quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

# FENOMENOLOGIA -Edmund Husserl - Parte I

 

    Gosto muito do pensar fenomenológico. Este pequeno recorte de  texto faz parte de minha tese de Mestrado.  

       Principalmente porque Husserl vai na contramão  na época  que via a verdade  e a neutralidade como caminhos para a ciência. Seu posicionamento de propor uma fenomenologia transcendental, como princípio da intencionalidade da consciência, em busca de sentidos possíveis, abre o olhar  rompendo a visão positivista.

   Pode-se ressaltar, porém, que a contribuição de  Edmund Husserl  é  propor uma fenomenologia transcendental.

   O conceito  e formação metodológica do método da fenomenologia  torna-se compreensível e aprofundado  a partir  do filósofo Edmund Husserl (1859-1938), que também trabalhava como matemático, cientista, pesquisador e professor das faculdades de Göttingen e Freiburg im Breisgau, na Alemanha.

    Ele elabora  uma crítica à filosofia positivista e ao método experimental, percebidos como um objetivismo científico; ao mesmo tempo, faz uma proposta endereçada à formulação de uma perspectiva racional nova, radicalmente humana , a filosofia como ciência das vivências intencionais.

     Husserl, define a fenomenologia como uma ciência rigorosa, que se inicia pela descrição do vivido. Ela busca a descrição dos atos intencionais da consciência , e dos objetos por ela visados, ou seja, pela análise noético-noemática.

    A fenomenologia prossegue no reconhecimento de que estes atos são de um eu que pensa o mundo, e que seu estudo compõe o conjunto de análise sobre o ego transcendental, ou o eu puro, distinto, pois do eu empírico ou natural estudado pela psicologia.

   Mas o que é um fenômeno para Husserl? É aquilo que surge para uma consciência, o que se manifesta para essa consciência, como resultado de uma interrogação. Do grego "phainomenon" significa discurso esclarecedor a respeito daquilo que se mostra para o sujeito interrogador. Do verbo "phainesthai" como mostrar-se, desvelar-se. Fenômeno é, então, tudo o que se mostra, se manifesta, se desvela ao sujeito que o interroga.

    A fenomenologia quando segue esta linha de pensamento, voltada não só para as questões lógicas, mas também para as questões existenciais, transcendentais e intuitivas do homem, corta assim, o elo com o racionalismo dogmático.

   Segundo Creuza Capalbo, " a fenomenologia nos convida a deixar as coisas aparecerem com as características que se dão na transparência, isto é, deixando que as essências se manifestem na transparência do fenômeno."

     Ela,  é pois, esta possibilidade de investigar o homem em seu mundo vivido, no seu plano transcendental, em sua cotidianeidade, em sua consciência atuante, em sua intencionalidade, em sua subjetividade e intersubjetividade, enfim, o homem  é visto em seu aspecto ontológico.

   Surge  então em decorrência da necessidade de se repensar o mundo e o homem como um processo de unidade e não como um processo dividido. O seu objetivo é pois, aproximar o homem sucessivamente dos fenômenos que aí estão e desvendá-los, formando assim, no indivíduo a sua consciência identificadora-crítica-reflexiva.

    A fenomenologia procura não  se limitar aos fenômenos, fechando a consciência em seus próprios estados, mas de tratar o que nos aparece a consciência como fato universal. Ela renuncia o que nos aparece a consciência como fato universal. Ela renuncia o absoluto e procura nos fenômenos a vida de acesso ao ser e procura a racionalidade na sua própria contingência ontológica.

    A visão fenomenológica vai além desta relação significado/significante utilizada na linguística clássica, ela nos possibilita refletir sobre a nossa experiência do vivido, não nos reduzindo simplesmente ao plano de nossa consciência, mas nos mostrando um horizonte que também lhe escapa, nos possibilitando uma constante crítica sobre a própria evidência do nosso cogito.

    Portanto, Fenomenologia é tudo o que se mostra ou se torna visível para a consciência em sua individualidade. Assim, tanto os objetos como os atos da consciência, sejam intelectivos, volitivos ou afetivos, são fenômenos, e o estudo ou a ciência dos fenômenos chama-se Fenomenologia, que se detém na análise do puramente vivido ou experimentado, nos significados e na percepção do ser humano.

    Sua preocupação  é de descrever o fenômeno e não de explicá-lo, não se preocupando com o buscar relações causais. A preocupação será no sentido de mostrar e não em demonstrar, e a descrição prevê ou supõe um rigor, pois, através da rigorosa descrição é que se pode chegar à essência do fenômeno. 

      A fenomenologia existencial é uma corrente filosófica que considera o ser-no-mundo e entende o sujeito como resultado de relações intersubjetivas. 

     Com a filosofia de Husserl  fica o legado destes conceitos e métodos  para a Psicologia representada por Michael Whertheimer (1880-1943) , torna-se o principal articulista da escola Gestalt, fazendo amplo uso de seus métodos.

    Assim como o Psiquiatra francês Karl Jasper (1883-1969), que também se apropriou da Fenomenologia de Husserl e Ludwig Binswanger (1881-1966), psiquiatra que fundamenta as bases fenomenológicas existenciais e  Medard Boss (1903-1990) Psiquiatra e psicanalista cria a DASEINANÁLISE - Daseinnanalyse, onde vai à análise do ser-aí (Dasein) , com a filosofia de Martin Heidegger (1889-1976). A visão desta linha de pensamento fenomenológico-existencial, não é só a visão da subjetividade, é também a experiência existencial que  deve ser  indissociável de seu mundo, do seu ser aqui e agora.

Jane

Husserl



sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

# A MENTE EM AÇÃO- JOANNA DE ÂNGELIS


"Mais graves que as viroses habituais são aquelas que têm procedência no psiquismo desvairado.

Por ser agente da vida organizada, a mente sadia propicia o desenvolvimento das micropartículas que sustentam com equilíbrio a organização somática, assim como, através de descargas vigorosas, bombardeia os seus centros de atividade, dando curso a desarmonias inumeráveis.

Mentes viciosas e pessimistas geram vírus que se alojam no núcleo das células, e as destruindo se espalham pela corrente sanguínea, dando surgimento a enfermidades soezes.

Além desta funesta realização, interferem na organização imunológica e, afetando-a, facultam a agressão de outros agentes destruidores, que desenvolvem síndromes cruéis e degenerativas.

Além dos vícios que entorpecem os sentimentos relevantes do homem, perturbando-lhe a existência, o tédio e o ciúme, a violência e a queixa, entre outros hábitos perniciosos, são responsáveis pela desestruturação física e emocional da criatura.

O tédio é resultado da ociosidade costumeira da mente acomodada e preguiçosa. Matriz de muitos infortúnios, responde por neuroses estranhas e depressivas, culminando com o suicídio injustificável e covarde. Entregue ao tédio, o paciente transfere responsabilidades e ações para os outros, deixam dose sucumbir na amargura, quando não se envenena pela revolta contra todos e tudo.

A mente, entregue ao ciúme, fomenta acontecimentos que gostaria se realizassem, afim de atormentar-se e atormentar, aprisionando ou perseguindo a sua vítima.
Por sua vez, desconecta os centros de equilíbrio, passando à condição de vapor dissolvente da confiança e do amor.

A violência é distúrbio emocional, que remanesce do primitivismo das origens, facultando o combustível do ódio, que se inflama em incêndio infeliz, a devorar o ser que o proporciona.

Quando isto não ocorre, dispara dardos certeiros nas usinas da emoção, que se destrambelha, gerando vírus perigosos que se instalam no organismo desarticulado e o vencem.

A queixa ressuma como desrespeito ao trabalho e aos valores alheios, sempre pronta a censurar e a fiscalizar os outros, lamentando-se, enquanto vapores tóxicos inutilizam os núcleos da ação, que se enferrujam e perdem a finalidade.

Há todo um complexo de hábitos mentais e vícios morais, prejudiciais, que agridem a vida e a desnaturam.
É indispensável que o homem se resolva por utilizar do admirável arsenal de recursos que possui, aplicando os valores edificantes a serviço da sua felicidade.

Vives consoante pensas e almejas. Consciente ou inconscientemente.
Conforme dirijas a mente, recolherás os resultados.
Possuis todos os recursos ao alcance da vontade.
Canalizando-a para o bem ou para o mal, fruirás saúde ou doença.
Tem em mente, no entanto, que o teu destino é programado pela tua mente e pelos teus atos, dependendo de ti a direção que lhe concedas."

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Felicidade.  Joanna de Ângelis


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

#NÓS FAZEMOS O MUNDO


   Vamos colorir 

"Nós Fazemos o mundo.
Não pense: 
Ninguém me entende... 
Ninguém me ama....
Todos me desprezam..
O mundo está contra mim,,,
O mundo está dentro de você mesmo. As pessoas e o mundo são a imagem que você faz delas.
Se estiver alegre, notará que parecem sorrir para você. Se triste que o evitam. Até a Natureza se lhe afigura hostil.
Não se deixe abater. Deus está esperando sua reação. Ponha em ação as forças que tem.
Deus colocou o mundo dentro de nós para que pudéssemos colori-lo com as próprias tintas."

Lourival Lopes

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

#DE OLHOS FECHADOS - Crônica de ARTUR DA TÁVOLA


     " Há centenas de situações na vida, momentos de espera, uma viagem, uma sesta, enfim, vários, em que podendo fechar os olhos, não o fazemos. E entretanto é uma maravilha.

  Aprendi por mim mesmo a ter dois comportamentos de olhos fechados. Um é o da meditação: deixo fluir o que me vem à mente, sem exercer qualquer controle racional ou pensamento dirigido. O que a mente fizer jorrar como uma fonte de água, é aceito sem censura. Nada de dirigir o pensamento para algo, um problema, uma recordação. A mente em seu fluir errático é que comanda. Às vezes o fluxo começa desordenado e caótico mas com uns dez minutos, tudo vai se ajeitando e a gente pode ou não até entrar no sono fisiológico. O descanso que se segue é inimaginável. No caso de entrar no sono fisiológico, isto é, dormir um pouco ou cochilar, basta um minuto de desligamento total para que um fluxo de energia nos invada, prazenteiro. Mas se não cochilar, tudo bem. O fato de os pensamentos dimanarem livremente tem um potencial enorme de descanso e pacificação. E muitas vezes sem que se tenha fechado os olhos com essa finalidade, aparece magicamente a solução para algo que inquietava ou espoca, naturalmente e sem esforço, uma boa idéia. É formidável.   

  O outro comportamento que aprendi por mim mesmo, de olhos fechados é o do transporte e da sintonia. Aqui, em vez de deixar o pensamento fluir venha como vier, eu cenarizo, sim, faço um cenário imaginário, fixo-o bem na memória, com detalhes, e ali entram coisas, lugares e pessoas reais, vivas ou mortas. Ou então busco uma sintonia com o que me parece ser uma corrente de sintonia proveniente de espíritos de muita luz. E faço, sim, algum esforço de concentração para entrar em sintonia com aquela vida, seja atual ou remota. Por exemplo: certa vez, entrei, numa suave manhã de outono em uma Igreja pequena que existe numa ladeira de Santa Tereza. Ninguém lá. A paz era tanta que jamais me esqueci do fato. Pois de olhos fechados volta e meia retorno à Igreja e lá coloco mentalmente quem desejo, rezamos juntos ou pura e simplesmente apreciamos a paz. Tento reter e ampliar a sensação lá sentida. Retenho. E amplio. E como nesta experiência, repito muitas outras de minha vida. Por exemplo: amei, emocionado, a cidade de Bruges, na Bélgica. Pois para lá me transporto mentalmente, levo quem quero, vivo ou morto e faço um certo esforço (relativo) de recordar ruas passagens, aquele rio, algumas árvores inesquecíveis, converso com as pessoas ou a pessoa a quem levei e ambos vibram em uníssono com um sentimento comum que é mais um assentimento que outra coisa.

   Cito esses poucos exemplos mas possuo dezenas de cenários para onde me transporto de olhos fechados e vivencio tão fortemente que ao voltar para este mundo real chego a sentir pena de interromper a viagem. Terrível é quando chega alguém e interrompe tudo falando comigo ou se sai para a pior das brincadeiras para quem medita: “Acorda, isso não é hora de dormir”. Outro campo maravilhoso para os olhos fechados é a música. Não duvidem. Ouvir música de olhos fechados, deixando o pensamento livre é uma das maiores felicidades da vida.

    E felicidade não é para quem quer. É para quem pode…"


Artur da Távola, o pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsonh Monteiro de Barros, foi um advogado, jornalista, radialista, escritor, professor e político brasileiro. Faleceu em  9 de maio de 2008, Rio de Janeiro.
Achei essa crônica inspiradora, assim como o Artur  fazia, eu também tenho os meus lugares de transporte afetivo e sempre vou  para Berlin, passeio pelas ruas, parques, sento em cada banco de praça que vejo, admiro sua arquitetura, monumentos e lembro das pessoas que via pelo ônibus andando de bicicleta.  Sempre me lembro de uma jovem de bicicleta que sempre usava uma flor na cabeça, uma tiara acho. Do respeito ao trânsito .Chovendo, sem carro vir, os pedestres esperavam o sinal abrir.  Mas  lembro que certo dia,  uma pessoa resolveu furar essa regra e um senhor , já idoso, aguardava conosco o sinal abrir, falou em seu alemão incompreensível várias palavras , que pelo  seu tom  de voz deveria  ser algo bem censurável para aquele ato.

 Vejo sempre um casal  muito bonito, de uns 75 anos os dois, super atléticos, musculosos, chegando  de bicicleta com várias mochilas, acho que estavam mochilando pela Alemanha. Achei o máximo, acompanhei enquanto pude, todos os movimentos deles.  
Outro lugar que sempre visito é a praia de Atafona, em São João da Barra, RJ, as árvores casuarinas, o silêncio cortado pelas ondas fortes do mar, as dunas , o povo cortês.
 Lugares bons para ancorar o espírito, afinal  o pensamento é livre e reabastece-lo de lembranças positivas, afirmativas de afeto e amor nos transporta para o sonhar "acordada",  acessar memórias  projetadas em um  tempo criado por nós.
E quando desperta, as fotografias acendem o encanto, que se  transformam em transportes novamente.
Creio que cada um deve ter o seu refúgio  de paz,  de memórias afetivas , de conversar com elas. É tão reconfortante.
Jane

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

#AOS VELHOS... De Rubem Alves

   


   O tempo se mede com batidas. Pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração. Os gregos, mais sensíveis do que nós, tinham duas palavras diferentes para indicar esses dois tempos. Ao tempo que se mede com as batidas do relógio - embora eles não tivessem relógios como os nossos - eles davam o nome de "chronos". Daí a palavra "cronômetro". O pêndulo do relógio oscila numa absoluta indiferença à vida. Com suas batidas vai dividindo o tempo em pedaços iguais: horas, minutos, segundos. A cada quarto de hora soa o mesmo carrilhão, indiferente à vida e à morte, ao riso e ao choro.

    Agora os cronômetros partem o tempo em fatias ainda menores, que o corpo é incapaz de perceber. Centésimos de segundo: que posso sentir num centésimo de segundo? Que posso viver num centésimo de segundo? Diz Ricardo Reis, no seu poema "Mestre, são plácidas..." (que todo dia rezo): "Não há tristezas nem alegrias na nossa vida..."    Estranho, que ele diga isso. Mas diz certo: o tempo do relógio é indiferente às tristezas e alegrias. Há, entretanto, o tempo que se mede com as batidas do coração. Ao coração falta a precisão dos cronômetros. Suas batidas dançam ao ritmo da vida - e da morte. Por vezes tranqüilo, de repente se agita, tocado pelo medo ou pelo amor. Dá saltos. Tropeça. Trina. Retorna à rotina. A esse tempo de vida os gregos davam o nome de "kairós" - para o qual não temos correspondente: nossa civilização tem palavras para dizer o tempo dos relógios: a ciência.

   Mas perdeu as palavras para dizer o tempo do coração. "Chronos" é um tempo sem surpresas: a próxima música do carrilhão do relógio de parede acontecerá no exato segundo previsto. "Kairós", ao contrário, vive de surpresas. Nunca se sabe quando sua música vai soar. Foi o aniversário da Mariana, minha neta. O relógio me diz, com precisão, o número de segundos decorridos desde o seu nascimento. Mas o meu coração nada sabe sobre esses números. E, se souber, os números não me dirão nada. Quando eu me lembro, é como se tivesse acabado de acontecer.
 
   Disso sabia o Riobaldo, herói do Grande Sertão - Veredas, jagunço. Sabia, sem saber, que "chronos" não se mistura com "kairós": "A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os outros acho que nem não misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo as coisas de rasa importância."
 
   Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras, de recente data." O Sérgio, meu filho, pai da Mariana, me contou que olhando para uma fotografia dela, quase mocinha, de repente compreendeu que estava ficando velho. Claro que ele sabe da idade dele. É só fazer as contas. Quem sabe somar e multiplicar tem a chave para entender as medições de "chronos".
 
   Além disso, havia o espelho: na sua imagem refletida estão as marcas da passagem do tempo, inclusive o cabelo, já branco, antes da hora. Mas o coração dele ainda não havia percebido. Coração não entende "chronos". Coração entende vida. Foi o fotografia da filha, menina que já tem nove anos, que de repente lhe produziu "satori": o terceiro olho dele se abriu, ele ficou iluminado: viu-se velho. Sentiu que o tempo passara pelo seu próprio corpo, deixando-o marcado. E chorou. Riobaldo de novo: "Toda saudade é uma espécie de velhice".
 
  Velhice não se mede pelos números do "chronos"; ela se mede por saudade. Saudade é o corpo brigando com o "chronos". De novo o mesmo poema do Ricardo Reis: ele fala do "... deus atroz que os próprios filhos devora sempre". "Chronos" é o deus terrível que vai comendo a gente e as coisas que a gente ama. A saudade cresce no corpo no lugar onde "chronos" mordeu. É um testemunho da nossa condição de mutilados - um tipo de prótese que dói
 
  "Kairós" mede a vida pelas pulsações do amor. O amor não suporta perder o que se amou: a filha nenezinho, no colo, no meu colo, nenezinho e colo que o tempo levou - mas eu gostaria que não tivessem sido levados! Estão na fotografia, essa invenção que se inventou para enganar o "chronos", pelo congelamento do instante. 
 
  "Chronos" me diz que eu nada possuo. Nem mesmo o meu corpo. Se não possuo o meu próprio corpo - o espelho e a fotografia confirmam - como posso pretender possuir coisas com esse corpo que não possuo? Heráclito foi um filósofo grego que se deixou fascinar pelo tempo. Ele era fascinado pelo rio. Contemplava o rio e via que tudo é rio. Como Vaseduva, o barqueiro que ensinou Sidarta. Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo... Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar.
 
  Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: "Tempo é criança brincando, jogando."  Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas eu sei que as crianças odeiam "chronos", odeiam as ordens que vêm dos relógios. O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado. Mas as crianças só reconhecem, como marcadores do seu tempo, os seus próprios corpos. As crianças não usam relógios para marcar tempo; usam relógios como brinquedos. Brinquedo é o tempo do prazer: corpo com asas.

  Que maravilhosa transformação: usar a máquina medidora do tempo para subverter o tempo. Criança é "kairós" brincando com o "chronos", como se ele fosse bolhas de sabão... O ano chega ao fim. Ficou velho. "Chronos" faz as somas e me diz que eu também fiquei mais velho. Faço as subtrações e percebo de que me resta cada vez menos tempo.. Fico triste: saudade antes da hora.
 
   A Raquel, quando tinha três anos, me acordou para saber se quando eu morresse eu iria ficar triste! Lembro-me do verso da ... Cecília (Meireles), para a avó: "Tu eras uma ausência que se demorava, uma despedida pronta a cumprir-se..." Aí "kairós" vem em meu socorro, para espantar a tristeza. Me diz que o tempo é uma criança. Me convida a brincar com "chronos". Brinquedo é tempo sem passado, tempo sem futuro, presente puro - a eternidade num momento. "Que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure": Vinícius escreveu esse verso para a namorada. Mas é verdadeiro para toda a vida.
 
   Afinal de contas, a vida tem de ser uma namorada. O amor vale pelo momento. Não se mede pelo número das batidas do relógio. Não se mede pelo número de anos vividos. Cada momento de brinquedo é uma eternidade completa. Nesse 31 de dezembro, quando "Chronos", deus atroz, escancarar a sua bocarra para me devorar, dizendo que estou velho, eu me rirei dele: virarei criança, começarei a brincar e ele fugirá com o rabo no meio das pernas...”


Parte do livro: "As Cores do Crepúsculo – A estética do envelhecer


Rubem Alves Azevedo,  falecido em 2014 com 80 anos,  foi teólogo brasileiro, filósofo, educador, escritor e psicanalista. Alves nasceu em Boa Esperança, Minas Gerais. Ele foi um dos fundadores da Teologia da Libertação.









terça-feira, 16 de novembro de 2021

# VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO UM RECORTE NA PANDEMIA COVID 19

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 1. O ISOLAMENTO SOCIAL E A VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR

          A pandemia de covid-19 trouxe um aumento nos casos de violências contra a população idosa.  

        A pandemia em seu início com  o isolamento social   revelou  algumas repercussões negativas para a nossa saúde mental,  social,  e tantos outros aspectos  no campo relacional e econômico, apesar de extremamente necessário para contenção do vírus, logo no início da pandemia, seguido de outros cuidados essenciais como uso de máscara, distanciamento social e uso de álcool gel. É a nossa sobrevivência neste cenário ainda pandêmico.

      Dentre os aspectos que a pandemia nos afeta  destacamos o aumento da violência intrafamiliar contra crianças, adolescentes e mulheres.  A violência contra a pessoa idosa (VCPI) durante a pandemia também vem entrando na pauta das preocupações das políticas públicas, pois está havendo um aumento considerável de denúncias .

2. ESTATÍSTICA DE VCI DE 2019/2020:

     De acordo com dados disponibilizados pelo Disque 100, 2019 para 2020 o número de chamadas para reportar algum tipo de violência contra o idoso foi de 48,5 mil para cerca de 77 mil denúncias; houve um aumento de 53% no número de denúncias.

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3. NO AUGE DA PANDEMIA INÍCIO DE 2021 AUMENTA O NÚMERO DE VIOLÊNCIA CONTRA  O IDOSO.

     Já em 2021 o Ouvidor Nacional dos Direitos Humanos, relata que, já foram 37 mil notificações de violência contra os idosos, 29 mil delas sobre violência física. 

    A maior parte das vítimas tem entre 70 e 74 anos, 68% são do sexo feminino e 47% dos agressores são os filhos. As ocorrências mais frequentes são maus tratos, exposição a risco à saúde e constrangimento.

   A violência patrimonial, responsável por 9 mil denúncias . A maioria dos casos, segundo, envolvem utilização do cartão de crédito do idoso, empréstimos e transferência de propriedades.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

4- MEDIDAS PROTETIVAS   E   JUDICIAIS PARA OS  IDOSOS

As medidas protetivas previstas no EI ( Estatuto do Idoso) são de largo alcance e de caráter multidisciplinar, abrangendo também o encaminhamento para atendimento na área médica, da assistência social, psicologia e trabalho.

     Estas medidas abrangem tanto o idoso como os demais familiares ou acompanhantes que residem junto com aquele.

   Porém em muitos casos de violência ou maus-tratos doméstico ao idoso, são necessárias medidas judiciais coercitivas e criminalizadoras contra os agressores. 

  Importante ressaltar a Operação Vetus I,  que atua com a Polícia civil em todo país, no combate a violência  contra idosos, ação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

  Iniciada em 2020, devido ao aumento crescente de denúncias,  apurou mais de 13 mil denúncias e resultou na prisão de mais de 570 agressores em todo o país. 

   O trabalho também prevê a instauração e conclusão de inquéritos, visitas a abrigos e residências de vítimas, cumprimento de mandados e medidas protetivas.

   A segunda etapa Vetus II está em andamento em 2021.


5-  A VIOLÊNCIA É UM PROCESSO SOCIAL RELACIONAL COMPLEXO E DIVERSO E QUE ATINGE COM MAIS IMPACTO O IDOSO EM FUNÇÃO DE SUA VULNERABILIDADE.

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6- PROTEGENDO NOSSOS IDOSOS :

A importância de Compreendermos para combater a violência.

   A importância de reconhecermos os sinais da violência contra o idoso.

  Criarmos um espaço de acolhimento.

Sabermos onde denunciar a violência contra o idoso.

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7-  AO LONGO DO TEMPO FOI IMPOSTO AO IDOSO  UM LUGAR SOCIAL DE INVISIBILIDADE.

ALGUMAS QUESTÕES PARA PENSARMOS :


*COMO NOSSA SOCIEDADE VÊ A DIMENSÃO SOCIAL DA VELHICE 


*COMO A CATEGORIA SOCIAL, AS DESIGUALDADES SOCIAIS  INTERFEREM NESTAS RELAÇÕES DE PODER


*COMO A DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL DA VELHICE É REFORÇADA SOCIALMENTE


* COMO É BANALIZADA, CALADA, SILENCIADA  PELA SOCIEDADE E FAMÍLIA SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA, ABANDONO, NEGLIGÊNCIA COM ABUSOS


*COMO AS POLÍTICAS PÚBLICAS ESTÃO SE MOBILIZANDO PARA

ATENDE-LOS


*E O PLANEJAMENTO PARA O  FUTURO DE 2050, COM PROJEÇÃO DE  30% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA IDOSA


“ O TEMPO SOBRE O HOMEM, A VELHICE .

O VELHO NÃO TEM ARMAS E NÓS TEMOS QUE LUTAR POR ELES, POIS SÃO A FONTE DE ONDE JORRA A ESSÊNCIA DA CULTURA, PONTO ONDE O PASSADO SE CONSERVA E O PRESENTE SE PREPARA “ 


MARILENA CHAUÍ


Jane

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

#EDUCAÇÃO POSSÍVEL COM : PESTALOZZI -DIESTERWEG- PAULO FREIRE E XESUS JARES.

  •  "A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação. É atividade."

Johann Heinrich Pestalozzi
       Johann Heinrich Pestalozzi , nasceu em Zurique, 12 janeiro de 1746 , faleceu em Brugg em 17 de fevereiro de 1827.
       Antecipando concepções do movimento da Escola Nova, que só surgiria na virada do século 19 para o 20.
     Pestalozzi afirmava que a função principal do ensino é levar as crianças a desenvolver suas habilidades naturais e inatas. "Segundo ele, o amor deflagra o processo de auto-educação", diz a escritora Dora Incontri.
     Outro significativo autor  para a educação é Friedrich Adolph Wilhelm Diesterweg (29 de outubro de 1790 em Siegen - 7 de julho de 1866 em Berlim ).
   Foi um educador , pensador e político liberal progressista alemão. Contemporâneo de Pestalozzi, de onde queremos abordar o surgimento da Pedagogia Social com ele.
      Em seu esforço para reformar a escolaridade, Diesterweg queria remover a influência política e religiosa no próprio ensino e, em vez disso, envolver mais um fator social. 
   Ele acreditava na disponibilidade da educação: “primeiro educa os homens, antes de se preocupar com a sua formação profissional ou de classe, porque]o proletário e o camponês devem ambos ser educados para se tornarem seres humanos”; ele também acreditava que, por meio da educação, os pobres poderiam ser ajudados. 
     Queria a profissionalização dos professores do Estado e lutou pela autonomia relativa das escolas; ele também influenciou os professores da época por meio de seu jornal Rheinische Blätter .
    Ele escreveu 50 livros e publicou cerca de 400 artigos.
    Adolph Diesterweg, que conceitua o termo Pedagogia Social pela primeira vez em 1850, embora a expressão já aparecesse em 1844 nos trabalhos de Magweer.
   A Pedagogia Social surgiu depois da revolução industrial, em França, e é entre as duas grandes Guerras, devido á necessidade de intervir junto de uma população mais jovem e com problemas sociais, que se anuncia o aparecimento da Pedagogia Social.
       Pedagogia Social é uma ciência da educação social, dirigida a indivíduos e grupos e na qual se centraliza nos problemas humanos e sociais, na qual podem ser tratados a partir de empenho educativo, é uma ciência do trabalho social a partir de uma perspectiva educativa, socioeducativa.
        A  Pedagogia Social como uma das áreas no campo, do Trabalho Social, envolve-se numa série de especialidades como por exemplo, atenção à infância com problemas (abandono, ambiente familiar desestruturado...); prevenção e tratamento das toxicomanias e do alcoolismo; prevenção da delinqüência juvenil. (reeducação dos dissocializados); educação de adultos, entre outros.
     Destacam-se os modelos de educação popular com a abordagem teórica desenvolvida por Paulo Freire para a educação de adultos, na década de 60.
    A pedagogia de Freire difundiu-se e influenciou nas campanhas de alfabetização e na educação em geral. Com uma pedagogia “não autoritária”, a pedagogia do oprimido tem como objetivo central a “conscientização” como condição para transformação social, implicações políticas que transcendem a educação escolar registra Torres (1992) 
     Pode-se afirmar que Paulo Freire é o representante nacional da Pedagogia Social e que sua obra é reconhecida internacionalmente nesta perspectiva.
     Movimentos estes que deram suporte para surgimento da Pedagogia da Convivência, com   XESUS JARES , que faleceu em 2008. Era professor catedrático da Universidade A CORUÑA, Espanha. Em 1983 fundou o coletivo Educadores pela Paz da Nova escola Galega.
      Nos convidando a refletir que:

"Pedagogia da convivência' é um convite ao diálogo, à reflexão crítica e à participação global sobre um tema fundamental para nosso modelo educativo e social - afirmar a necessidade e a possibilidade de educar para a convivência a partir de critérios democráticos. Respeito, direitos humanos, ternura, diálogo, solidariedade e esperança são alguns dos marcos e conteúdos que viabilizam um convívio edificante e promissor, capaz de orientar as energias vitais e cognitivas tanto de educandos quanto de professores, indivíduos, grupos e comunidades. 
     Na perspectiva do autor, as famílias têm de ser o primeiro laboratório de resolução não violenta de conflitos, para o qual é necessário qualificar a capacidade de escuta e percepção de uma situação por diferentes ângulos, considerando sempre o contexto, os protagonistas e os valores que estão envolvidos nela."

   A pergunta que fica nesta perspectiva é: Que convivência nós aspiramos viver e para qual queremos educar?
  Para Jares, esse modelo seria de uma convivência democrática, pautada no Estado de Direito assentado na justiça social, além do cumprimento de todos os Direitos Humanos de maneira universal. 

Jane



terça-feira, 9 de novembro de 2021

#O OTIMISMO É MELHOR COMBUSTÍVEL PARA NOSSO CARRO MENTAL

  


 " Precisamos atender às nossas palavras, pois elas exercem uma pressão muito forte em nosso subconsciente.

   Quando falamos só em doenças e debilidades, tendemos a acreditar nelas e esse conceito tem propensão a se tornar realidade.

    O inverso não é menos verdadeiro. 

   Quando falamos em saúde, paz e prosperidade, acontece o mesmo, esses conceitos são gravados nos registros mentais e também podem se manifestar em nossa vida.

   Tudo que enviamos ao nosso interior regularmente por meio de afirmações tende  a se tornar lei para nossa existência e será o combustível  que nos levará pelos caminhos da vida."

Humberto Pazian 

Livro Para Viver Bem- página 91

domingo, 31 de outubro de 2021

#ARISTÓTELES -SILOGISMO E EDUCAÇÃO - PARTE II

       

     Platão e Aristóteles em recorte do plano central da Escola de Atenas, pintura renascentista de Rafael Sanzio.

    Lá em Atenas do século IV a.C. haviam duas instituições de ensino para os jovens que buscavam uma formação superior que permitisse exercer uma atividade pública. Do lado dos sofistas, Isócrates propunha capacitar o aluno a emitir opiniões prováveis sobre coisas úteis.
    Contrário a esta proposta, Platão ensinava os fundamentos para a ação como investigação científica, com enfoque nos estudos matemáticas. Aristóteles optou pela Academia de Platão, que entendia a atividade humana correta quando sustentada por uma episteme (ciência), fundamentos da realidade de uma determinada ação, muito distante das decisões baseadas em opiniões.

    Segundo Aristóteles, a educação é fundamental, uma vez que desenvolve a segurança e a saúde do Estado. Assim, a educação, para ele, tem por fim a cidade perfeita e o cidadão feliz.
 

    Já havia aquela época  uma relação entre política e educação na Grécia antiga.

   Na Política de Aristóteles, o homem é definido como um ser cível que é por natureza levado a viver em sociedade. O homem só terá vida plena se inserido em uma cidade-Estado, pois essa é condição indispensável para sua existência.

        A Pólis é um organismo vivo, cujo fim é assegurar as necessidades materiais para a sobrevivência do homem e uma vida intelectual melhor.

     Logo, todo indivíduo possui seu fim último ligado à Pólis, visto ser no interior desta que serão determinadas as suas atividades.

    Existe uma unidade orgânica entre a natureza política do indivíduo e o Estado e consequentemente  isto reflete na  EDUCAÇÃO de seu povo.

   Grande parte da obra que originou o legado aristotélico se desenvolveu em oposição à filosofia de Platão, seu mestre e fundador da Academia ateniense, que Aristóteles frequentou durante duas décadas. Posteriormente, ele fundaria uma escola própria, o Liceu. 

    Uma das duas grandes inovações de Aristóteles em relação ao antecessor Platão, foi negar a existência de um mundo supra-real, onde residiriam as idéias. 

    Para Aristóteles, ao contrário, o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance de todos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos - ou entre a supremacia das idéias (idealismo) ou das coisas (realismo) - marcaria para sempre o pensamento ocidental.

    Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver bem.

      Para Aristóteles, em seu método o silogismo apresenta três principais características: mediado, dedutivo e necessário. A mediação se faz presente porque utiliza o raciocínio para a compreensão do plano real.   
   A dedução, por sua vez, parte de preposições universais para alcançar outras premissas verdadeiras. Já a necessidade estabelece uma ligação entre as premissas.

   Silogismo, que tem origem na palavra grega syllogismos (“conclusão” ou “inferência”), é uma forma de raciocínio baseada na dedução. Esta linha de pensamento, criada pelo filósofo Aristóteles, utiliza duas preposições iniciais para se chegar a uma terceira, que no caso é a conclusão. Em contrapartida  a  falácia  é conhecida como o “falso silogismo”, pois caracteriza-se por uma falha no raciocínio.

   Além dessas propriedades, é formado por termos que compõem três proposições distintas:


  • Primeira premissa: chamada de premissa maior, funciona como uma afirmação geral. É constituída pelo termo maior e o termo médio.
  • Segunda premissa: definida como premissa menor, é uma afirmação específica. Inclui o termo médio e o termo menor.
  • Conclusão: determina a relação lógica entre as duas premissas anteriores, pois elas servem de evidência. E, por isso, engloba os termos maior e menor. 

 Exemplo: 


“Todos os homens são mortais. (Premissa maior)
 Sócrates é homem. (Premissa menor)
 Logo, Sócrates é mortal.” (Conclusão)

      Concluindo brevemente, segundo Aristóteles, a educação é fundamental, uma vez que desenvolve a segurança e a saúde do Estado. Assim, a educação, para ele, tem por fim a cidade perfeita e o cidadão feliz.

    Que fizemos com a  noção de Educação do século IV Antes de Cristo na  proposta  de  Aristóteles  até hoje ...
🙈🙉🙊

   Naturalmente muitos outros educadores, pensadores da educação trouxeram suas contribuições, novos saberes, mas as ideologias e interesses de uma  educação de massa no Brasil criou raízes em detrimento do florescer do SABER criativo, emancipatório, libertador, que foi perdendo espaço,  apesar da resistência e grandes esforços dos sindicatos da educação,  mobilização da sociedade civil em busca de boa educação entre outras organizações políticas, Organização Sociedade Civil, entidades filantrópicas.... de visão libertária,  continuam na luta PRÓ EDUCAÇÃO DE QUALIDADE , SALÁRIOS DIGNOS PARA OS PROFESSORES, ESCOLAS E UNIVERSIDADES  EM BOM ESTADO DE  CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO EM SUAS INSTALAÇÕES FÍSICAS, LABORATÓRIOS PARA PESQUISAS EQUIPADOS E MAIS  VERBAS PARA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA JÁ !!!!!
     Concluo com essa estatística abaixo, mas creio que as subnotificações são imensas,  até pelas dimensões continentais de nosso país, e outras questões a mais. 
    Quem sabe não cheguemos de fato perto de 15 milhões de iletrados 
...... será 
     O Brasil tem 11 milhões de analfabetos, aponta IBGE. (2020) 

     Tendo em vista que a população brasileira está em 213,3 milhões de habitantes, data de referência julho 2021, segundo a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
     É importante ressaltar que o analfabetismo cresce à medida que se coloca uma lupa sobre os grupos de pessoas mais velhas, as desigualdades sociais e a falta de políticas públicas voltadas para PNE (Plano Nacional de Educação)  como  mostram os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) dados de 2020:
.  Taxa é de 6,6% para brasileiros com 15 anos ou mais
.  Taxa de 7,9% para a população com 25 anos ou mais
.  Taxa de  11,1% para aqueles com 40 anos ou mais
 . Taxa de 18% entre os brasileiros com mais de 60 anos.

Plagiando o querido Aristóteles, faço meu singelo Silogismo :

Todos os homens tem direito à Educação.
Eu sou  humano.
Logo, eu sou  sujeito de direito à Educação.


   Jane