quinta-feira, 28 de setembro de 2017

#Meditação sobre o tempo- Poesia de Paul Fleming- Gedanken über die Zeit.

  Paul Fleming (1609-1640) foi um médico e poeta alemão, considerado um dos maiores poetas barrocos de seu país.
  A  tradução do poema de Paul Fleming é de Augusto de Campos, publicada originalmente pela editora Noa Noa (1992) na coletânea Irmãos germanos

MEDITAÇÃO SOBRE O TEMPO.   Paul Fleming
Vives no Tempo sem saber o que é o Tempo;
Ignoras de onde vens e no que te deténs.
Sabes apenas que num Tempo foste feito
E que num outro Tempo ainda serás desfeito.
Mas o que foi o Tempo que te trouxe incluso?
E o que há de ser aquele que te faz sem uso?
O Tempo é sim e não, o homem se multiplica,
Mas o que é este Sim-e-Não ninguém explica.
O Tempo morre em si e a si mesmo renasce.
O de que tu e eu viemos, de nós mesmos nasce.
O homem está no Tempo e o Tempo está no homem,
Mas o Tempo resiste enquanto o homem some.
O Tempo é o que és e és o que é o Tempo,
Embora tenhas menos do que o Tempo tem.
Ah, se esse outro Tempo, sem Tempo, chegasse
E a nós, de nosso Tempo, esse Tempo arrancasse,
E de nós mesmos, nós, para sermos também

Como esse Tempo, que nenhum Tempo contém.


GEDANKEN ÜBER DIE ZEIT.
Ihr lebet in der Zeit und kennt doch keine Zeit;
so wisst, ihr Menschen, nicht von und in was ihr seid.
Dies wisst ihr, dass ihr seid in einer Zeit geboren
und dass ihr werdet auch in einer Zeit verloren.
Was aber war die Zeit, die euch in sich gebracht?
Und was wird diese sein, die euch zu nichts mehr macht?
Die Zeit ist was und nichts, der Mensch in gleichem Falle,
doch was dasselbe was und nichts sei, zweifeln alle.
Die Zeit, die stirbt in sich und zeugt sich auch aus sich.
Dies kömmt aus mir und dir, von dem du bist und ich.
Der Mensch ist in der Zeit; sie ist in ihm ingleichen,
doch aber muss der Mensch, wenn sie noch bleibet, weichen.
Die Zeit ist, was ihr seid, und ihr seid, was die Zeit,
nur dass ihr wenger noch, als was die Zeit ist, seid.
Ach dass doch jene Zeit, die ohne Zeit ist, käme
und uns aus dieser Zeit in ihre Zeiten nähme,
und aus uns selbsten uns, dass wir gleich könnten sein,
wie der itzt jener Zeit, die keine Zeit geht ein.

domingo, 24 de setembro de 2017

# Parideira árvore # Poesia


As 16 árvores mais lindas do mundo! - Casa Vogue | Curiosidades
A árvore que um dia pariu a fruta mais doce
arde pelo dia que sombreou a semente mais ácida
jogada ao chão,
mergulha no labirinto dos segredos da terra, rega seu torrão.

O fruto que de verde  grita,
espera o silêncio do tempo,
das mãos que o afaga, com sorriso de paga
onde ocultar alegria do homem com mesa farta ?

Do sumo dos frutos rotos, destino dos labores
jogados às raízes ásperas da árvore 
com o vento, o balanço do berço chega,
fertiliza de mansinho seu ventre o canto dos sabiás.

A parideira árvore amadure
aspereza  agora plasticidade,  grito de liberdade
folhas  se renovam na relva ao entardecer.
Revoadas de pássaros se aninham para aprender.

Jane Givanoite





quinta-feira, 14 de setembro de 2017

 #Em Oração - Poesia Auta de Souza

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    Generoso Pastor, Divino Guia,
    Enquanto a  humanidade desfalece,
    Ouve, Jesus Amado, a nossa prece.
    Atende ao nosso amor que em Ti confia...
    Se é necessária a noite de agonia
    À incompreensão do homem que perece,
    Sabemos que ao Teu lado resplandece
    A Verdade Solar do Eterno Dia!
    Senhor, que a Tua luz penetre e vença
    Nosso abismo de treva e indiferença,
    Reconfortando o mundo que Te espera.
    Deixa-nos sob o jugo de Teus laços,
    Dá-nos a bênção de seguir-Te os passos
    Para o Amor Imortal da Nova Era!

    Auta de Souza - Francisco Cândido Xavier
    Auta de Souza nasceu em Macaíba, pequena cidade do Rio Grande do Norte, em 12 de setembro de 1876; educou-se no colégio “São Vicente de Paula”, em Pernambuco, sob a direção de religiosas francesas; e faleceu em 7 de fevereiro de 1901, na cidade de Natal

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Goethe.Canto dos Espíritos sobre as Águas


A alma do homem 
É como a água: 
Do céu vem, 
Ao céu sobe, 
E de novo tem 
Que descer à terra, 
Em mudança eterna. 

Corre do alto 
Rochedo a pino 
O veio puro, 
Então em belo 
Pó de ondas de névoa 
Desce à rocha lisa, 
E acolhido de manso 
Vai, tudo velando, 
Em baixo murmúrio, 
Lá para as profundas. 

Erguem-se penhascos 
De encontro à queda, 
— Vai, espumando em raiva, 
Degrau em degrau 
Para o abismo. 

No leito baixo 
Desliza ao longo do vale relvado, 
E no lago manso 
Pascem seu rosto 
Os astros todos. 

Vento é da vaga 
O belo amante; 
Vento mistura do fundo ao cimo 
Ondas espumantes. 


Alma do Homem, 
És bem como a água! 
Destino do homem, 
És bem como o vento! 

Johann Wolfgang von Goethe, in "Poemas"  -Tradução de Paulo Quintela 
Nasceu em 28 de agosto de 1749 em Frankfurt, Alemanha . Faleceu em 22 de março de 1832, com 82 anos.
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 Museu de Goethe em Frankfurt.