quinta-feira, 25 de novembro de 2021

#AOS VELHOS... De Rubem Alves

   


   O tempo se mede com batidas. Pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração. Os gregos, mais sensíveis do que nós, tinham duas palavras diferentes para indicar esses dois tempos. Ao tempo que se mede com as batidas do relógio - embora eles não tivessem relógios como os nossos - eles davam o nome de "chronos". Daí a palavra "cronômetro". O pêndulo do relógio oscila numa absoluta indiferença à vida. Com suas batidas vai dividindo o tempo em pedaços iguais: horas, minutos, segundos. A cada quarto de hora soa o mesmo carrilhão, indiferente à vida e à morte, ao riso e ao choro.

    Agora os cronômetros partem o tempo em fatias ainda menores, que o corpo é incapaz de perceber. Centésimos de segundo: que posso sentir num centésimo de segundo? Que posso viver num centésimo de segundo? Diz Ricardo Reis, no seu poema "Mestre, são plácidas..." (que todo dia rezo): "Não há tristezas nem alegrias na nossa vida..."    Estranho, que ele diga isso. Mas diz certo: o tempo do relógio é indiferente às tristezas e alegrias. Há, entretanto, o tempo que se mede com as batidas do coração. Ao coração falta a precisão dos cronômetros. Suas batidas dançam ao ritmo da vida - e da morte. Por vezes tranqüilo, de repente se agita, tocado pelo medo ou pelo amor. Dá saltos. Tropeça. Trina. Retorna à rotina. A esse tempo de vida os gregos davam o nome de "kairós" - para o qual não temos correspondente: nossa civilização tem palavras para dizer o tempo dos relógios: a ciência.

   Mas perdeu as palavras para dizer o tempo do coração. "Chronos" é um tempo sem surpresas: a próxima música do carrilhão do relógio de parede acontecerá no exato segundo previsto. "Kairós", ao contrário, vive de surpresas. Nunca se sabe quando sua música vai soar. Foi o aniversário da Mariana, minha neta. O relógio me diz, com precisão, o número de segundos decorridos desde o seu nascimento. Mas o meu coração nada sabe sobre esses números. E, se souber, os números não me dirão nada. Quando eu me lembro, é como se tivesse acabado de acontecer.
 
   Disso sabia o Riobaldo, herói do Grande Sertão - Veredas, jagunço. Sabia, sem saber, que "chronos" não se mistura com "kairós": "A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância."
 
   Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data." O Sérgio, meu filho, pai da Mariana, me contou que olhando para uma fotografia dela, quase mocinha, de repente compreendeu que estava ficando velho. Claro que ele sabe da idade dele. É só fazer as contas. Quem sabe somar e multiplicar tem a chave para entender as medições de "chronos".
 
   Além disso, havia o espelho: na sua imagem refletida estão as marcas da passagem do tempo, inclusive o cabelo, já branco, antes da hora. Mas o coração dele ainda não havia percebido. Coração não entende "chronos". Coração entende vida. Foi o fotografia da filha, menina que já tem nove anos, que de repente lhe produziu "satori": o terceiro olho dele se abriu, ele ficou iluminado: viu-se velho. Sentiu que o tempo passara pelo seu próprio corpo, deixando-o marcado. E chorou. Riobaldo de novo: "Toda saudade é uma espécie de velhice".
 
  Velhice não se mede pelos números do "chronos"; ela se mede por saudade. Saudade é o corpo brigando com o "chronos". De novo o mesmo poema do Ricardo Reis: ele fala do "... deus atroz que os próprios filhos devora sempre". "Chronos" é o deus terrível que vai comendo a gente e as coisas que a gente ama. A saudade cresce no corpo no lugar onde "chronos" mordeu. É um testemunho da nossa condição de mutilados - um tipo de prótese que dói
 
  "Kairós" mede a vida pelas pulsações do amor. O amor não suporta perder o que se amou: a filha nenezinho, no colo, no meu colo, nenezinho e colo que o tempo levou - mas eu gostaria que não tivessem sido levados! Estão na fotografia, essa invenção que se inventou para enganar o "chronos", pelo congelamento do instante. 
 
  "Chronos" me diz que eu nada possuo. Nem mesmo o meu corpo. Se não possuo o meu próprio corpo - o espelho e a fotografia confirmam - como posso pretender possuir coisas com esse corpo que não possuo? Heráclito foi um filósofo grego que se deixou fascinar pelo tempo. Ele era fascinado pelo rio. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Como Vaseduva, o barqueiro que ensinou Sidarta. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo... Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar.
 
  Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: "Tempo é criança brincando, jogando."  Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas eu sei que as crianças odeiam "chronos", odeiam as ordens que vêm dos relógios. O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado. Mas as crianças só reconhecem, como marcadores do seu tempo, os seus próprios corpos. As crianças não usam relógios para marcar tempo; usam relógios como brinquedos. Brinquedo é o tempo do prazer: corpo com asas.

  Que maravilhosa transformação: usar a máquina medidora do tempo para subverter o tempo. Criança é "kairós" brincando com o "chronos", como se ele fosse bolhas de sabão... O ano chega ao fim. Ficou velho. "Chronos" faz as somas e me diz que eu também fiquei mais velho. Faço as subtrações e percebo de que me resta cada vez menos tempo.. Fico triste: saudade antes da hora.
 
   A Raquel, quando tinha três anos, me acordou para saber se quando eu morresse eu iria ficar triste! Lembro-me do verso da ... Cecília (Meireles), para a avó: "Tu eras uma ausência que se demorava, uma despedida pronta a cumprir-se..." Aí "kairós" vem em meu socorro, para espantar a tristeza. Me diz que o tempo é uma criança. Me convida a brincar com "chronos". Brinquedo é tempo sem passado, tempo sem futuro, presente puro - a eternidade num momento. "Que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure": Vinícius escreveu esse verso para a namorada. Mas é verdadeiro para toda a vida.
 
   Afinal de contas, a vida tem de ser uma namorada. O amor vale pelo momento. Não se mede pelo número das batidas do relógio. Não se mede pelo número de anos vividos. Cada momento de brinquedo é uma eternidade completa. Nesse 31 de dezembro, quando "Chronos", deus atroz, escancarar a sua bocarra para me devorar, dizendo que estou velho, eu me rirei dele: virarei criança, começarei a brincar e ele fugirá com o rabo no meio das pernas...”


Parte do livro: "As Cores do Crepúsculo – A estética do envelhecer


Rubem Alves Azevedo,  falecido em 2014 com 80 anos,  foi teólogo brasileiro, filósofo, educador, escritor e psicanalista. Alves nasceu em Boa Esperança, Minas Gerais. Ele foi um dos fundadores da Teologia da Libertação.









terça-feira, 16 de novembro de 2021

# VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO UM RECORTE NA PANDEMIA COVID 19

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 1. O ISOLAMENTO SOCIAL E A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR

          A pandemia de covid-19 trouxe um aumento nos casos de violências contra a população idosa.  

        A pandemia em seu início com  o isolamento social   revelou  algumas repercussões negativas para a nossa saúde mental,  social,  e tantos outros aspectos  no campo relacional e econômico, apesar de extremamente necessário para contenção do vírus, logo no início da pandemia, seguido de outros cuidados essenciais como uso de máscara, distanciamento social e uso de álcool gel. É a nossa sobrevivência neste cenário ainda pandêmico.

      Dentre os aspectos que a pandemia nos afeta  destacamos o aumento da violência intrafamiliar contra crianças, adolescentes e mulheres.  A violência contra a pessoa idosa (VCPI) durante a pandemia também vem entrando na pauta das preocupações das políticas públicas, pois está havendo um aumento considerável de denúncias .

2. ESTATÍSTICA DE VCI DE 2019/2020:

     De acordo com dados disponibilizados pelo Disque 100, 2019 para 2020 o número de chamadas para reportar algum tipo de violência contra o idoso foi de 48,5 mil para cerca de 77 mil denúncias; houve um aumento de 53% no número de denúncias.

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3. NO AUGE DA PANDEMIA INÍCIO DE 2021 AUMENTA O NÚMERO DE VIOLÊNCIA CONTRA  O IDOSO.

     Já em 2021 o Ouvidor Nacional dos Direitos Humanos, relata que, já foram 37 mil notificações de violência contra os idosos, 29 mil delas sobre violência física. 

    A maior parte das vítimas tem entre 70 e 74 anos, 68% são do sexo feminino e 47% dos agressores são os filhos. As ocorrências mais frequentes são maus tratos, exposição a risco à saúde e constrangimento.

   A violência patrimonial, responsável por 9 mil denúncias . A maioria dos casos, segundo, envolvem utilização do cartão de crédito do idoso, empréstimos e transferência de propriedades.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

4- MEDIDAS PROTETIVAS   E   JUDICIAIS PARA OS  IDOSOS

As medidas protetivas previstas no EI ( Estatuto do Idoso) são de largo alcance e de caráter multidisciplinar, abrangendo também o encaminhamento para atendimento na área médica, da assistência social, psicologia e trabalho.

     Estas medidas abrangem tanto o idoso como os demais familiares ou acompanhantes que residem junto com aquele.

   Porém em muitos casos de violência ou maus-tratos doméstico ao idoso, são necessárias medidas judiciais coercitivas e criminalizadoras contra os agressores. 

  Importante ressaltar a Operação Vetus I,  que atua com a Polícia civil em todo país, no combate a violência  contra idosos, ação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

  Iniciada em 2020, devido ao aumento crescente de denúncias,  apurou mais de 13 mil denúncias e resultou na prisão de mais de 570 agressores em todo o país. 

   O trabalho também prevê a instauração e conclusão de inquéritos, visitas a abrigos e residências de vítimas, cumprimento de mandados e medidas protetivas.

   A segunda etapa Vetus II está em andamento em 2021.


5-  A VIOLÊNCIA É UM PROCESSO SOCIAL RELACIONAL COMPLEXO E DIVERSO E QUE ATINGE COM MAIS IMPACTO O IDOSO EM FUNÇÃO DE SUA VULNERABILIDADE.

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6- PROTEGENDO NOSSOS IDOSOS :

A importância de Compreendermos para combater a violência.

   A importância de reconhecermos os sinais da violência contra o idoso.

  Criarmos um espaço de acolhimento.

Sabermos onde denunciar a violência contra o idoso.

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7-  AO LONGO DO TEMPO FOI IMPOSTO AO IDOSO  UM LUGAR SOCIAL DE INVISIBILIDADE.

ALGUMAS QUESTÕES PARA PENSARMOS :


*COMO NOSSA SOCIEDADE VÊ A DIMENSÃO SOCIAL DA VELHICE 


*COMO A CATEGORIA SOCIAL, AS DESIGUALDADES SOCIAIS  INTERFEREM NESTAS RELAÇÕES DE PODER


*COMO A DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL DA VELHICE É REFORÇADA SOCIALMENTE


* COMO É BANALIZADA, CALADA, SILENCIADA  PELA SOCIEDADE E FAMÍLIA SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA, ABANDONO, NEGLIGÊNCIA COM ABUSOS


*COMO AS POLÍTICAS PÚBLICAS ESTÃO SE MOBILIZANDO PARA

ATENDE-LOS


*E O PLANEJAMENTO PARA O  FUTURO DE 2050, COM PROJEÇÃO DE  30% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA IDOSA


“ O TEMPO SOBRE O HOMEM, A VELHICE .

O VELHO NÃO TEM ARMAS E NÓS TEMOS QUE LUTAR POR ELES, POIS SÃO A FONTE DE ONDE JORRA A ESSÊNCIA DA CULTURA, PONTO ONDE O PASSADO SE CONSERVA E O PRESENTE SE PREPARA “ 


MARILENA CHAUÍ


Jane

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

#EDUCAÇÃO POSSÍVEL COM : PESTALOZZI -DIESTERWEG- PAULO FREIRE E XESUS JARES.

  •  "A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação. É atividade."

Johann Heinrich Pestalozzi
       Johann Heinrich Pestalozzi , nasceu em Zurique, 12 janeiro de 1746 , faleceu em Brugg em 17 de fevereiro de 1827.
       Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século 19 para o 20.
     Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri.
     Outro significativo autor  para a educação é Friedrich Adolph Wilhelm Diesterweg (29 de outubro de 1790 em Siegen - 7 de julho de 1866 em Berlim ).
   Foi um educador , pensador e político liberal progressista alemão. Contemporâneo de Pestalozzi, de onde queremos abordar o surgimento da Pedagogia Social com ele.
      Em seu esforço para reformar a escolaridade, Diesterweg queria remover a influência política e religiosa no próprio ensino e, em vez disso, envolver mais um fator social. 
   Ele acreditava na disponibilidade da educação: “primeiro educa os homens, antes de se preocupar com a sua formação profissional ou de classe, porque]o proletário e o camponês devem ambos ser educados para se tornarem seres humanos”; ele também acreditava que, por meio da educação, os pobres poderiam ser ajudados. 
     Queria a profissionalização dos professores do Estado e lutou pela autonomia relativa das escolas; ele também influenciou os professores da época por meio de seu jornal Rheinische Blätter .
    Ele escreveu 50 livros e publicou cerca de 400 artigos.
    Adolph Diesterweg, que conceitua o termo Pedagogia Social pela primeira vez em 1850, embora a expressão já aparecesse em 1844 nos trabalhos de Magweer.
   A Pedagogia Social surgiu depois da revolução industrial, em França, e é entre as duas grandes Guerras, devido á necessidade de intervir junto de uma população mais jovem e com problemas sociais, que se anuncia o aparecimento da Pedagogia Social.
       Pedagogia Social é uma ciência da educação social, dirigida a indivíduos e grupos e na qual se centraliza nos problemas humanos e sociais, na qual podem ser tratados a partir de empenho educativo, é uma ciência do trabalho social a partir de uma perspectiva educativa, socioeducativa.
        A  Pedagogia Social como uma das áreas no campo, do Trabalho Social, envolve-se numa série de especialidades como por exemplo, atenção à infância com problemas (abandono, ambiente familiar desestruturado...); prevenção e tratamento das toxicomanias e do alcoolismo; prevenção da delinqüência juvenil. (reeducação dos dissocializados); educação de adultos, entre outros.
     Destacam-se os modelos de educação popular com a abordagem teórica desenvolvida por Paulo Freire para a educação de adultos, na década de 60.
    A pedagogia de Freire difundiu-se e influenciou nas campanhas de alfabetização e na educação em geral. Com uma pedagogia “não autoritária”, a pedagogia do oprimido tem como objetivo central a “conscientização” como condição para transformação social, implicações políticas que transcendem a educação escolar registra Torres (1992) 
     Pode-se afirmar que Paulo Freire é o representante nacional da Pedagogia Social e que sua obra é reconhecida internacionalmente nesta perspectiva.
     Movimentos estes que deram suporte para surgimento da Pedagogia da Convivência, com   XESUS JARES , que faleceu em 2008. Era professor catedrático da Universidade A CORUÑA, Espanha. Em 1983 fundou o coletivo Educadores pela Paz da Nova escola Galega.
      Nos convidando a refletir que:

"Pedagogia da convivência' é um convite ao diálogo, à reflexão crítica e à participação global sobre um tema fundamental para nosso modelo educativo e social - afirmar a necessidade e a possibilidade de educar para a convivência a partir de critérios democráticos. Respeito, direitos humanos, ternura, diálogo, solidariedade e esperança são alguns dos marcos e conteúdos que viabilizam um convívio edificante e promissor, capaz de orientar as energias vitais e cognitivas tanto de educandos quanto de professores, indivíduos, grupos e comunidades. 
     Na perspectiva do autor, as famílias têm de ser o primeiro laboratório de resolução não violenta de conflitos, para o qual é necessário qualificar a capacidade de escuta e percepção de uma situação por diferentes ângulos, considerando sempre o contexto, os protagonistas e os valores que estão envolvidos nela."

   A pergunta que fica nesta perspectiva é: Que convivência nós aspiramos viver e para qual queremos educar?
  Para Jares, esse modelo seria de uma convivência democrática, pautada no Estado de Direito assentado na justiça social, além do cumprimento de todos os Direitos Humanos de maneira universal. 

Jane



terça-feira, 9 de novembro de 2021

#O OTIMISMO É MELHOR COMBUSTÍVEL PARA NOSSO CARRO MENTAL

  


 " Precisamos atender às nossas palavras, pois elas exercem uma pressão muito forte em nosso subconsciente.

   Quando falamos só em doenças e debilidades, tendemos a acreditar nelas e esse conceito tem propensão a se tornar realidade.

    O inverso não é menos verdadeiro. 

   Quando falamos em saúde, paz e prosperidade, acontece o mesmo, esses conceitos são gravados nos registros mentais e também podem se manifestar em nossa vida.

   Tudo que enviamos ao nosso interior regularmente por meio de afirmações tende  a se tornar lei para nossa existência e será o combustível  que nos levará pelos caminhos da vida."

Humberto Pazian 

Livro Para Viver Bem- página 91