Uma experiência transpessoal envolve uma expansão e extensão dos limites acanhados de nossa consciência ,é algo que vai muito além do que conceituamos de tempo e espaço, ego e self. Capra viveu este momento quando nos relata logo abaixo sua experiência. Deve ser muito bom participar desta dança cósmica....Eu quero...e você ?
Fritjof
Capra, que fez pesquisa em física de alta energia, na Universidade de Paris, na
Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e em várias outras universidades,
começa seu famoso livro o Tao da Física, explicando como uma experiência
transpessoal, o levou a descobrir experiencialmente as “verdades” da física
moderna:
“Há cinco anos eu tive uma experiência
muito bela a qual me colocou no caminho que acabaria por resultar neste livro.
Eu estava sentado na praia, em uma tarde, já no fim do verão, e observava o
movimento das ondas, sentindo ao mesmo tempo o ritmo de minha própria
respiração. Nesse momento, subitamente, apercebi-me intensamente do ambiente
que me cercava: este se me afigurava como se participasse de uma gigantesca
dança cósmica. Como físico, eu sabia que a areia, as rochas, a água e o ar a
meu redor eram feitos de moléculas e átomos em vibração e que tais moléculas e
átomos, por seu turno consistiam em partículas que interagiam entre si através
da criação e da destruição de outras partículas. Sabia, igualmente, que a
atmosfera da Terra era permanentemente bombardeada por chuvas de “raios
cósmicos”, partículas de alta energia e que sofriam múltiplas colisões à medida
que penetravam na atmosfera. Tudo isso me era familiar em razão de minha
pesquisa em Física de alta energia; até aquele momento, porém, tudo isso me
chegara apenas de gráficos, diagramas e teorias matemáticas. Sentado na praia,
senti que minhas experiências anteriores adquiriam vida. Assim, “vi” cascatas
de energia cósmicas provenientes do espaço exterior, cascatas nas quais, em
pulsações rítmicas, partículas eram criadas e destruídas. “Vi” os átomos dos
elementos - bem como aqueles pertencentes a meu próprio corpo - participarem
desta dança cósmica de energia. Senti o seu ritmo e “ouvi” o seu som” (Capra,
1975).