A raiva é
uma das emoções mais presentes na vida moderna, parte natural do nosso processo de maturidade emocional. A raiva é um estado de humor, uma dificuldade em lidar com o acúmulo de estresse
diário ou com situações de perdas. É uma resposta natural, adaptativa a
situações em que o indivíduo está diante de um grande perigo ou algo
indesejado.
Não há quem já não tenha
sido vítima da raiva. Todos os dias nos deparamos com diversas pessoas, no
trabalho, no trânsito, nas conversações cotidianas...sendo estas as mais
diversas, portadoras dos mais variados estados de ânimo. Não raro, alguma
palavra mal empregada, algum tom de voz equivocado, e então nos sentimos
ofendidos, tendo a raiva como reação imediata.
A raiva acompanhada da
intolerância tomam conta de nossos sentidos. Achamos que tudo é culpa do outro,
nos escondendo em escafandros, onde na verdade deveríamos nos desnudar, entendermos a nossa incompetência emocional em assumir
nossos sentimentos ,o que nos causa muito sofrimento.
Neste processo natural de compreensão de nossa
sombra, na busca de nossa individuação, nos perdemos deste elo da cadeia da
evolução de nossa psique, a nossa luz se esconde, e começamos a desenvolver a raiva de nós mesmos e do mundo, deixando
prevalecer a nossa sombra.
Esteja muito bem escondida dentro de nós ou
sendo expressa violentamente, ela nos incomoda e provoca culpa. Afinal, quem
gosta de estar perto de alguém que sente raiva, ou quem gosta de estar com este sentimento
preso em seu psiquismo ?
O que mais gera raiva dentro de nós é o
nosso sentimento de impotência frente a nossa falha em controlar uma pessoa,
uma situação ou a nós mesmos
ESTES SENTIMENTOS GERAM MUITA TENSÃO, ESGOTANDO A NOSSA ENERGIA PSÍQUICA.
Por isso,
quando sentirmos raiva, é bom perguntar-nos: "o que estou querendo controlar?" e aceite que não cabe a
você dominar a situação ou quem quer que seja. Tente se adaptar, relaxe e
encontre outras formas de resolver o que precisa.
É sempre bom pensarmos que :Importante é não negar a raiva. Ela está ali, existe, portanto , aceite-a ; canalize a raiva para algo positivo, procure o seu prazer em fazer algo que goste, pintar, desenhar, costurar..enfim quantas coisas podemos fazer e por fim , não culpe ninguém pelo que você está sentindo, isto faz parte de sua vivência, de suas emoções, logo você tem que dar conta disto.
Joanna de Ângelis nos diz : Como impedir que esta
sensação inquietante se alastre e não ocupe mais espaços na nossa mente e
sentimentos?
E ela responde : Primeiro
passo a ser dado é a aceitação de se estar sentindo raiva. Não há motivos para
nos envergonharmos da raiva e do fato de senti-la. Camuflá-la perante atitudes
de falsa humildade e santificação são atitudes de quem ilude a si próprio,
optando pelo parecer em detrimento do ser.
Em seguida devemos nos indagar: “
Por que fiquei tão bravo ou brava com a atitude daquela pessoa? Por que me
deixei atingir tanto? O que esta pessoa fez de tão desagradável a ponto de
conseguir me desequilibrar o restante do dia?”
Neste momento inicia-se
a racionalização da raiva, e então é que percebemos que nós
mesmos tivemos uma participação ativa na sua elaboração. Não foi o
outro que produziu raiva em mim, pois somos nós que
estamos sentindo raiva, logo nós mesmos a produzimos. Está em nós a sua origem
e não no exterior.
A partir desse momento nós começamos a
perceber que na verdade a sensação de inferioridade ou
de ofensa não foi produzida pelo outro, ela já existia dentro
de nós. Seria como se a palavra empregada fosse a chave certa para uma
determinada idéia existente dentro de nós mesmos – ela já estava ali –
bastava acioná-la.
Decorre daí o enunciado de Joanna de Ângelis,
de que “a raiva é o lançamento de uma cortina de fumaça sobre nossos próprios
defeitos, a fim de que eles não sejam percebidos pelos outros”, sendo que
quanto maior for o complexo de inferioridade da pessoa, mais vulnerável ela
será a tudo o que for direcionado a ela do mundo exterior.
A felicidade é um estado consequente .
Jane