sexta-feira, 31 de outubro de 2014

#O SOPRO . POESIA .





Frágil leveza do ser
Sopro que expira o ar
Que retorna sem respostas
Significados que se consolidaram
E novos signos que nos arrombam o sopro
Do pouco ar que nos resta
Respirar, respirar
Pensar, pensar
Nada entender neste meio tempo centesimal
Que aponta para o contínuo movimento orbital
Perdendo-se no universo de perguntas
E no limitado entendimento da transitoriedade 
Na  infinita finitude que ainda habita em nós,
Quero respostas....

Jane.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Bossa nova - ÁGUAS DE MARÇO - TOM JOBIM E ELIS REGINA




É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumueira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Pau, pedra, fim, caminho
Resto, toco, pouco, sozinho
Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração.

ESSA MÚSICA É LINDA !!!!!! CANTA AÍ ELIS !!!! ELISNDA !!!!!!!!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

# Borboleta da flor magenta



Suas asas  miudamente encantam estrelas
Maestria de notas infinitesimais
Melodicamente alegram meus matinais
As batidas  de seu  voo espanta minhas mazelas.
Encontro com os arcanjos
Átomos que se misturam
Matéria a expandir,
Risca o céu a decidir
Sinalizando  que  também vou eclodir.

Casulo que se fez   luz
Da gruta escura a coragem venceu
Prenúncio de um sonho
Fantasia de um amor
Certeza de um profeta
Dança de um místico
Inspiração de um pintor
Leveza de um poeta, 
Tantas escolhas.

Dançou você nos ares que vi
Tanta beleza assim
Tanta brevidade sim
Anúncio de novos tempos
Transição de tantos evos
Pousa em todos os campos, livre,
Enfrentando todos os ventos
Sem distinção de povos
a todo momento multiplica e fecunda.


Sua maestria alegra a tarde cinzenta
Mimosa, voa lenta,
Pousando na flor magenta.
Sinfonia silenciosa
Marca um olhar
Congela um suspiro
Marca a alma .
Volto para casa com a sensação
Que a flor de amanhã 
Já nasceu hoje
Tudo floresce, 
Tudo desabrocha.

     Jane