamos, vivendo bem é bom observarmos que tipo de pensamentos e sentimentos tem visitado a nossa casa mental. É sempre saudável fazermos uma faxina interior, retirando os miasmas do ódio, as teias de aranha da inveja, o lodo da mágua, a poeira do orgulho, que intoxicam nossos centros de forças espirituais, e assim fazendo, vamos deixando entrar as boas energias do amor, da amizade, do respeito à natureza, pois quem sabe assim poderemos ter momentos menos estressantes e mais produtivos e criativos. Quando nos fazemos mais limpos espiritualmente começamos a nos encontrar com o Outro na postura de horizontalidade, igualdade, e quebramos um pouco as barreiras do egoísmo. Faxinando as palavras mais constantes de nosso pensamento: eu, eu, meus problemas, minhas dores, meu isto meu aquilo, vamos encontrando sob ao tapete de nossos pensamentos muita sujeira acumulada, e quando descobrimos que estamos nos sabotando é hora de pegarmos a vassoura, nos transformarmos em ensaístas de Paulo de Tarso, quando ele diz que já não é ele que vive a sua própria vida, mas que o Cristo já habita seu ser em plenitude, e desta forma, vamos higienizando este patrimônio maravilhoso que o Pai nos concedeu, este atributo do nosso espírito eterno, que é o pensamento.
   No nosso cotidiano, sempre ouvimos esta pergunta: Como vai você hoje ? Normalmente respondemos: vou levando, tô empurrando com a barriga to indo, deixa a vida me levar, tô mais ou menos, nada bem, mas fazer o que né? Vou como Deus quer, tô devagar de devagarzinho, tô com muita preguiça, tô de ressaca...dificilmente ouvimos alguém falar, com firmeza e otimismo: Estou bem.
  Por mais variada que seja a resposta, o que importa é entendermos a emoção que vem por trás das palavras, pois elas vêm carregadas de sentimentos, emoções, vivências mal resolvidas e grande carga de problemas.
  O que acontece de diferente com aquele que diz “estou bem”, e aquele que diz” estou empurrando com a barriga”?
  Por certo são formas que utilizamos para expressar as nossas vivência,as nossas dificuldades e conflitos . Quando criamos a atmosfera psíquica, que estamos bem, as nossas expectativas diante da vida se abrem para as boas possibilidades que dependem muito de minhas ações e de minha postura mental. Não estamos mentindo para nós, quando dizemos que está tudo bem, estamos nesta hora entendendo a misericórdia de Deus que tudo provê, e que nos coloca nas situações necessárias para a nossa evolução, dando-nos oportunidades de vermos a vida sob o seu real aspecto de responsabilidade, pois não estamos aqui em recreio. E quando nos colocamos na situação de reclamadores, de empurrar com a barriga, como se não tivéssemos responsabilidade alguma com o pensar, nos tornamos pessoas sem fé, sem ânimo, pois nos colocamos a parte da misericórdia de Deus, nos auto excluímos do processo de faxinarmos os porões de nossa existência, como condição básica para termos acesso a paz interior, a felicidade, ou será que queremos encontrar a mensagem em nosso arquivo mental: Arquivo cheio de lixo mental tóxico,comprometendo suas engrenagens psicofísicas, 80% de bites utilizados de sua capacidade com miasmas deletérios, faça uma formatação em seus arquivos e delete o que não for saudável para o seu espírito eterno.
  Bom se tivéssemos um dispositivo assim, mais específico, mas sabemos que a nossa consciência é o chip mais justo e preciso que temos, e sem risco de perder a memória, pois está tudo gravado no fluido cósmico universal.
  Esta atitude de entendimento que precisamos cultivar o bem pensar, a vibração que mentaliza um bom dia, não exclui o entendimento que temos daqueles dias que são difíceis, dolorodos, tristes, que compartilhado com um amigo, ou acompanhado da leitura de uma página edificante ou de uma prece, vai fazer toda a diferença para o nosso bem estar . O que mencionamos, são aquelas pessoas que sempre se colocam diante da vida como vítimas, só reclamando e onde chegam provocam aquele fenômeno que bem conhecemos:"espalha bolinho", todo mundo sai de perto, pois já sabe que vai ter um rosário de reclamações.
  Nesta busca da paz interior, de uma boa qualidade de vida, vamos observando que quando temos o equilíbrio de nossas emoções, nos sentimos mais fortes espiritualmente, o nosso olhar para o mundo é mais sereno, é como se passasse em câmera lenta cada situação. O ar que respiramos faz todo o percurso em nosso corpo, e nós o sentimos, a flor que está no jardim balança com o vento e observamos seus vários ângulos sob o frescor do vento, tudo flui, calmamente, lentamente, conquistamos assim, o silêncio interior.
 Quando nosssas emoções e sentimentos se fragilizam, nós adoecemos fisicamente e espiritualmente, pois a energia vital se esvai, pois há muito ruído, turbulência em nossos pensamentos.
  Geralmente a nossa energia vital se fragiliza em função de nosso desequilíbrio emocional, os sentimentos negativos de raiva, intolerância, medo, entre tantos outros, nos devastam o pensar e nos embotamos, fechados em nosso pequeno egoístico quadrado existencial.
  Na verdade, somos aqueles que cobram compreensão, sem nem mesmo nos preocuparmos em compreender os outros, cobramos o amor incondicional dos que estão perto de nós, sem mesmo ensaiarmos os primeiros passos do auto amor, cobramos o perdão do outro, antes mesmo de cogitarmos na possibilidade de nós o perdoarmos.Nesta condição de cobradores reforçamos a nossa inércia, e nos afastamos de nossa libertação rumo ao desapego, rumo ao perdão.
  O perdão, nos dá a senha para chegarmos em outra fase  de nossa vida, ele abre os portais para navegarmos nas diversas possibilidades, para termos aquela sensação de que  estamos enfrentando os embates da vida com coragem e sabedoria, não desistimos de nós mesmos. O perdão é um bálsamo para as nossas dores e ressentimentos mais profundos. Aquele que sabe perdoar, está em uma fase próxima para conquistar sensações e emoções nunca antes vividas, pois o prêmio desta conquista é o entendendimento pleno do amor, é o  nosso encontro  com a  extensão da criação.
  Alcançar este estágio, não é fácil, mas talvez o primeiro passo, seja aceitarmos nossas próprias limitações, imperfeições, amando-nos, apesar de, não nos abandonando às nossas fragilidades, porque somente nós mesmos podemos nos resgatar. É na Lei de evolução, que vamos aprendendo a magnitude de Deus, sua sabedoria, e nos colocamos como aprendizes, servos, trabalhadores, desta proposta de sermos colaboradores desta grande seara de amor que nos convida nosso irmão Maior.
  A cada dia podemos fazer uma escolha: ou continuamos na mesmice de nossas vidas, ignorando nosso papel no processo de nossa auto realização ou mudamos o roteiro da história singular de nossa vida.
  A grande bênção que temos, através do livre arbítrio é que podemos participar de nossa autocriação, somos os autores de nossa própria história.
  Como vai você hoje?

             Escrito por Jane Givanoite

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sábado, 11 de fevereiro de 2012

# O BEM PENSAR


     Matheus, o discípulo de Jesus, nos convida a pensar na seguinte frase: O coração do homem determina as suas palavras.
    Pensar etmologicamente é sopesar por na balança para avaliar o peso de alguma coisa ponderar. O pensamento é instrumento sutil da vontade do espírito que exterioriza a matéria mental para atuar nas formações da matéria física, obtendo por este caminho as satisfações que deseja.
     Nós, muita das vezes justificamos em nossa mente o que decidimos no coração, travando a eterna batalha entre o racional e o emocional.
    Mas como ter certeza que fizemos a escolha certa? Esta dúvida sempre nos acompanha. A partir do que sentimos, pensamos e acreditamos, fazemos nossas escolhas e só depois é que muita das vezes vamos racionalizar justificando - nos.
    A nossa mente plasma criações que evocam de sua vontade. O corpo mental é de fato o envoltório sutil da mente.
    A matéria mental surge de nosso desejo, vontade, opinião e emoção se exterioriza do espírito e se dissemina através de caminhos contínuos de partículas e ondas como qualquer outra propagação de energia no universo.
     Nesta configuração a criação de nossa matéria mental tem origem no estímulo ideatório do espírito, que é a nascente de energia vital.
    André Luiz nos diz que a mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhes diga respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes ou infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino.
    Paulo aos Filipenses cap. 4 vers. 8 e 9 nos afirma que tudo que é verdadeiro, tudo que é honesto, tudo que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso PENSAI.
    O convite de Paulo nos leva a direcionarmos o fluxo energético de nosso pensamento para as virtudes que estão ao nosso redor, convidando-nos a encontrar a humildade no nosso pensar e agir, entendendo que a inteligência é seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, assinalando que toda matéria é energia tornada visível e que esta tem sua origem na fonte divina. Quando pensamos materializamos nosso pensamento.
     O grande obstáculo para termos um bem pensar é falta de crédito que damos para nós mesmos, é a falta da crença que trazemos em nós de um Deus interior que precisa juntar-se a grande força divina para entoar a sintonia do amor.
   Conta-se que por mais de 30 anos um mendigo ficou sentado no mesmo lugar debaixo de uma marquise, até que um dia uma conversa com um estranho mudou sua vida. Ele pediu ao estranho -tem um trocadinho aí pra mim moço? Não, disse o estranho. O que você tem neste baú debaixo de você? Nada, disse o mendigo isto aqui é uma caixa velha, já nem sei há quanto tempo sento em cima dela. O estranho pergunta - nunca olhou o que tem dentro? Não respondeu. Dá uma olhada dentro disse o estranho. O mendigo resolveu abrir a caixa, mal consegui acreditar que dentro estava cheio de ouro.
    Na verdade a nossa iluminação acontece um pouco como esta história, demoramos a abrir o baú de talentos que trazemos dentro de nós. Encontrar a nossa verdadeira natureza por trás do nome e da forma desenvolve a nossa percepção e sentidos para termos a nossa consciência serena, sem os ruídos mentais incessantes que nos impede de encontrar a área de serenidade interior, que é inseparável do Ser. Superar o turbilhão de pensamentos, em busca da iluminação nos aproxima do estado de plenitude.
   Jesus escolheu para compartilhar com Ele a Boa Nova, aqueles que entendiam do coração, seu critério não foi por inteligência ou educação, Ele sabia que o Reino de Deus seria difundido pelo impacto que as pessoas sentiriam em seus corações. O cultivo dos bons pensamentos propiciou a aproximação de Jesus de seus discípulos, e por certo esta atitude nos ajudará muito para termos a tão esperada e constante presença dos bons pensamentos.

Escrito por Jane Givanoite







quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

# Brisa


Uma voz que ecoa solta no ar
trás um aroma de renovação,
mesmo sem saber, está presente,
mesmo sem querer é presença,
mesmo que não queira participar, está lá.
Que fazer para escapar desta brisa ?
Corro na relva de meus pensamentos, mas o trigal me impede de ir adiante,
não posso sair de meus limites,
Tenho que esperar a colheita, para que os espaços apareçam.
Esperar....
Quanto tempo esperar para sentir a brisa fresca do amor, da meditação, da paz?
Paciência, talvez seja você minha companheira, que falseia esta brisa com um sopro esporádico de amor, que  refresca   ninha alma, tenho me contentado com tão pouco.
O pouco que hoje quantifico já é muito, o superflúo já passou. O raio do sol, o cheiro da chuva no solo fértil , é muito, o sorriso de meu filho é tudo, sorriso de meus companheiros de jornada é prêmio que guardo na memória   do balancete do meu dia.
De tão pouco precisamos,
Apenas uma brisa suave no rosto, nos acenando que está presente, tocando na nossa alma.
 Jane Givanoite

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

# Abuso de álcool no carnaval


 Em situações de comemoração, feriados, e principalmente no carnaval as pessoas abusam do álcool. Vale lembrar que este abuso pode resultar  uma dependência química.
 Portanto, vamos valorizar a saúde e dependência alguma vale a nossa vida. Fomos feitos para a liberdade com responsabilidade.


  O uso de substâncias que modificam o estado psicológico tem ocorrido em todas as culturas conhecidas desde a Antigüidade mais remota. 
   O alcoolismo é uma doença que afeta a saúde física, o bem estar emocional e o comportamento do indivíduo. Segundo estatísticas americanas, atinge 14% de sua população e no Brasil estima-se que entre 10 a 20% da população sofra deste mal. O álcool é classificado como um depressor do sistema nervoso central.    
EFEITOS FÍSICOS  
Os efeitos físicos ocasionados pelo álcool são muito amplos no ser humano. Diminuição dos reflexos e sedação são comuns. O uso a longo prazo aumenta o risco de doenças como o câncer na língua, boca, esôfago, laringe, fígado e vesícula biliar. Pode ocasionar hepatite, cirrose, gastrite e úlcera. Quando usado em grande quantidade pode ocasionar danos cerebrais irreversíveis. Pode levar à desnutrição. Pode causar problemas cardíacos e de pressão arterial. É uma causa conhecida de malformação congênita quando usado durante a gestação.

EFEITOS EMOCIONAIS  
Os efeitos emocionais e comportamentais são muito frequentes e variáveis conforme a tolerância do indivíduo e a dose ingerida. Perda da inibição, sendo que pessoa intoxicada com álcool pode fazer coisas que normalmente não faria, como, por exemplo, dirigir um carro em alta velocidade. Alteração do humor, ocasionando raiva, comportamento violento, depressão e até mesmo suicídio. Pode resultar em perda de memória. Prejuízo na vida familiar do alcoolista, ocasionando desentendimento entre o casal, e problemas emocionais a longo prazo nas crianças. Diminuição da produtividade no trabalho.C

COMO A PESSOA DESENVOLVE ALCOOLISMO  
Um indivíduo pode tornar-se alcoolista devido a um conjunto de fatores, incluindo predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e culturais. Sabe-se que homens e mulheres têm 4 vezes mais probabilidade de ter problemas com álcool se seus pais foram alcoolistas.

EFEITOS DO ÁLCOOL  
Geralmente está associado a outras condições psiquiátricas como transtornos de personalidade, depressão, transtorno afetivo bipolar (ou psicose maníaco depressiva), transtornos de ansiedade e suicídio.

INTOXICAÇÃO POR ÁLCOOL  
Os sintomas dependem da concentração de álcool no sangue. No início do quadro a pessoa pode tornar-se séria e retraída, ou falante e alegre. Podem ocorrer crises de riso ou choro. Em geral ocorre sonolência. Gradativamente o indivíduo começa a perder a coordenação motora, apresentando dificuldade para falar e caminhar. Os reflexos tornam-se mais lentos. Intoxicações graves com concentrações maiores de álcool no sangue podem levar ao coma, depressão respiratória e morte.

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA AO ÁLCOOL  
Ocorre em pacientes que fazem uso de álcool em grande quantidade e por tempo prolongado, e que param de consumir a bebida. Os primeiros sintomas de abstinência iniciam 12 horas após parar de beber. Os sintomas mais comum são os tremores, acompanhados de irritabilidade, náuseas, vômitos, ansiedade, sudorese, pupilas dilatadas e taquicardia. Pode evoluir para uma condição clínica mais grave chamada Delirium por abstinência de álcool (Delirium Tremens)  

DELIRIUM TREMENS  
É uma emergência médica e, quando não tratado adequadamente, pode levar o paciente a convulsões e morte em até 20% dos casos. Inicia geralmente na semana em que o paciente para de beber. O paciente apresenta taquicardia, sudorese, febre, ansiedade, insônia. Pode apresentar alucinações, como, por exemplo, enxergar insetos ou outros pequenos bichos na parede. O nível de consciência do paciente "flutua" desde um estado de hiperatividade até um de letargia.  

COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO  
O diagnóstico é feito através de uma anamnese (entrevista) com o paciente e sua família e exame físico. Os exames de laboratório não servem para diagnosticar alcoolismo, porém podem dar "pistas" se o paciente faz uso crônico de álcool, e conseguem dar uma idéia aproximada do grau de lesão de alguns órgãos ocasionado pelos efeitos tóxicos do álcool, como por exemplo no fígado.

COMO SE TRATA  
Em primeiro lugar é preciso esclarecer que não existe um tratamento ideal para o alcoolismo. Por isso, os casos devem ser considerados individualmente, e a partir de um bom exame clínico, deve-se indicar o tratamento mais apropriado para cada paciente de acordo com o grau de dependência e do ponto de desenvolvimento da doença em que se encontra a pessoa. É preciso lembrar que as recaídas são comuns nos pacientes alcoolistas. Na grande maioria dos casos, o próprio paciente não consegue perceber o quanto está envolvido com a bebida, tendendo a negar o uso ou mesmo a sua dependência dela. Nestes casos, pode-se começar o tratamento ajudando o paciente a reconhecer seu problema e a necessidade de tratar-se e de tentar abster-se do álcool. A indicação de internação, pelo menos como fase inicial de desintoxicação, costuma ser a regra.  
Em ambulatório, os tratamentos disponíveis são a psicoterapia cognitivo comportamental e a psicoterapia de orientação analítica, realizadas individualmente ou em grupo.  
Os grupos de auto-ajuda, como os Alcoólicos Anônimos, têm-se mostrado uma das alternativas mais eficazes no tratamento do paciente alcoolista e no acompanhamento de sua família, o que costuma ser indispensável para o bom andamento do tratamento. Algumas medicações podem ser utilizadas para causar uma reação física violenta se a pessoa ingere álcool ou ainda bloquear a vontade e o prazer de beber.  


domingo, 5 de fevereiro de 2012

# FRASE DE JUNG


                                                                                                                  Pablo Picasso-Mulher ao espelho

  "Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, acorda".

Carl Jung
(1876-1961)
File:Carl Jung signature.svg

sábado, 4 de fevereiro de 2012

# Histórico do Serviço Social Clínico- parte I


Histórico do Serviço Social Clínico- parte I
 

   Segundo Frank Bruno, é difícil estabelecer quanto o termo “casework” começou a ficar em voga, mas  ele nos diz que este termo apareceu em 1897.
  O Serviço Social Clínico americano  teve seu início marcado no ano de 1919, em uma  conferência nacional, no qual Mary Jarret leu o seu trabalho intitulado “The Psychiatric Thread Running Through all Social Casework”. Os Assistentes Sociais presentes nesta conferência chegaram a conclusão que de fato, a maioria de seus clientes apresentavam problemas de ordem psiquiátrica, 50% dos casos descritos por Jarret apresentavam estas características no seu diagnóstico social. A cerca desta questão levantada, começou a surgir o movimento de orientação sobre saúde mental, que deu ao Assistente Social um novo sentido no tocante a seu campo de estudo. As questões abordadas no campo psiquiátrico, passaram a ter para o Serviço Social uma importância bastante significativa.
   Em  1918, o Smith College abriu uma escola de treinamento para Assistente Social no campo psiquiátrico. O corpo docente era formado por MarY Jarret do “ The  Boston Psychopatic  Hospital” , Jessie Taft de New York,  Anna King do “ The Boston Red Cross”, tendo a participação de Adoph Meyer e Willian Healy, em algumas conferências neste mesmo ano.
  Nesta época,o The New York School, organizou um departamento de saúde mental (Mental Hygiene) para atender a esta demanda. Marion Kenworthy fez parte do corpo docente em 1921 e em 1922 surge dois novos cursos: Humam Behavior and it’s disorders e Psychology of individual differences.
   Com apenas um ano de existência, um número muito grande  de Assistentes Sociais procuravam estes cursos. Em 1923, neste Departamento foram iniciados cursos de : psicopatologia, comportamento humano, clínica psiquiátrica, saúde mental e psicologia criminal. Neste momento as duas correntes psicológicas mais estudadas eram o Behaviorismo com Watson e a psicanálise com Sigmund Freud.
   A divulgação destas idéias foram aos poucos aparecendo nas conferências e livros. Em 1930, foi publicado “The Family”, no vol I , Jessie Taft escreveu um artigo que falava da nova psicologia(psicanálise). O tema era “Problems of Social casework with children”. Em outubro Taft escreveu outro artigo “ The Social Workers opportunity”  a oportunidade a qual ela se refere é a do tratamento das pessoas através do insight , através da abordagem psicanalítica.
  Em 1924, Helen Myrick escreveu “The Mental Hygiene Movement in Social Casework” disse que praticamente todos os Assistentes Sociais da United Charities (Chicago) tinham feito cursos de psiquiatria ou psicologia. Em 1926, Dr. Marion Kenworthy, publicou um  artigo que teve muita influência na época, o tema abordado foi “ Psychoanalytic Concepts in Mental Hygiene”, o que se destaca neste momento é que pela primeira vez foram discutidas as teorias de Freud no mais importante jornal de caso social da época, fato este que veio a aproximar do serviço social novos clientes que surgiram da classe média, cujos problemas necessariamente não tinham que estar ligados ao problema da pobreza, que sempre havia sido o enfoque da profissão .O cliente tornava-se primariamente a fonte de todos os dados. Nesta fase, o Serviço Social fica  com um enfoque da psicanálise , vendo o tratamento  com uma ênfase maior nos fatores psicológicos do que estritamente os fatores sócios econômicos.
  A psicologia freudiana trouxe com ela dois princípios para o casework, que são: o comportamento é determinado e alguns destes comportamentos são inconscientes e irreconhecíveis para o próprio cliente.
  Com estas novas idéias, as Assistentes Sociais observaram que só a situação externa da vida do cliente não era suficiente para responder os problemas que eram apresentados por eles. Com este novo enfoque psicológico ficou evidenciado que a chave do tratamento se encontrava nas questões mais profundas trazidas pelos clientes, nas questões que passavam pela sua consciência e as questões que rondavam o seu mundo inconsciente, através dos conflitos infantis e sexuais. É nesta época que os Assistentes Sociais também se submetem a fazer a sua própria análise.
   O Serviço Social estava em uma fase que os americanos chamavam de “ Age of Passivity”. Era uma época de grandes contradições internas que o Serviço Social passava no que diz respeito a sua especificidade. Acerca deste momento, Hamilton, Reynolds, Taft, Marcus, Robinson e Lein, percebendo a situação de mudança optaram por uma nova perspectiva causada pelo impacto das teorias freudianas.
Em 1932, foram editados livros de Serviço Social que tratavam da psicanálise e estava sendo estudado as técnicas de aplicação dos métodos freudianos na teoria do Serviço Social de Casos.
   O número de clientes aumentou nas agências, e um novo tipo de  realidade econômica estava se manifestando, devido a grande depressão econômica ( 1929), a  pobreza tinha ultrapassado as possibilidades de intervenção do assistente Social. Neste momento o Assistente Social olhava mais atentamente para as necessidades econômicas  da realidade do cliente. Segundo Florence Hollis, isto retrarou a necessidade destes profissionais se alertarem quanto a clarificação e o limite de sua prática.
    Em 1935, surge “ The Social Security Act”, que trouxe rapidamente a expansão das agências públicas. Os Assistentes Sociais estavam bem cautelosos quanto a este tipo de participação do governo nos serviços sociais e viram esta alternativa como um fato inevitável.
   Os Assistentes Sociais começaram a seguir o espírito do “ New deal”, e logo foi ocorrendo  a corrida dos Assistentes Sociais para as agências públicas. Paralelamente, muitas clínicas de orientação infantil que tiveram um grande crescimento devido ao movimento “The Mental Hygiene”, foram obrigadas a fecharem as portas, e os Assistentes Sociais psiquiátricos não tiveram muito espaço nas agências de família para assumirem a posição de liderança que vinham exercendo.
   Neste momento duas forças opostas estavam ocorrendo, primeiro os Assistentes Sociais de família ( Family Workers) estavam se transferindo para as agências públicas , e segundo, surgiram os novos “family workers”, que começaram com a clínica de orientação infantil  utilizando a psicologia freudiana. Neste momento há uma bifurcação entre dois modelos, um que queria fazer parte da nova ordem intelectual e outro que estava a favor da classe conservadora.
   Neste período de crise nos Estados Unidos, os Assistentes Sociais, junto as agências públicas atenderam a um número significativo  de clientes, o que possibilitou o desenvolvimento de seu trabalho e o reconhecimento de seus serviços pela sociedade.
    Em 1936, Anna Freud, publicou o “Ego e seus mecanismos de defesa”, e mais uma vez o mundo do ego se abre para o Serviço Social de Casos. Nesta fase , não era visto  só  as questões do Id e de seus conflitos infantis, mas a adaptação do cliente ao seu grupo social. O Ego, em parte significa a consciência e a realidade, e realidade de uma certa forma significa a ordem social e econômica. A força do Ego, mecanismo de defesa, adaptação, resistência, transferência, contratransferência... eram as palavras do momento para o Serviço Social.

Texto de Jane Givanoite

Continua o texto com  conclusão e bibliografia ao final.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

# Martha Medeiros- Para os meus amigos.

 


Para meus amigos que estão...SOLTEIROS
O amor é como uma borboleta. Por mais que tente pegá-la, ela fugirá.
Mas quando menos esperar, ela está ali do seu lado.
O amor pode te fazer feliz, mas às vezes também pode te ferir.
Mas o amor será especial apenas quando você tiver o objetivo de se dar somente a um alguém que seja realmente valioso. Por isso, aproveite o tempo livre para escolher .

Para meus amigos...NÃO SOLTEIROS
Amor não é se envolver com a "pessoa perfeita", aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.

Para meus amigos que gostam de...PAQUERAR
Nunca diga "te amo" se não te interessa.
Nunca fale sobre sentimentos se estes não existem.
Nunca toque numa vida, se não pretende romper um coração.
Nunca olhe nos olhos de alguém, se não quiser vê-lo derramar em lágrimas por causa de ti.

A COISA MAIS CRUEL QUE ALGUÉM PODE FAZER É PERMITIR QUE ALGUÉM SE APAIXONE POR VOCÊ, QUANDO VOCÊ NÃO PRETENDE FAZER O MESMO.

Para meus amigos...CASADOS.
O amor não te faz dizer "a culpa é", mas te faz dizer "me perdoe".
Compreender o outro, tentar sentir a diferença, se colocar no seu lugar.
Diz o ditado que um casal feliz é aquele feito de dois bons perdoadores.
A verdadeira medida de compatibilidade não são os anos que passaram juntos;
mas sim o quanto nesses anos vocês foram bons um para o outro.

Para meus amigos que têm um CORAÇÃO PARTIDO
Um coração assim dura o tempo que você deseje que ele dure, e ele lastimará o tempo que você permitir.
Um coração partido sente saudades, imagina como seria bom, mas não permita que ele chore para sempre.
Permita-se rir e conhecer outros corações.
Aprenda a viver, aprenda a amar as pessoas com solidariedade, aprenda a fazer coisas boas, aprenda a ajudar os outros, aprenda a viver sua própria vida.

A DOR DE UM CORAÇÃO PARTIDO É INEVITÁVEL, MAS O SOFRIMENTO É OPCIONAL!
E LEMBRE-SE: É MELHOR VER ALGUÉM QUE VOCÊ AMA FELIZ COM OUTRA PESSOA, DO QUE VÊ-LA INFELIZ AO SEU LADO.

Para meus amigos que são...INOCENTES.
Ela(e) se apaixonou por ti, e você não teve culpa, é verdade.
Mas pense que poderia ter acontecido com você. Seja sincero, mas não seja duro; não alimente esperanças, mas não seja crítico; você não precisa ser namorado(a), mas pode descobrir que ela(e) é uma ótima pessoa e pode vir a se tornar uma(um) grande amiga(o).

Para meus amigos que tem MEDO DE TERMINAR.
As vezes é duro terminar com alguém, e isso dói em você.
Mas dói muito mais quando alguém rompe contigo, não é verdade?
Mas o amor também dói muito quando ele não sabe o que você sente.
Não engane tal pessoa, não seja grosso(a) e rude esperando que ela(e) adivinhe o que você quer.
Não a (o) force terminar contigo, pois a melhor forma de ser respeitado é respeitando.

Pra terminar ...

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata....
Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como o "bonzinho" não é bom . .
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas ai já é tarde demais...

Enfim... 

Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem que ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutar para realizar todas as nossas loucuras... 

Quem não compreende um olhar  tão pouco compreenderá uma longa explicação.

 
Martha Medeiros



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

# Serviço Social Clínico-Considerações teóricas.




2.1- Alguns aspectos do Serviço Social Clínico e do Casework.

  Clarificando as terminologias, quando nos referimos ao Serviço Social Clínico, estamos fazendo uma ligação com o que os ingleses e os norte- americanos chamam de “ casework”, ou mesmo de Serviço Social de Casos, que por sua vez se relaciona como “Caso Social”.
  Segundo Vera Regina Gonçalves, ..” um dos aspectos mais característicos do modelo clínico é o emprego dos termos “ desordenados e disfuncional”. Os componentes desordenados de qualquer natureza são considerados como afastamento da norma.         Nas décadas de 40 e 50, a tendência em diagnosticar e tratar, de acordo com as normas ideais em voga da psicologia çlínica e tipos clínicos de procedimento.”
 Isto deixa claro, que o Serviço Social Clínico é uma prática especializada, em que os profissionais que nela trabalham se utilizam de conhecimentos de psicopatologia e de técnicas psicoterapêuticas.
  Segundo Florence Hollis o Serviço Social Clínico tem como objetivo, modificar impulsos e necessidades oriundas da infância , que se tornam parcialmente inconscientes, que provocam no indivíduo conflitos intrapsíquicos e que interferem no funcionamento adaptativo do ego e do superego.
  A influência marcante deste modelo refere-se a teoria  do ego com base psicanalítica. As causas externas já não eram o foco central do cliente para o A.S., mas outros elementos começaram a fazer parte da compreensão do A.S. intervindo em sua prática. As causas inerentes do cliente, ou seja, as frustações, seus desejos, repressões, ansiedades, eram objeto de atenção do A.S.
   O Serviço Social Clínico surge no Brasil entre as décadas de 50 e 60, como instrumento de ruptura com o assistencialismo que acontecia na práxis do A.S.
  Porém na década de 70, a prática clínica começou a ser questionada e criticada pelos teóricos da reconceituação, que propunham uma teoria e metodologia, de Serviço social própria para a realidade da América Latina, o grupo da reconceituação não aceitava ou não aceita, a contribuição do saber psicanalítico na prática do Serviço Social.  O Serviço social Clínico era visto, por esta linha de pensamento, como um processo de reabilitação terapêutica, cujo objetivo principal era melhorar o funcionamento social, ajudando as pessoas a solucionarem seus problemas disfuncionais de conduta.
  Em alguns momentos quando usamos este termo, surgem dúvidas quanto ao emprego correto do termo, por este motivo optamos por verificar como Florence Hollis analisa esta questão.
  Em determinado momento, Hollis chama o Serviço Social de Casos (casework) de Serviço Social com indivíduos. A princípio nos parece um processo somente ligado ao cliente, e independente dos vínculos familiares e sociais que  estão expressos em sua personalidade. Mas, se entendermos que a visão psicossocial de   Hollis está ligada a visão sistêmica, entenderemos então que não podemos desvincular este cliente do seu meio e das influências que exerce sobre ele. No ano de 1960 Helen Harris Perlman , publicou pela University Chicago Press, o livro Social Casework, que em espanhol teve o título de El Trabajo Social Individualizado(1965). Segundo o estudo de Nilza Simão a mudança de título “social casework” para “trabajo social individualizado” reflete o conteúdo do processo em seu aspecto qualitativo e quantitativo. Ainda no mesmo livro, a autora altera o termo “casework” por especialista em “casework”, assinalando que as operações realizadas no “casework” são essencialmente as de solução de problemas.   Procurou identificar, na prática, os elementos e os meios usados pelo Assistente Social, estabelecendo os métodos e suas modalidades de serviço, oferecendo uma  dimensão nova no processo de Serviço Social de Casos.
   Entendemos que o Serviço Social é um “fato humano”, onde os fatores externos e internos sempre estão em movimento, influenciando a vivência do indivíduo em sua totalidade. De fato, o Serviço Social de Casos acontece entre pessoas,o tratamento do indivíduo geralmente abrange mais de uma pessoa, em particular a sua família, mas o responsável em todos os momentos, na solução de seus problemas é o próprio cliente.
  Os termos Serviço Social Clínico e casework, podem ser conceituados como métodos de tratamento que focalizam as áreas de desajustes do indivíduo, representadas por determinadas sintomatologias que são interpretadas através das teorias freudianas.
   O Serviço Social divide com as outras áreas do conhecimento o seu saber profissional, o que só vem nos ajudar a desenvolver um trabalho científico, que visa o aperfeiçoamento de nossa prática profissional. É desta forma, que o Assistente Social deveria se   utilizar da teoria freudiana para a intervenção nos processos terapêuticos.   Podemos , assim, dizer que esta é a característica principal do casework, ou seja, a utilização dos processos terapêuticos no tratamento do cliente.
   Por outro lado, existem vários conflitos , inseguranças, e dúvidas quanto a capacitação do Assistente  Social de fazer uso destas teorias. Apesar de reconhecermos a importância da teoria freudiana, devemos nos lembrar que o Serviço Social contribuiu muito para com a psicanálise, com sua visão e compreensão do papel da estrutura da família, as situações de realidade social do cliente, ou seja, os seus problemas imediatos, concretos, as questões de poder, opressão e classe social. Em realidade o que acontece é uma troca, uma interdisciplinariedade que só vem a acrescentar as duas práticas profissionais.
  Ressaltamos, que o Serviço Social de casos, na sua origem teve a base científica da sociologia com estudos feitos por Mary Richmond. Nesta visão, não é possível separar o cliente do seu ambiente, e este meio com certeza influenciará na personalidade do indivíduo.
   Com a divulgação das idéias de Mary Richmond e com o advento da divulgação das teorias freudianas, na década de 30, o Serviço Social toma emprestado estas teorias e as utiliza em sua formação e em suas especializações. O Serviço Social Clínico, surge como uma especialização do Serviço Social de casos. Especialização esta que está voltada também para a psicoterapia.
   Em 1933, o Serviço Social obteve a contribuição de Jessie Taft que veio trazer para o Serviço Social a dimensão terapêutica em seu estudo entitulado “Relationship Therapy” com a influência direta de Otto Rank. Mais tarde , em 1951, na 2ª edição do livro de Gordon Hamilton “ Teoria e Prática do serviço Social “, a autora define casework como uma psicoterapia apoiada no conceito de fato psicossocial distinta da psicanálise, embora utilizando os princípios psicanalíticos.
   Nesta ordem de idéias, os psicólogos focalizam a transferência como uma questão primeira do tratamento, já o casework vê esta questão como acidental no tratamento, mas entendendo que este momento é inevitável e deve ser encarado de forma construtiva para ambos. Os psicólogos estudam a questão dos sonhos e do inconsciente com profundidade; já os Assistentes Sociais não trabalham com profundidade  com estes elementos no tratamento. O que pode ocorrer com o Assistente Social bem orientado, é utilizar do material do sonho, quando é levantado pelo cliente e nos seus limites metodológicos, entendendo que este material é composto por três partes: 1- a realidade vivenciada pelo cliente: 2- os conflitos que são manifestados através de determinados sonhos de forma simbólica ou explícita;3- a transferência, com a manifestação do afeto do cliente para com o A.S., quando este é o centro dos sonhos.
   Devemos admitir que esta questão pode ser polêmica para os Assistentes Sociais , mas na opinião de Hollis o casework, certamente precisa conhecer um pouco as questões do inconsciente. É amplamente reconhecido que os caminhos que nos levam a vida mental e comportamental do indivíduo, passam pelas questões do inconsciente. Para a autora, tal conhecimento é essencial para compreendermos o diagnóstico e o tratamento dos problemas interpessoais e de ajustamento do cliente, as questões do inconsciente e do consciente são sempre envolvidos em tais problemas.
   Com Hollis , podemos concluir que  é importante conhecermos o valor da teoria dos mecanismos inconscientes do cliente e entendermos que estes elementos se refletem na transferência e no relacionamento terapêutico, sem contudo o Assistente Social estimular e aprofundar o material inconsciente do cliente.
  O que observamos hoje, é a grande demanda por assistentes sociais na área de saúde, mas com a determinação do Conselho Profissional, quanto a restrição de práticas terapêuticas, a partir do Parecer Jurídico de 2008, muitos profissionais não se especializam nas diversas linhas psicoterápicas, o que minimiza a  possibilidade de ação profissional do A.S. que deveria atuar nesta perspectiva somente com especialização, pós graduação, tal como ocorre em outros países, que não enfocam somente os aspectos políticos, sociológicos e antropológicos do Serviço Social, mas que entendem que o aspecto psicoterapêutico é também de fundamental importância para o entendimento do cliente.

                      Jane 

Continua: 2.2- Histórico do Serviço Social Clínico.