domingo, 9 de agosto de 2009

POESIAS DE CECÍLIA MEIRELES









Breve biografia de Cecília Meireles
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides.



Escreveria mais tarde: ...Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida.




Meu Sonho

Parei as águas do meu sonho

para teu rosto se mirar.

Mas só a sombra dos meus olhos

ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,

vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,

perto do céu, por sobre o mar.

Se não chegas nem pelo sonho,

por que insisto em te imaginar?

Quando vierem fechar meus olhos,

talvez não se deixem fechar.

Talvez pensem que o tempo volta,

e que vens, se o tempo voltar.


Cecília Meireles


Motivo


Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto.

E a canção é tudo.

Tem sangue eterno e asa ritmada.

sei que um dia estarei mudo:

- mais nada


Cecília Meireles

A poesia é esta grande possibilidade de conexão com sentimentos profundos, que surgem de nossas vivências atuais ou pretéritas,é uma experiência de autoencontro, de intuição , de sensibilização de nossos espíritos ainda tão ligados oas limites conceituais e mecanicistas da vida.Precisamos da poesia para navegarmos no mundo do ideal, no mundo abstrato que nos revelará o mundo material muito mais compreensível , pois passou pelo caminho do imagético.


"Uma vida sem sonhos é como um céu sem estrelas".

Quem suportaria olhar para para o céu e não ver uma só estrela, nos indicando o caminho para o infinito , para Deus ?

Logo, vamos ler poesias, vamos fazer poesias, vamos sonhar, vamos deixar o céu cheio de estrelas....

By: Jane.

sábado, 8 de agosto de 2009

Arte Computacional Cibernética

Refexão 3 -
Raquel Kogan
Software customizado, trilha e teclado interativo
Instalação em que a imagem de várias sequências de
números é projetada sobre a parede localizada numa
sala escura. A projeção, por sua vez, é refletida sobre
um espelho d’água ao rés do chão. A obra é interativa,
as pessoas acionam o teclado, regulando assim a rapidez
dos movimentos da projeção. Cria-se assim um
movimento contínuo, mas nunca repetido, como se os
números subissem de um espelho a outro,
sucessivamente
Cada grande inovação em informática abriu a possibilidade de novas relações entre homens e computadores: códigos de programação cada vez mais intuitivos, comunicação em tempo real, redes, micro, novos princípios de interfaces...É porque dizem respeito aos homens que estas viradas na história dos artefatos informáticos nos importam." (LÉVY,1993).
Podemos definir Arte Computacional como a área que estuda e desenvolve conceitos, métodos e técnicas computacionais voltadas para a produção, numa perspectiva estética, de objetos visuais e/ou auditivos. É um dos mais recentes campos de conhecimento advindo da relação entre Arte, Ciência e Tecnologia e envolve estudos da Ciência da Computação, da Física, da Matemática, da Psicologia e da Arte, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas em Computação Gráfica, Composição Musical Algorítmica, Animação, Modelagem, Visualização e Síntese de Imagens, Multimídia e Hipermídia.
Na História da Arte, a pintura do Classicismo é vista como uma maneira cartesiana de
representação pictórica. Hoje, o artista computacional, como alguns no passado, procura se
inscrever num universo aberto, onde a técnica e o domínio desse conhecimento é fundamental.
Em virtude da grande complexidade que representa pesquisar e produzir nessa área, vemos
surgir cada vez mais a formação de grupos de trabalho envolvendo artistas e cientistas.
Um artista computacional e um novo paradigma estético são as exigências naturais da contemporaneidade, deste final de século, já que, desde há muito, as práticas da imagem sempre colocaram em cena a questão da técnica e, mais do que nunca, tal simultaneidade vem incitando a revisão da filosofia do conhecimento, e a imagem de síntese, ou imagem numérica, segundo Jean-François Lyotard, "opera uma destruição do aqui e agora, arruinando o suporte de qualquer experiência estética", denunciando o raciocínio tendencioso da filosofia ocidental que insiste numa ruptura hereditária entre a estética e a técnica.Ao passar do analógico para o digital, ao imaterializar a informação textual, sonora e/ou imagética, transformando-a em um algoritmo, em um modelo lógico-matemático a arte computacional une, num mesmo bloco, cientistas, engenheiros, escritores, artistas e técnicos. Ciência, Arte e Técnica se ajustam e se identificam numa nova forma de saber e de fazer, ressaltando, como afirma Mario Costa, que vivemos um "momento de extraordinária importância na história da produção artística contemporânea, capaz de confundir seculares sistemas teóricos disciplinares, e de modificar profundamente o sentido do trabalho artístico, vivido em toda sua plenitude somente por uma parte da consciência artística contemporânea...".