terça-feira, 22 de dezembro de 2015

#Remendar -Colcha de retalhos - POESIA

Colcha de Retalhos

Colcha de Retalhos assim chamamos,
A vida é um conjuntos de retalhos
Cada um conta sua historia 
Quantos emendas costuramos ao meio do caminho
Quantas vezes temos que desfazer aquela costura
Quantos retalhos falta para finalizar aquela emenda
Que toca a alma difícil imaginar se não começamos
tudo de novo, cada um costurando ao meio do caminho
como uma colcha de retalhos, uns capricha outros emenda 
Quantos tecidos precisamos terminar nossa colcha?
Quanta cor usará?
As cores escuras o preto é fidelidades um compromisso
As cores alegres sua alegria 
As cores neutra seu silencio 
O vermelho sua paixão!
O branco sua liberdade 
Cada quadrado um ano...
Quantos quadrados precisamos usar? 
Essa ilusão que preenche nosso ser!
Costuramos fio a afio linha a linha cada mudança de nosso ser
muda as cores são tantas obrigações ligadas no pedaço de pano
cada tecido costurados é uma missão de vivências numa colcha 
de retalhos.


De: Ana S. Manso

domingo, 20 de dezembro de 2015

#Mistério dos Pássaros

Restos, cacos
Ninguém escuta, o olhar perdido
Homens que passam
Dores que se encontram
Estrelas dizem que iluminam
Homens  dizem que querem paz
Vivem a guerra
Ah! Inocente coração !

Amor que sangra
Sangue que não seca
Ninguém, oculta mais as lágrimas
O grito de dor é confesso
A alegria se esconde no canto dos lábios,
Seguir a diante é a meta
Mas como se atrás sorrisos congelaram ?
Caminhos  indicam notas musicais a seguir, que se ordenam em sinfonias que nos garantem a paz.
Qual a melhor música,?
Despertar a consciência para expandir do barulho de uma  nota só de arrogância,   ao silêncio interior.

Quero as quatro estações ! 

Ah! Um recanto de paz !
Uma notícia doce na melodia do telejornal.
Parece tão distante esta voz. Só ouço ruídos como pano de fundo de estilhaçar de balas, bombas, choros, rostos tristes , retirantes cobertos por andrajos, cidadãos do mundo, constrangidos a territorialidade que o poder limita .
Insensatez.

Os olhos suplicam aos céus, por sonhos de felicidade.
Uma brisa suave, um vento perfumado por sândalo dos jardins do céu.
O pão é repartido,
A mãe abraça o filho,
Encontro na ancestral roda  a rodopiar ante os pássaros  que assistem o arco- íris que nos revelam  o grande mistério :

A luz refratando  a  chuva que  goteja,  revela cores diferentes  como um  estojo de aquarela, oferece  espaço e  luz  para que a cor da outra apareça a partir da sua, dando colorido ao céu , antes tão cinzento.

Quem melhor que os pássaros para ensinar este milagre da natureza ?

Momento de beleza , e de  cantar o maior dos cantos.

Silêncio.

Jane








terça-feira, 24 de novembro de 2015

#Celine Dion - Hymne à l'amour



Música de : Édith Giovanna Gassion, ou simplesmente, Édith Piaf foi uma cantora francesa de música de salão e variedades.
1915 -1963
PAZ!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

#O HOMEM, AS VIAGENS- Carlos Drummond de Andrade

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver. 
( *conviver ) * Para tradução.


Poesia de 1973, inspirada na descida do homem  na lua em 1969 . Retrata a  ancestral insatisfação da  natureza humana.

Carlos Drummond de Andrade considerado um dos maiores representantes da literatura brasileira do século XX.



O poeta, nascido em 1902 e falecido em 1987, viveu 85 anos.

domingo, 15 de novembro de 2015

#Fábula Viver como as flores na modernidade líquida.


  Era uma vez um jovem que caminhava ao lado do seu Mestre. Ele perguntou : 
- Mestre como faço para não me aborrecer ?Algumas pessoas falam demais, outras são ignorantes. Algumas são indiferentes, outras mentirosas...Sofro com as que me caluniam...
-Viva como as flores ! Advertiu o Mestre.
-Como é viver como as flores ? Perguntou o discípulo.
- Disse o Mestre : Repare nestas flores, apontou para os lírios que cresciam no jardim. Elas nascem no esterco, entretanto são puras  e perfumadas. 
Extraem do adubo malcheiroso tudo que lhes é útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra  manche o frescor de suas pétalas.
 Não é sábio permitir que os vícios dos outros nos importunem. 
Os defeitos deles são deles e não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimento. 
Exercite, pois a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora... 
Não deixe se contaminar por tudo aquilo que o rodeia. Assim disse o Mestre você estará vivendo como as flores !

      Pensando nesta fábula e vendo a estrutura de nossa construção social, que entre muitas classificações foi chamada de Hipermoderna (Lipovetsky) ou Modernidade líquida (Baumann) onde sua característica principal está voltada para os excessos, para o fugaz,  para o intenso, para o urgente, para a velocidade da luz, que nos leva para ao efêmero, pois esta fluidez, não nos permite exercitar o que há de mais precioso: o pensar, o refletir sobre o que faço,  o ócio criativo, e  questionar sob quais valores éticos minhas escolhas acontecem .
     O novo, é nosso objeto de desejo. Mas me pergunto : E as flores no meio do caminho, onde ficaram ? Como saber rejeitar o mal que habita em mim e o mal que vem de fora ?Como resistir as vitrines, com suas flores artificiais ? E seus manequins de resina plástica, vestidos no mais novo style? 
   Construímos cada vez mais redes individualistas na ilusão que o confinamento a uma tela virtual nos torne mais importantes, onde partilhamos com grande compulsividade o que achamos ser a nossa vida, e cada “like” me dá a certeza que SOU, e me pergunto:  Será ? 
   E as flores do caminho  que nos ajudarão o expandir  nossa percepção de mundo, onde estão?
   Penso, que de fato, o que queremos,   é um amigo real, não precisa ser um guru, um mestre, mas um simples companheiro de caminhada terrestre, para andar ao nosso lado, para compartilhar nossos sentimentos e questionamentos reais a cerca de nossas dores e emoções reais. Onde eles estão ? Qual sua opinião, seu tom de voz, seu gestual, seu olhar, sua compaixão, sua amizade ?
    Ficamos presos a ilusões das imagens de neon, o que naturalmente nos levam como sujeitos modernos a nos enquadrarmos na caixa institucionalizada da servidão do sistema consumista.  Esta lógica vendida nos leva a um grau de  extrema insatisfação existencial. 
  O desencaixe, o remontar consciente destes conceitos, imperativos categóricos, na busca de sentido da existência, nos ajudará a enxergar nossa sombra e trazê-la a consciência na grande integração com nosso Ego, que nos tirará da cegueira institucionalizada.
   O que mais  impede o nosso ego a vivência do todo, senão o desconhecimento de  nossa sombra ?
  Jung, nos diz que a confrontação  da sombra traz muita depressão e sofrimento, mas traz também uma vivência de paz e integridade e plenitude difícil de ser ATINGIDA DE OUTRA FORMA.
   Este encontro dialético da sombra com nossa luz, é que nos faz encontrar a flor , e entender que o azedume da terra não deve ser maior que a nossa possibilidade de deixar nosso perfume por aí... E tentarmos viver como as flores .


Jane Givanoite.


terça-feira, 10 de novembro de 2015

#Soneto 30 # William Shakespeare #AMIZADE

Resultado de imagem para shakespeare


Cena de Uma adaptação de Romeu e Julieta.jpgQuando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,

Afogo olhar em lágrima, tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já superara,

Deplorando o que desapareceu.

Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorado e já sofrido,

Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as perdas e acaba o sofrimento.



Soneto 30 foi escrito por William Shakespeare e faz parte dos seus 154 sonetos. Foi escrito em homenagem a Henry Wriothesley, amigo de Shakespeare.

23 de abril 1564 -23  de abril 1616- ( 52 anos)


Principais obras :

- Comédias: 

O Mercador de Veneza, Sonho de uma noite de  verão, A Comédia dos Erros, Os dois fidalgos de Verona, Muito barulho por coisa nenhuma, Noite de reis, Medida por medida, Conto do Inverno,Cimbelino,
 Megera Domada e A Tempestade.

- Tragédias: 

Tito Andrônico, Romeu e Julieta, Julio César, Macbeth, Antônio e Cleópatra, Coriolano, Timon de Atenas, O Rei Lear, Otelo e Hamlet.

- Dramas Históricos: Henrique IV, Ricardo III, Henrique V, Henrique VIII.


When to the sessions of sweet silent thought
I summon up remembrance of things past,
I sigh the lack of many a thing I sought,
And with old woes new wail my dear time's waste:
Then can I drown an eye, unused to flow,
For precious friends hid in death's dateless night,
And weep afresh love's long since cancell'd woe,
And moan the expense of many a vanish'd sight:
Then can I grieve at grievances foregone,
And heavily from woe to woe tell o'er
The sad account of fore-bemoanèd moan,
Which I new pay as if not paid before.
But if the while I think on thee, dear friend,
All losses are restored and sorrows end.
–William Shakespeare


Três séculos se passaram até que o cineasta americano Sam Wanamaker tivesse a ideia de reconstruir o The Globe.


Em 1996, 26 anos depois de ter iniciado seu projeto, foi erguida na cidade de Londres a réplica do teatro shakespeariano. Curiosamente, estudos realizados com os escombros do teatro sugeriram que a arquitetura original era poligonal, e não arredondada, como se supunha.

Em Stratford, a tumba de Shakespeare. 
(Holy Trinity Church) em Stratford-upon-Avon.


terça-feira, 19 de maio de 2015

#Lenda Filtro dos Sonhos e Mandala .


Conta uma velha lenda dos nativos norte-americanos, que um velho índio ao fazer uma Busca da Visão no topo de uma montanha, lhe apareceu IKTOMI, a aranha, e 
comunicou-se em linguagem sagrada. 
A Aranha pegou um aro de cipó e começou a tecer uma teia com cabelo de cavalo e as oferendas recebidas

   Enquanto tecia, o espírito da Aranha falou sobre os ciclos da vida, do nascimento á morte e das boas e más forças que atuam sobre nós em cada uma dessas fases. Ela dizia :
"Se você trabalhar com forças boas, será guiado na direção certa e entrará em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará dor e infortúnios".
No final a Aranha devolveu ao velho índio o aro de cipó com uma teia no centro 
dizendo-lhe:
  "No centro está a teia que representa o ciclo da vida. Use-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas idéias, sonhos e visões. Eles vem de um lugar chamado Espírito do Mundo que se ocupa do ar da noite com sonhos bons e ruins. A teia quando pendurada se move livremente e consegue pegar sonhos, quando eles ainda estão no ar. Os bons sonhos sabem o caminho e deslizam suavemente pelas penas até alcançar quem está dormindo. Já os ruins ficam presos no círculo até o nascer do sol, e desaparecem com a primeira luz do novo dia"

   Surge assim o filtro dos sonhos, um instrumento de poder para assegurar bons sonhos , como nos revela a lenda.
Geralmente são colocados onde a luz bate pela manhã, em frente a janela. Os nativos nos ensinam que os sonhos passam pelo furo no centro e os maus sonhos ficam presos na teia e se dissipam à luz do amanhecer.

     O filtro dos sonhos é  uma  representação da mandala. Segundo Jung, a mandala se encontra na própria alma humana, aparecendo nos sonhos e em diversas imagens criadas pelo nosso inconsciente. 
   Representa, o Círculo da Vida. As rodas, ou círculos, representam a totalidade. O círculo é o símbolo do Sol, do Céu e da Eternidade. No simbolismo ancestral o círculo é o símbolo do espaço infinito, sem começo e sem fim. Qualquer que seja a representação simbólica em qualquer era e em qualquer cultura, um Círculo do Divino que serve como um espelho, onde podemos ver o reflexo do Universo que contém a totalidade, trabalhando para o entendimento das leis cósmicas da vida.
                                  
   Sua representação evoca a  nossa essência espiritual para compreendermos  melhor a "teia da vida", para tirarmos proveito desta lenda e evocarmos a nossa criatividade , espiritualidade, imaginação e o amor. Ele nos Inspira a  dilatar nossa visão e acelerar a nossa  vontade para trazermos nossos sonhos até a realidade, superando assim, nossas amarras do ego, e abrindo espaços para o SELF.

Tomaz Lima - Além dos Sonhos 
(beyond the dreams --- oder,  über die Träumer )
Music for relaxation and meditation
É um bom instrumento para ser trabalhado no Ateliê de Arteterapia. Construir o filtro dos sonhos e deixar-se levar em suas teias para o mais profundo de nosso inconsciente, trazendo a consciência os materiais ali alocados e deixar fluir  nosso processo de auto conhecimento.
Que venham os bons sonhos !!!


Jane

domingo, 10 de maio de 2015

#Feliz dia das mães !! #felizdiadasmães




                                                                Poesia de Maria Dolores - Recebida por Francisco Xavier

MÃE
Procurei ansiosamente
Um símbolo do amor de Deus no mundo,
Carinho permanente,
Amor que nada mais pedisse à vida,
A fim de estar contente,
Que o dom de ser amor sublimado e profundo.
Vi o Sol trabalhando sem cansaço
Doando-se sem pausa, alto e bendito,
O astro imenso, porém, pedia espaço,
De maneira a brilhar nas telas do Infinito.
Julguei achar na fonte esse traço perfeito,
Fitando-lhe a corrente a servir sem parar,
Mas a fonte exigia a hospedagem do leito
A fim de prosseguir à procura do mar.
Fui à árvore amiga e anotei-lhe a lição:
Conquanto a se entregar tanto aos bons,
quanto aos frutos,
Precisa defesa e vínculos no chão
Ao fornecer, sem paga, a riqueza dos frutos.
Vi a abelha no favo a pedir mel às flores,
Nuvens para servir solicitando alturas,
Escolas em função buscando professores
E o lar para ser lar exigindo estruturas.
Toda força do bem que ao bem se entregue
Em bondade constante e em contínua grandeza,
Assegura-se, vive, auxilia e prossegue,
Algo requisitando ao Mundo e à Natureza.
Em ti, unicamente, Mãe querida,
Encontro o amor que nasce e cresce, em suma,
No sacrifício pura, acalentando a vida,
Sem reclamar da Terra cousa alguma.
Eis porque sobre todo amor que existe
As Mães são guias, anjos, cireneus,
Cujo brilho por si só nos protege e persiste
Em ser somente amor, no excelso amor de Deus.
Estrela, Deus te guarde em teu fulgor celeste! …
Agradeço-te a luz, o carinho e o perdão …
Bendita sejas, Mãe, porque me deste
A presença de Deus no coração.
A todas as mães um feliz dia ! 
 Que o presente maravilhoso que Deus nos emprestou, nosso filho querido, seja sempre um brilho que nos indica o reflexo do Criador , a nos convidar para juntos iluminarmos o mundo , semeando as nossas melhores sementes que germinarão com o amor regado no cadinho de cada dia. 
Abraço afetuoso a todas as mães !
Jane

segunda-feira, 6 de abril de 2015

#NELSON MANDELA , ELE TINHA FOCO !


"NINGUÉM NASCE ODIANDO UMA PESSOA POR SUA COR DE PELE OU RELIGIÃO.
PESSOAS SÃO ENSINADAS A ODIAR. E SE ELAS APRENDEM A ODIAR, ELAS PODEM SER ENSINADAS A AMAR. "

NELSON MANDELA 
1918 - 2013

ÍCONE MUNDIAL DA LUTA PELA IGUALDADE SOCIAL. fOI O PRIMEIRO PRESIDENTE NEGRO DA ÁFRICA DO SUL. ELEITO APÓS 27 ANOS PRESO E GANHOU O PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 1993.

Não importa a cor da letra, o significado é o mesmo.

"Eu não tinha nenhuma crença, a não ser que a nossa causa era justa, era muito forte e estava ganhando cada vez mais apoio"      MANDELA

QUE  LÍDERES ASSIM SURGAM PARA TRANSFORMAR PRESSUPOSTOS E ALAVANCAR NOVOS PARADIGMAS . O MUNDO ESTÁ CARENTE DESTA LEALDADE À CAUSAS PACIFICADORAS.

JANE


domingo, 5 de abril de 2015

#A Caixa de Pandora.E a nossa ?


Pandora Fotografias de Banco de Imagens, Imagens Livres de ...


Os gregos antigos tinham culturalmente o bom hábito de contar muitas histórias sobre a origem das coisas, assim como seus antecessores, era uma tradição parar, ouvir o que o outro tinha para contar. Hábito este , que estamos perdendo na nossa contemporaneidade.

Assim como sempre faziam os gregos contaram uma história sobre a origem das coisas ruins que existem no mundo, que deu origem a famosa CAIXA DE PANDORA.

Na cultura grega havia vários deuses . Os maiores deuses moravam no alto de uma montanha, o Monte Olimpo, e eram 12. Estando no alto já denota sua hierarquia entre os outros. O que liderava, o rei de todos era Zeus. Os deuses com menor poder no Olimpo eram chamados de Titãs, entre outras classes hierárquicas entre a governança do Olimpo.. Mas estes queriam tomar o lugar de Zeus. Entre os Titãs, havia um, que chama-se PROMETEU, segundo os gregos, ele criou o homem, a partir do barro. Prometeu com seu irmão Epimeteu roubaram a centelha de fogo dos deuses do Olimpo, com o propósito de ensinar aos homens que ele criou , a fazer tudo que é possível fazer-se com o fogo que representava a inteligência para construir moradas, defesas e, a partir disso, forçar a criação de leis para a vida em comum. Surge assim a política para que os homens vivam coletivamente, se defendam de feras e inimigos externos, bem como desenvolvam todas as técnicas.

Naturalmente , Zeus não gostou nada do ocorrido, e pensou : Como  pode alguém  querer dividir todo o conhecimento com os pobres mortais? Como fica meu poder ? Como vou continuar alienando meus súditos ? Como subverter os acontecimentos ?

Zeus ordena então, que Prometeu fique acorrentado no Monte Cáucaso, e a ter seu fígado comido todos os dias por um abutre. Como era imortal, seu fígado sucessivas vezes voltava a crescer e...

Mas para Zeus, o poderoso, faltava punir o irmão de Prometeu, o Epimeteu, tendo em vista que os homens agora tem o fogo, representada pelo conhecimento, era uma grande ameaça para o Olimpo, para sua prepotência, crença e tradição. O pensar desestabilizaria esta ordem posta. 

Ardilosamente Zeus arma sua vingança, estudando antes a vulnerabilidade de sua vítima e de seus familiares. Zeus, com sua persona de arrependido, e querendo compensar Epimeteu pela perda do irmão, resolve envolve-lo com palavras doces, agradáveis, e de tal forma Epimeteu não resistiu e aceitou o presente que era casar com PANDORA, que significa todos os dons . Por um momento Epimeteu lembrou que seu irmão falou para NUNCA aceitar presente nenhum de Zeus, pois ele é traiçoeiro. Mas seduzido pela nova vida, pelas qualidades de Pandora, resolve casar-se. 

Pandora foi feita, planejada por Zeus, para ter a capacidade de mentir e enganar os outros, com o objetivo de atingir Epimeteu. Pandora foi a primeira mulher que existiu, criada por Hefesto (artista celestial, deus do fogo, dos metais e da metalurgia) e Atena (deusa da estratégia em guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus. Cada um lhe deu uma qualidade. Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros e nos trabalhos manuais. Feita à semelhança das deusas imortais.

Casamento chegando, festas, presentes, muita comida, uns porquinhos assados, muitas uvas, e os deuses todos lá. Zeus entregou o presente ,foi uma caixa. Ele falou para Pandora não abrir de forma alguma a caixa, pois era um presente para Epimeteu, e que seria uma boa surpresa.

Caminhando para entregar a caixa a Epimeteu, ela deve ter pensado : O que será ? Por que eu não ganhei presente e sim ele ? Que absurdo ! Eu, uma mulher cheia de habilidades dada pelas deusas do Olimpo não recebo nada, que estão pensando ? Agora mesmo que vou abrir esta caixa !!!

A curiosidade foi tamanha que Pandora abre a caixa para o marido, sendo que nesta caixa mágica estava guardado todos os males do mundo: a desgraças, calamidades, doenças, loucuras, mentira, paixão, a morte, a fome, a guerra, o radicalismo religioso, a violência, o preconceito.. ao ver todos os vultos, forças, energias, cores negras saindo da caixa, ela fecha rapidamente a caixa a tempo de deixar presa lá bem no fundo :
 A ESPERANÇA.

A vingança de Zeus, aconteceu por que ? 

O mito da caixa de Pandora, nos faz pensar que a imprudência , a curiosidade, o totalitarismo do poder, o engessamento de nossas idéias presas ao preconceito e aos nossos desejos pessoais, sempre nos traem , nos alienam, quando estão voltados para dar conta da vida do outro. Mas quando temos a curiosidade saudável de nos autodescobrirmos o processo é de libertação, enquanto o outro é de escravidão .
A inteligência do homem, o fogo divino, deve ser direcionado para as boas obras do mundo, ser compartilhado, multiplicado apesar de muitas forças contrárias.

Todos nós temos uma caixa de Pandora dentro de nós, com coisas não são muito legais, com sombras, desajustes, rejeições, perdas, complexos,, mas a certeza de saber que a Esperança e o Amor do Deus único está conosco, abrimos o caminho para a nossa cura , pois primeiro precisamos acreditar nela, para usufruirmos de seus benefícios .
Trazemos na nossa caixa interior tantos males que são acrescidos, reverberados pelos meios de comunicação sensacionalista nos informando na caixinha preta das notícias mais uma calamidade no mundo, mais uma intolerância religiosa, mais...mais... 

A esperança é que nossa caixinha de Pandora abra-se para a renovação, falamos de uma abertura da caixa consciente, não inconsequente como Pandora, a curiosidade pela curiosidade, o impulso, do egoísmo e da vaidade, trazendo consequências nefastas.

O que falamos é de uma chance para nós mesmos aos poucos nos encantarmos, nos enamorarmos de nós mesmos e pouco a pouco desvelando este ser maravilhoso que somos. 

Pois enquanto cada um mantem sua caixa fechada, milhares de pessoas estão sendo mortas, massacradas, vítimas de injustiças sociais.

Muitas vezes não temos vontade ou curiosidade de tentar ver os nossos sentimentos e emoções, é preciso coragem para suportar o que vai sair.
Uma relação holística com o mundo, de forma empática exige muita atenção , foco mútuo. Levando em conta tantas distrações que nos afastam da nossa caixa interna de Pandora, torna-se importante criarmos um espaço, fazer um esforço para vivermos tão maravilhosamente este ser demasiadamente humano.

“ O seu foco é a sua realidade”.    Yoda.

Jane

quarta-feira, 1 de abril de 2015

CRÔNICA- MARINA COLASANTI


Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E porque à medida que se acostuma esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíches porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e a dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra.
e aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos.
E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer fila para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais.
E a ir ao cinema, a engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável.
À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios.
E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber.
Vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti

quinta-feira, 26 de março de 2015

Poesia de Meimei




MOMENTOS DE POESIA...

Agradece as mãos que te constroem a existência, decorando-a com as tintas da alegria e da esperança, mas endereça os teus pensamentos de gratidão àquelas outras que te ferem com os espinhos da incompreensão,
ensinando-te a conviver e a servir.

Agradece as vozes que te embalam os anseios, entretecendo hinos de paz e amor com que te inspiram as melhores realizações, no entanto, envia as tuas vibrações de reconhecimento àquelas outras que te exageram essa ou aquela falha, induzindo-te a compreender e a perdoar.

Agradece aos amigos que te proporcionam a mesa farta, impulsionando-te a pensar na abastança da Terra, mas não recuses respeito àqueles que, em algum tempo, te sonegaram o pão, levando-te a prestigiar a fraternidade e a beneficência.

Agradece aos irmãos que te reconhecem a nobreza de sentimentos, louvando-te o trabalho, entretanto, não olvides o apreço que se deve àqueles outros que te menosprezam, auxiliando-te a descobrir os tesouros da humildade e da tolerância.

Certa feita, um pedaço de carbono sumido no monturo pediu a Deus o levasse para a superfície da Terra, a fim de se mais útil.
O Supremo Senhor ouviu-lhe a súplica e determinou fosse ele detido no subsolo para a devida maturação.

O minério humilde aceitou a resposta e permaneceu na clausura, por séculos e séculos, suportando a química da natureza com o assalto constante dos vermes que habitavam o chão.
chegou, por fim, o tempo em que o Criador mandou arrancá-lo para
atender-lhe aos ideais.

Instrumentos de perfuração exumaram-no a golpes desapiedados e o lapidário cortou-lhe o corpo, de vários modos, em minucioso burilamento.

Mas quando o carbono sublimado surgiu, de todo, aos olhos do mundo,
Deus o havia transformado no brilhante, que passou a brilhar, entre os homens, parecendo uma flor do arco-Íris com o fulgor das estrelas.

 Meimei - Médium: Francisco Cândido Xavier

domingo, 15 de fevereiro de 2015

# A Raiva :( :( #????&%$$ /!!!!

 
    A raiva é uma das emoções mais presentes na vida moderna, parte natural do nosso processo de maturidade emocional. A raiva é um estado de humor, uma dificuldade em lidar com o acúmulo de estresse diário ou com situações de perdas. É uma resposta natural, adaptativa a situações em que o indivíduo está diante de um grande perigo ou algo indesejado.
   Não há quem já não tenha sido vítima da raiva. Todos os dias nos deparamos com diversas pessoas, no trabalho, no trânsito, nas conversações cotidianas...sendo estas as mais diversas, portadoras dos mais variados estados de ânimo. Não raro, alguma palavra mal empregada, algum tom de voz equivocado, e então nos sentimos ofendidos, tendo a raiva como reação imediata.
   A raiva acompanhada da intolerância tomam conta de nossos sentidos. Achamos que tudo é culpa do outro, nos escondendo em escafandros, onde na  verdade deveríamos nos desnudar,  entendermos a  nossa incompetência emocional em assumir nossos sentimentos ,o que nos causa  muito sofrimento.
  Neste processo natural de compreensão de nossa sombra, na busca de nossa individuação, nos perdemos deste elo da cadeia da evolução de nossa psique, a nossa luz se esconde,  e começamos a desenvolver  a raiva de nós mesmos e do mundo, deixando prevalecer a nossa sombra.
   Esteja muito bem escondida dentro de nós ou sendo expressa violentamente, ela nos incomoda e provoca culpa. Afinal, quem gosta de estar perto de alguém que sente raiva, ou quem gosta de estar com este sentimento preso em seu psiquismo ?
   O que mais gera raiva dentro de nós é o nosso sentimento de impotência frente a nossa falha em controlar uma pessoa, uma situação ou a nós mesmos
ESTES SENTIMENTOS GERAM MUITA TENSÃO, ESGOTANDO A NOSSA ENERGIA PSÍQUICA.
   Por isso, quando sentirmos raiva, é bom perguntar-nos: "o que estou querendo controlar?" e aceite que não cabe a você dominar a situação ou quem quer que seja. Tente se adaptar, relaxe e encontre outras formas de resolver o que precisa.
    É sempre bom pensarmos que :Importante é não negar a raiva. Ela está ali, existe, portanto , aceite-a ; canalize a raiva para algo positivo, procure o seu prazer em fazer algo que goste, pintar, desenhar, costurar..enfim quantas coisas podemos fazer e por fim , não culpe ninguém pelo que você está sentindo, isto faz parte de sua vivência, de suas emoções, logo você tem que dar conta disto.
                Joanna de Ângelis nos diz : Como impedir que esta sensação inquietante se alastre e não ocupe mais espaços na nossa mente e sentimentos?
    E ela responde :  Primeiro passo a ser dado é a aceitação de se estar sentindo raiva. Não há motivos para nos envergonharmos da raiva e do fato de senti-la. Camuflá-la perante atitudes de falsa humildade e santificação são atitudes de quem ilude a si próprio, optando pelo parecer em detrimento do ser.
    Em seguida devemos nos indagar: “ Por que fiquei tão bravo ou brava com a atitude daquela pessoa? Por que me deixei atingir tanto? O que esta pessoa fez de tão desagradável a ponto de conseguir me desequilibrar o restante do dia?”
    Neste momento inicia-se a racionalização da raiva, e então é que percebemos que nós mesmos tivemos uma participação ativa na sua elaboração. Não foi o outro que produziu raiva em mim, pois somos nós que estamos sentindo raiva, logo nós mesmos a produzimos. Está em nós a sua origem e não no exterior.

    A partir desse momento nós começamos a perceber que na verdade a sensação de inferioridade ou de ofensa não foi produzida pelo outro, ela já existia dentro de nós. Seria como se a palavra empregada fosse a chave certa para uma determinada idéia existente dentro de nós mesmos – ela já estava ali – bastava acioná-la.

    Decorre daí o enunciado de Joanna de Ângelis, de que “a raiva é o lançamento de uma cortina de fumaça sobre nossos próprios defeitos, a fim de que eles não sejam percebidos pelos outros”, sendo que quanto maior for o complexo de inferioridade da pessoa, mais vulnerável ela será a tudo o que for direcionado a ela do mundo exterior.
                        
       A felicidade é um estado consequente .
Jane