quinta-feira, 29 de março de 2012

# Documentário Completo -Estamira Gomes de Sousa


Cena do documentário "Estamira", de Marcos Prado, lançado em 2005

 Após assistir este documentário, é impossível não ficar com ele no pensamento, na tentativa de tentar entender o que é ser no mundo, o que é ser pensante, o que é sociedade,  o que é normalidade, o que é inteligência ,o que é Saúde Pública, o que é que....

Título original: Estamira Gênero: Documentário Duração: 121 min. Lançamento (Brasil): 2004 Distribuição: Direção: Marcos Prado Roteiro: Marcos Prado Produção: Marcos Prado e José Padilha Música: Décio Rocha Fotografia: Marcos Prado Edição: Tuco

Documentário recebeu 23 prêmios.

 O documentário conta a história de uma senhora de 63 anos,( em 2004) que sofre de distúrbios mentais, que mora e trabalha há mais de 20 anos no aterro sanitário de Jardim Gramacho, uma local de abandono por parte da sociedade, que recebe toneladas de lixo produzido pelo estado de Rio de Janeiro. E é dos restos que muitas pessoas conseguem encontrar vida e alimento para sua sobrevivência.

Em 28 de julho de 2011 Estamira faleceu no Hospital Miguel Couto no Rio de Janeiro, com 70 anos. Ela morreu em decorrência de septicemia (infecção generalizada).

Links do documentário:


http://youtu.be/8EYDCZ78om0

http://youtu.be/-jwBIVBdfy0

http://youtu.be/Mp06tKTJ6uQ

http://youtu.be/VfKlwN3KuL4

sexta-feira, 16 de março de 2012

# EXAUSTO - ADÉLIA PRADO



Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o profundo sono das espécies,
Semente.
Muito mais que raízes.

                                                                         Adélia Prado

quinta-feira, 15 de março de 2012

# ALBERTO CAEIRO _ JANELAS

 

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

                                                                                      Alberto Caeiro
                                                                                  -Fernando Pessoa -


quarta-feira, 14 de março de 2012

# OLAVO BILAC - PRIMAVERA





Ah! quem nos dera que isso, como outrora,
inda nos comovesse! Ah! quem nos dera
que inda juntos pudessemos agora
ver o desabrochar da primavera!
Saíamos com os passaros e a aurora,
e, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
"Beijemo-nos! amemo-nos! espera!"
E esse corpo de rosa recendia,
e aos meus beijos de fogo palpitava,
alquebrado de amor e de cansaco....
A alma da terra gorjeava e ria...
Nascia a primavera...E eu te levava,
primavera de carne, pelo braço!


terça-feira, 13 de março de 2012

segunda-feira, 12 de março de 2012

# ADÉLIA PRADO

"Hoje estou melancólica e suspirosa, choveu muito,
a água invadiu este porão de lembranças,
bóiam na enxurrada a caminho do rio.
Deixo que naveguem, pois não as perderei.
O rio é dentro de mim”.

                                                                          Adélia Prado

domingo, 11 de março de 2012

# CASEMIRO DE ABREU _ POESIA


"Toda essa ternura
Que a rica natura
Soletra e murmura
Nos hálitos seus,
Da terra os encantos,
Das noites os prantos,
São hinos, são cantos
Que sobem a Deus!"

Casimiro de Abreu

sábado, 10 de março de 2012

# CLARICE LISPECTOR

"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."

 Clarice Lispector
Clarice Lispector: biografia, obras, frases e poemas - Toda Matéria

sexta-feira, 9 de março de 2012

# Pablo Neruda



"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."

Pablo Neruda

quarta-feira, 7 de março de 2012

# CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE



"As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 5 de março de 2012

# Chico Xavier - FRASE


"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."
Chico Xavier

domingo, 4 de março de 2012

# Martha Medeiros - Entre amigos



   Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.
    Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.
   Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.
  Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.
  Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.
  Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.
  Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.
  Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.
  Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.
  Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

  Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém