sábado, 8 de agosto de 2009

Arte Computacional Cibernética

Refexão 3 -
Raquel Kogan
Software customizado, trilha e teclado interativo
Instalação em que a imagem de várias sequências de
números é projetada sobre a parede localizada numa
sala escura. A projeção, por sua vez, é refletida sobre
um espelho d’água ao rés do chão. A obra é interativa,
as pessoas acionam o teclado, regulando assim a rapidez
dos movimentos da projeção. Cria-se assim um
movimento contínuo, mas nunca repetido, como se os
números subissem de um espelho a outro,
sucessivamente
Cada grande inovação em informática abriu a possibilidade de novas relações entre homens e computadores: códigos de programação cada vez mais intuitivos, comunicação em tempo real, redes, micro, novos princípios de interfaces...É porque dizem respeito aos homens que estas viradas na história dos artefatos informáticos nos importam." (LÉVY,1993).
Podemos definir Arte Computacional como a área que estuda e desenvolve conceitos, métodos e técnicas computacionais voltadas para a produção, numa perspectiva estética, de objetos visuais e/ou auditivos. É um dos mais recentes campos de conhecimento advindo da relação entre Arte, Ciência e Tecnologia e envolve estudos da Ciência da Computação, da Física, da Matemática, da Psicologia e da Arte, possibilitando o desenvolvimento de pesquisas em Computação Gráfica, Composição Musical Algorítmica, Animação, Modelagem, Visualização e Síntese de Imagens, Multimídia e Hipermídia.
Na História da Arte, a pintura do Classicismo é vista como uma maneira cartesiana de
representação pictórica. Hoje, o artista computacional, como alguns no passado, procura se
inscrever num universo aberto, onde a técnica e o domínio desse conhecimento é fundamental.
Em virtude da grande complexidade que representa pesquisar e produzir nessa área, vemos
surgir cada vez mais a formação de grupos de trabalho envolvendo artistas e cientistas.
Um artista computacional e um novo paradigma estético são as exigências naturais da contemporaneidade, deste final de século, já que, desde há muito, as práticas da imagem sempre colocaram em cena a questão da técnica e, mais do que nunca, tal simultaneidade vem incitando a revisão da filosofia do conhecimento, e a imagem de síntese, ou imagem numérica, segundo Jean-François Lyotard, "opera uma destruição do aqui e agora, arruinando o suporte de qualquer experiência estética", denunciando o raciocínio tendencioso da filosofia ocidental que insiste numa ruptura hereditária entre a estética e a técnica.Ao passar do analógico para o digital, ao imaterializar a informação textual, sonora e/ou imagética, transformando-a em um algoritmo, em um modelo lógico-matemático a arte computacional une, num mesmo bloco, cientistas, engenheiros, escritores, artistas e técnicos. Ciência, Arte e Técnica se ajustam e se identificam numa nova forma de saber e de fazer, ressaltando, como afirma Mario Costa, que vivemos um "momento de extraordinária importância na história da produção artística contemporânea, capaz de confundir seculares sistemas teóricos disciplinares, e de modificar profundamente o sentido do trabalho artístico, vivido em toda sua plenitude somente por uma parte da consciência artística contemporânea...".

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