terça-feira, 19 de maio de 2015

#Lenda Filtro dos Sonhos e Mandala .


Conta uma velha lenda dos nativos norte-americanos, que um velho índio ao fazer uma Busca da Visão no topo de uma montanha, lhe apareceu IKTOMI, a aranha, e 
comunicou-se em linguagem sagrada. 
A Aranha pegou um aro de cipó e começou a tecer uma teia com cabelo de cavalo e as oferendas recebidas

   Enquanto tecia, o espírito da Aranha falou sobre os ciclos da vida, do nascimento á morte e das boas e más forças que atuam sobre nós em cada uma dessas fases. Ela dizia :
"Se você trabalhar com forças boas, será guiado na direção certa e entrará em harmonia com a natureza. Do contrário, irá para direção que causará dor e infortúnios".
No final a Aranha devolveu ao velho índio o aro de cipó com uma teia no centro 
dizendo-lhe:
  "No centro está a teia que representa o ciclo da vida. Use-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas idéias, sonhos e visões. Eles vem de um lugar chamado Espírito do Mundo que se ocupa do ar da noite com sonhos bons e ruins. A teia quando pendurada se move livremente e consegue pegar sonhos, quando eles ainda estão no ar. Os bons sonhos sabem o caminho e deslizam suavemente pelas penas até alcançar quem está dormindo. Já os ruins ficam presos no círculo até o nascer do sol, e desaparecem com a primeira luz do novo dia"

   Surge assim o filtro dos sonhos, um instrumento de poder para assegurar bons sonhos , como nos revela a lenda.
Geralmente são colocados onde a luz bate pela manhã, em frente a janela. Os nativos nos ensinam que os sonhos passam pelo furo no centro e os maus sonhos ficam presos na teia e se dissipam à luz do amanhecer.

     O filtro dos sonhos é  uma  representação da mandala. Segundo Jung, a mandala se encontra na própria alma humana, aparecendo nos sonhos e em diversas imagens criadas pelo nosso inconsciente. 
   Representa, o Círculo da Vida. As rodas, ou círculos, representam a totalidade. O círculo é o símbolo do Sol, do Céu e da Eternidade. No simbolismo ancestral o círculo é o símbolo do espaço infinito, sem começo e sem fim. Qualquer que seja a representação simbólica em qualquer era e em qualquer cultura, um Círculo do Divino que serve como um espelho, onde podemos ver o reflexo do Universo que contém a totalidade, trabalhando para o entendimento das leis cósmicas da vida.
                                  
   Sua representação evoca a  nossa essência espiritual para compreendermos  melhor a "teia da vida", para tirarmos proveito desta lenda e evocarmos a nossa criatividade , espiritualidade, imaginação e o amor. Ele nos Inspira a  dilatar nossa visão e acelerar a nossa  vontade para trazermos nossos sonhos até a realidade, superando assim, nossas amarras do ego, e abrindo espaços para o SELF.

Tomaz Lima - Além dos Sonhos 
(beyond the dreams --- oder,  über die Träumer )
Music for relaxation and meditation
É um bom instrumento para ser trabalhado no Ateliê de Arteterapia. Construir o filtro dos sonhos e deixar-se levar em suas teias para o mais profundo de nosso inconsciente, trazendo a consciência os materiais ali alocados e deixar fluir  nosso processo de auto conhecimento.
Que venham os bons sonhos !!!


Jane

domingo, 10 de maio de 2015

#Feliz dia das mães !! #felizdiadasmães




                                                                Poesia de Maria Dolores - Recebida por Francisco Xavier

MÃE
Procurei ansiosamente
Um símbolo do amor de Deus no mundo,
Carinho permanente,
Amor que nada mais pedisse à vida,
A fim de estar contente,
Que o dom de ser amor sublimado e profundo.
Vi o Sol trabalhando sem cansaço
Doando-se sem pausa, alto e bendito,
O astro imenso, porém, pedia espaço,
De maneira a brilhar nas telas do Infinito.
Julguei achar na fonte esse traço perfeito,
Fitando-lhe a corrente a servir sem parar,
Mas a fonte exigia a hospedagem do leito
A fim de prosseguir à procura do mar.
Fui à árvore amiga e anotei-lhe a lição:
Conquanto a se entregar tanto aos bons,
quanto aos frutos,
Precisa defesa e vínculos no chão
Ao fornecer, sem paga, a riqueza dos frutos.
Vi a abelha no favo a pedir mel às flores,
Nuvens para servir solicitando alturas,
Escolas em função buscando professores
E o lar para ser lar exigindo estruturas.
Toda força do bem que ao bem se entregue
Em bondade constante e em contínua grandeza,
Assegura-se, vive, auxilia e prossegue,
Algo requisitando ao Mundo e à Natureza.
Em ti, unicamente, Mãe querida,
Encontro o amor que nasce e cresce, em suma,
No sacrifício pura, acalentando a vida,
Sem reclamar da Terra cousa alguma.
Eis porque sobre todo amor que existe
As Mães são guias, anjos, cireneus,
Cujo brilho por si só nos protege e persiste
Em ser somente amor, no excelso amor de Deus.
Estrela, Deus te guarde em teu fulgor celeste! …
Agradeço-te a luz, o carinho e o perdão …
Bendita sejas, Mãe, porque me deste
A presença de Deus no coração.
A todas as mães um feliz dia ! 
 Que o presente maravilhoso que Deus nos emprestou, nosso filho querido, seja sempre um brilho que nos indica o reflexo do Criador , a nos convidar para juntos iluminarmos o mundo , semeando as nossas melhores sementes que germinarão com o amor regado no cadinho de cada dia. 
Abraço afetuoso a todas as mães !
Jane

segunda-feira, 6 de abril de 2015

#NELSON MANDELA , ELE TINHA FOCO !


"NINGUÉM NASCE ODIANDO UMA PESSOA POR SUA COR DE PELE OU RELIGIÃO.
PESSOAS SÃO ENSINADAS A ODIAR. E SE ELAS APRENDEM A ODIAR, ELAS PODEM SER ENSINADAS A AMAR. "

NELSON MANDELA 
1918 - 2013

ÍCONE MUNDIAL DA LUTA PELA IGUALDADE SOCIAL. fOI O PRIMEIRO PRESIDENTE NEGRO DA ÁFRICA DO SUL. ELEITO APÓS 27 ANOS PRESO E GANHOU O PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 1993.

Não importa a cor da letra, o significado é o mesmo.

"Eu não tinha nenhuma crença, a não ser que a nossa causa era justa, era muito forte e estava ganhando cada vez mais apoio"      MANDELA

QUE  LÍDERES ASSIM SURGAM PARA TRANSFORMAR PRESSUPOSTOS E ALAVANCAR NOVOS PARADIGMAS . O MUNDO ESTÁ CARENTE DESTA LEALDADE À CAUSAS PACIFICADORAS.

JANE


domingo, 5 de abril de 2015

#A Caixa de Pandora.E a nossa ?


Pandora Fotografias de Banco de Imagens, Imagens Livres de ...


Os gregos antigos tinham culturalmente o bom hábito de contar muitas histórias sobre a origem das coisas, assim como seus antecessores, era uma tradição parar, ouvir o que o outro tinha para contar. Hábito este , que estamos perdendo na nossa contemporaneidade.

Assim como sempre faziam os gregos contaram uma história sobre a origem das coisas ruins que existem no mundo, que deu origem a famosa CAIXA DE PANDORA.

Na cultura grega havia vários deuses . Os maiores deuses moravam no alto de uma montanha, o Monte Olimpo, e eram 12. Estando no alto já denota sua hierarquia entre os outros. O que liderava, o rei de todos era Zeus. Os deuses com menor poder no Olimpo eram chamados de Titãs, entre outras classes hierárquicas entre a governança do Olimpo.. Mas estes queriam tomar o lugar de Zeus. Entre os Titãs, havia um, que chama-se PROMETEU, segundo os gregos, ele criou o homem, a partir do barro. Prometeu com seu irmão Epimeteu roubaram a centelha de fogo dos deuses do Olimpo, com o propósito de ensinar aos homens que ele criou , a fazer tudo que é possível fazer-se com o fogo que representava a inteligência para construir moradas, defesas e, a partir disso, forçar a criação de leis para a vida em comum. Surge assim a política para que os homens vivam coletivamente, se defendam de feras e inimigos externos, bem como desenvolvam todas as técnicas.

Naturalmente , Zeus não gostou nada do ocorrido, e pensou : Como  pode alguém  querer dividir todo o conhecimento com os pobres mortais? Como fica meu poder ? Como vou continuar alienando meus súditos ? Como subverter os acontecimentos ?

Zeus ordena então, que Prometeu fique acorrentado no Monte Cáucaso, e a ter seu fígado comido todos os dias por um abutre. Como era imortal, seu fígado sucessivas vezes voltava a crescer e...

Mas para Zeus, o poderoso, faltava punir o irmão de Prometeu, o Epimeteu, tendo em vista que os homens agora tem o fogo, representada pelo conhecimento, era uma grande ameaça para o Olimpo, para sua prepotência, crença e tradição. O pensar desestabilizaria esta ordem posta. 

Ardilosamente Zeus arma sua vingança, estudando antes a vulnerabilidade de sua vítima e de seus familiares. Zeus, com sua persona de arrependido, e querendo compensar Epimeteu pela perda do irmão, resolve envolve-lo com palavras doces, agradáveis, e de tal forma Epimeteu não resistiu e aceitou o presente que era casar com PANDORA, que significa todos os dons . Por um momento Epimeteu lembrou que seu irmão falou para NUNCA aceitar presente nenhum de Zeus, pois ele é traiçoeiro. Mas seduzido pela nova vida, pelas qualidades de Pandora, resolve casar-se. 

Pandora foi feita, planejada por Zeus, para ter a capacidade de mentir e enganar os outros, com o objetivo de atingir Epimeteu. Pandora foi a primeira mulher que existiu, criada por Hefesto (artista celestial, deus do fogo, dos metais e da metalurgia) e Atena (deusa da estratégia em guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus. Cada um lhe deu uma qualidade. Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros e nos trabalhos manuais. Feita à semelhança das deusas imortais.

Casamento chegando, festas, presentes, muita comida, uns porquinhos assados, muitas uvas, e os deuses todos lá. Zeus entregou o presente ,foi uma caixa. Ele falou para Pandora não abrir de forma alguma a caixa, pois era um presente para Epimeteu, e que seria uma boa surpresa.

Caminhando para entregar a caixa a Epimeteu, ela deve ter pensado : O que será ? Por que eu não ganhei presente e sim ele ? Que absurdo ! Eu, uma mulher cheia de habilidades dada pelas deusas do Olimpo não recebo nada, que estão pensando ? Agora mesmo que vou abrir esta caixa !!!

A curiosidade foi tamanha que Pandora abre a caixa para o marido, sendo que nesta caixa mágica estava guardado todos os males do mundo: a desgraças, calamidades, doenças, loucuras, mentira, paixão, a morte, a fome, a guerra, o radicalismo religioso, a violência, o preconceito.. ao ver todos os vultos, forças, energias, cores negras saindo da caixa, ela fecha rapidamente a caixa a tempo de deixar presa lá bem no fundo :
 A ESPERANÇA.

A vingança de Zeus, aconteceu por que ? 

O mito da caixa de Pandora, nos faz pensar que a imprudência , a curiosidade, o totalitarismo do poder, o engessamento de nossas idéias presas ao preconceito e aos nossos desejos pessoais, sempre nos traem , nos alienam, quando estão voltados para dar conta da vida do outro. Mas quando temos a curiosidade saudável de nos autodescobrirmos o processo é de libertação, enquanto o outro é de escravidão .
A inteligência do homem, o fogo divino, deve ser direcionado para as boas obras do mundo, ser compartilhado, multiplicado apesar de muitas forças contrárias.

Todos nós temos uma caixa de Pandora dentro de nós, com coisas não são muito legais, com sombras, desajustes, rejeições, perdas, complexos,, mas a certeza de saber que a Esperança e o Amor do Deus único está conosco, abrimos o caminho para a nossa cura , pois primeiro precisamos acreditar nela, para usufruirmos de seus benefícios .
Trazemos na nossa caixa interior tantos males que são acrescidos, reverberados pelos meios de comunicação sensacionalista nos informando na caixinha preta das notícias mais uma calamidade no mundo, mais uma intolerância religiosa, mais...mais... 

A esperança é que nossa caixinha de Pandora abra-se para a renovação, falamos de uma abertura da caixa consciente, não inconsequente como Pandora, a curiosidade pela curiosidade, o impulso, do egoísmo e da vaidade, trazendo consequências nefastas.

O que falamos é de uma chance para nós mesmos aos poucos nos encantarmos, nos enamorarmos de nós mesmos e pouco a pouco desvelando este ser maravilhoso que somos. 

Pois enquanto cada um mantem sua caixa fechada, milhares de pessoas estão sendo mortas, massacradas, vítimas de injustiças sociais.

Muitas vezes não temos vontade ou curiosidade de tentar ver os nossos sentimentos e emoções, é preciso coragem para suportar o que vai sair.
Uma relação holística com o mundo, de forma empática exige muita atenção , foco mútuo. Levando em conta tantas distrações que nos afastam da nossa caixa interna de Pandora, torna-se importante criarmos um espaço, fazer um esforço para vivermos tão maravilhosamente este ser demasiadamente humano.

“ O seu foco é a sua realidade”.    Yoda.

Jane

quarta-feira, 1 de abril de 2015

CRÔNICA- MARINA COLASANTI


Eu sei que a gente se acostuma, mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz.
E porque à medida que se acostuma esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduíches porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e a dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra.
e aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos.
E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz.
E aceitando as negociações de paz, aceita ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer fila para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e assistir a comerciais.
E a ir ao cinema, a engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável.
À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios.
E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber.
Vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio, a gente se senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti

quinta-feira, 26 de março de 2015

Poesia de Meimei




MOMENTOS DE POESIA...

Agradece as mãos que te constroem a existência, decorando-a com as tintas da alegria e da esperança, mas endereça os teus pensamentos de gratidão àquelas outras que te ferem com os espinhos da incompreensão,
ensinando-te a conviver e a servir.

Agradece as vozes que te embalam os anseios, entretecendo hinos de paz e amor com que te inspiram as melhores realizações, no entanto, envia as tuas vibrações de reconhecimento àquelas outras que te exageram essa ou aquela falha, induzindo-te a compreender e a perdoar.

Agradece aos amigos que te proporcionam a mesa farta, impulsionando-te a pensar na abastança da Terra, mas não recuses respeito àqueles que, em algum tempo, te sonegaram o pão, levando-te a prestigiar a fraternidade e a beneficência.

Agradece aos irmãos que te reconhecem a nobreza de sentimentos, louvando-te o trabalho, entretanto, não olvides o apreço que se deve àqueles outros que te menosprezam, auxiliando-te a descobrir os tesouros da humildade e da tolerância.

Certa feita, um pedaço de carbono sumido no monturo pediu a Deus o levasse para a superfície da Terra, a fim de se mais útil.
O Supremo Senhor ouviu-lhe a súplica e determinou fosse ele detido no subsolo para a devida maturação.

O minério humilde aceitou a resposta e permaneceu na clausura, por séculos e séculos, suportando a química da natureza com o assalto constante dos vermes que habitavam o chão.
chegou, por fim, o tempo em que o Criador mandou arrancá-lo para
atender-lhe aos ideais.

Instrumentos de perfuração exumaram-no a golpes desapiedados e o lapidário cortou-lhe o corpo, de vários modos, em minucioso burilamento.

Mas quando o carbono sublimado surgiu, de todo, aos olhos do mundo,
Deus o havia transformado no brilhante, que passou a brilhar, entre os homens, parecendo uma flor do arco-Íris com o fulgor das estrelas.

 Meimei - Médium: Francisco Cândido Xavier

domingo, 15 de fevereiro de 2015

# A Raiva :( :( #????&%$$ /!!!!

 
    A raiva é uma das emoções mais presentes na vida moderna, parte natural do nosso processo de maturidade emocional. A raiva é um estado de humor, uma dificuldade em lidar com o acúmulo de estresse diário ou com situações de perdas. É uma resposta natural, adaptativa a situações em que o indivíduo está diante de um grande perigo ou algo indesejado.
   Não há quem já não tenha sido vítima da raiva. Todos os dias nos deparamos com diversas pessoas, no trabalho, no trânsito, nas conversações cotidianas...sendo estas as mais diversas, portadoras dos mais variados estados de ânimo. Não raro, alguma palavra mal empregada, algum tom de voz equivocado, e então nos sentimos ofendidos, tendo a raiva como reação imediata.
   A raiva acompanhada da intolerância tomam conta de nossos sentidos. Achamos que tudo é culpa do outro, nos escondendo em escafandros, onde na  verdade deveríamos nos desnudar,  entendermos a  nossa incompetência emocional em assumir nossos sentimentos ,o que nos causa  muito sofrimento.
  Neste processo natural de compreensão de nossa sombra, na busca de nossa individuação, nos perdemos deste elo da cadeia da evolução de nossa psique, a nossa luz se esconde,  e começamos a desenvolver  a raiva de nós mesmos e do mundo, deixando prevalecer a nossa sombra.
   Esteja muito bem escondida dentro de nós ou sendo expressa violentamente, ela nos incomoda e provoca culpa. Afinal, quem gosta de estar perto de alguém que sente raiva, ou quem gosta de estar com este sentimento preso em seu psiquismo ?
   O que mais gera raiva dentro de nós é o nosso sentimento de impotência frente a nossa falha em controlar uma pessoa, uma situação ou a nós mesmos
ESTES SENTIMENTOS GERAM MUITA TENSÃO, ESGOTANDO A NOSSA ENERGIA PSÍQUICA.
   Por isso, quando sentirmos raiva, é bom perguntar-nos: "o que estou querendo controlar?" e aceite que não cabe a você dominar a situação ou quem quer que seja. Tente se adaptar, relaxe e encontre outras formas de resolver o que precisa.
    É sempre bom pensarmos que :Importante é não negar a raiva. Ela está ali, existe, portanto , aceite-a ; canalize a raiva para algo positivo, procure o seu prazer em fazer algo que goste, pintar, desenhar, costurar..enfim quantas coisas podemos fazer e por fim , não culpe ninguém pelo que você está sentindo, isto faz parte de sua vivência, de suas emoções, logo você tem que dar conta disto.
                Joanna de Ângelis nos diz : Como impedir que esta sensação inquietante se alastre e não ocupe mais espaços na nossa mente e sentimentos?
    E ela responde :  Primeiro passo a ser dado é a aceitação de se estar sentindo raiva. Não há motivos para nos envergonharmos da raiva e do fato de senti-la. Camuflá-la perante atitudes de falsa humildade e santificação são atitudes de quem ilude a si próprio, optando pelo parecer em detrimento do ser.
    Em seguida devemos nos indagar: “ Por que fiquei tão bravo ou brava com a atitude daquela pessoa? Por que me deixei atingir tanto? O que esta pessoa fez de tão desagradável a ponto de conseguir me desequilibrar o restante do dia?”
    Neste momento inicia-se a racionalização da raiva, e então é que percebemos que nós mesmos tivemos uma participação ativa na sua elaboração. Não foi o outro que produziu raiva em mim, pois somos nós que estamos sentindo raiva, logo nós mesmos a produzimos. Está em nós a sua origem e não no exterior.

    A partir desse momento nós começamos a perceber que na verdade a sensação de inferioridade ou de ofensa não foi produzida pelo outro, ela já existia dentro de nós. Seria como se a palavra empregada fosse a chave certa para uma determinada idéia existente dentro de nós mesmos – ela já estava ali – bastava acioná-la.

    Decorre daí o enunciado de Joanna de Ângelis, de que “a raiva é o lançamento de uma cortina de fumaça sobre nossos próprios defeitos, a fim de que eles não sejam percebidos pelos outros”, sendo que quanto maior for o complexo de inferioridade da pessoa, mais vulnerável ela será a tudo o que for direcionado a ela do mundo exterior.
                        
       A felicidade é um estado consequente .
Jane
  


sábado, 31 de janeiro de 2015

LUÍZA DE MARILAC- EXPRESSÃO DO AMOR AO PRÓXIMO


        Co-fundadora da Congregação Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
    Luiza de Marillac nasceu em Paris a 12 de agosto de 1591. Muito jovem ainda, teve o pesar de perder a mãe. O pai, Luiz de Marillac, senhor de Ferrières, proporcionou-lhe uma educação esmeradíssima e eminentemente cristã, que a preparou para a sua missão providencial.
     Já se havia dedicado à prática de uma vida toda de caridade, quando um dia lhe escreveu São Vicente de Paulo, ao saber que ela visitara em Paris, uma pessoa atacada da peste: "Nada receieis, Madmoiselle, Deus quis servir-se de vós para alguma coisa que visa a sua glória e estou certo de que ele vos conservará para este fim". Visivelmente se realizaram estas palavras proféticas, pelo posterior desenvolvimento grandioso da Congregação das Irmãs da Caridade, hoje conhecida em todas as partes do mundo.
    Em 1613 contraiu matrimônio com Antônio le Gras, secretário da rainha Maria de Médici. Deus deu ao piedoso casal um filho que, pelas suas virtudes, mostrou-se digno dos progenitores. Em 1625 a morte lhe arrebatou o esposo. Com coração e resignação cristã, sofreu este duro golpe, procurando alívio e consolo em Deus, a quem se consagrou inteiramente. Para oferecer a Deus um sacrifício mais perfeito e assim garantir a salvação de sua alma, decidiu dedicar-se inteiramente às obras de caridade, decisão que teve o pleno consentimento do bispo de Belley, seu confessor.     Não podendo ele permanecer por muito tempo em Paris, confiou-a à direção de São Vicente de Paulo, sobre a pessoa do qual recebera ótimas informações de São Francisco de Sales.
    Nas paróquias onde São Vicente de Paulo ou seus missionários pregavam as missões, fundavam confrarias de caridade, que se recrutavam de piedosas senhoras, cujo intuito era socorrer os pobres enfermos. São Vicente, vendo que era necessário dar a este movimento uma organização bem orientada, confiou a Luiza de Marillac a missão de inspetora.
      A piedosa senhora não só aceitou esta incumbência, mas dedicou-se à obra com um zelo admirabilíssimo. Os frutos deste trabalho não tardaram a aparecer. A humildade e dedicação da inspetora abriram-lhe os corações, e raros foram os casos de uma ou outra paróquia não querer aceitar-lhe a benéfica colaboração. Em muitos lugares, sua chegada foi festejada com grandes manifestações de regozijo. No desempenho de sua missão, na nobre propaganda da caridade, se deixou guiar pelo genial apóstolo que era seu confessor.
    Embora fosse grande o desejo de ambos de verem as confrarias fundadas e prósperas todas as paróquias, nada faziam, se o pároco se mostrava contrário às suas idéias. "Cedei, escreveu São Vicente a Luiza num caso, em que o pároco se opôs à fundação da confraria - "Cedei; um só ato de submissão é como um belo diamante, que vale mais que uma montanha de pedras, isto é, de atos inspirados pela própria vontade".
    Nas visitas que fazia às paróquias, Luiza bem depressa teve de convencer-se da dificuldade, se não da impossibilidade, de acostumar as senhoras, principalmente as da alta sociedade, no serviço de dama de caridade. Cada vez mais clara lhe surgiu diante do espírito a idéia de fundar uma Congregação religiosa que, com mais ordem, dedicação e independência, pudesse tomar a seu cargo a obra de caridade, como idealizava. Não faltaram elementos utilíssimos para realizar o plano. Em 1633, estava já formada uma pequena comunidade, composta apenas de quatro irmãs, com Luiza como superiora. Na festa da Anunciação da Santíssima Virgem, do ano de 1634, se consagraram por um voto ao serviço dos pobres e doentes. Esta data tão significativa e até hoje de grande importância na Congregação das Irmãs de Caridade, sendo neste dia, se renovam todos os anos, os votos que as ligam a Deus e aos infelizes.
     Admirável foi a atividade de Luiza de Marillac. Quem a conhecia, vendo-lhe o estado de saúde tão precário, não podia compreender como lhe era possível dedicar-se a uma obra tão trabalhosa. O próprio São Vicente de Paulo chegou à dizer às Irmãs, que os últimos vinte anos da vida da Superiora, era um verdadeiro milagre.
Quando em 1652 Paris foi visitada pela peste, Luiza de Marillac socorreu a 14.000 pessoas e suas filhas distribuÍram aos pobres o necessário sustento. Outras iam aos subúrbios tratar dos doentes.
    A pedido da rainha Maria Gonzaga, a Congregação estabeleceu-se na Polônia.
Inspirada pela caridade, procurava comunicar o mesmo espírito às suas filhas espirituais. Numa antiga crônica da Congregação se lê o seguinte tópico: " Madame tinha tanto respeito e devoção para com os pobres que, desde o início do estabelecimento de caridade, recomendou às suas filhas que os servisse com grande caridade e humildade, considerando-os como seus senhores e amos; por isso, queria que se lhes destinasse o "primeiro pedaço de pão que se cortava para o almoço, e primeira ração de caldo que se servia para o jantar". Ela mesma punha mãos à obra. Servindo os doentes, lavando-lhes os pés, pensando-lhes as chagas e tratando-os com todo o carinho. Na visita às aldeias, ela própria lecionava, para instruir as professoras que ali constituía.
       Em 1660, Luiza de Marillac sentiu que sua vida aqui na terra ia findar-se. A suprema consolação, que desde longos anos pedia a Deus, era de ser assistida no derradeiro momento pelo pai e guia de sua alma, Vicente de Paulo.  Vicente de Paulo, de 85 anos, também prestes a deixar este mundo, só pode enviar-lhe a bênção e as seguintes palavras: "Madame, ides antes de mim; espero em breve, rever-nos no Céu". Ela recebeu a Comunhão das mãos do vigário de Saint-Laurent, que a acompanhava no seu trânsito. Este, mais uma vez, lhe pediu que abençoasse as suas filhas. Ela aquiesceu: "Queridas irmãs, disse-lhes ela, (resumindo nesse momento solene, o que havia sido sempre a paixão de sua vida e o desejo supremo de seu coração), continuo a pedir a sua bênção para vós, e a graça de perseverardes na vossa vocação, a fim de servi-lo de maneira que ele deseja de vós: Cuidai bastante do serviço dos pobres e sobretudo, vivei em grande união e cordialidade, amando-vos umas às outras a fim de imitardes a união e vida de Nosso Senhor, e rogai com fervor à Santíssima Virgem, para que ela seja vossa única Mãe". Acrescentou que morria, tendo em grande estima a vocação delas e que, se vivesse cem anos, não lhes pediria outra coisa que uma absoluta fidelidade a esta santa vocação.
    Um padre da Missão ocupava-lhe à cabeceira, o lugar de Vicente de Paulo, não a deixando um instante. Desencarnou em 15 de março de 1660.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

# Populações vulneráveis



 Na sociedade contemporânea, excludente, altamente tecnológica, competitiva, o que vemos é a diminuição do trabalho como fator de inserção social, e o que observa-se são os níveis de renda que definem agora os fatores das diferenças sociais.
  Aqueles que recebem um valor abaixo do estabelecido como considerável são denominados de pobres, e em escalas descendentes classificam-se os miseráveis ou indigentes. 
   Para CASTEL (1997), não se trata de uma crise pontual, mas de um processo de desestabilização da condição salarial. A vulnerabilidade das massas e, de forma mais aguda, a exclusão social de grupos específicos são resultados da desagregação progressiva das proteções ligadas ao mundo do trabalho. Consistem em processos de “desfiliação”, ou da fragilização dos suportes de sociabilidade. 
   CASTEL (1998) caracteriza a questão social por “uma inquietação quanto à capacidade de manter a coesão de uma sociedade. A ameaça de ruptura é apresentada por grupos cuja existência abala a coesão do conjunto”
  O conflito social remete-se a um movimento social efetivado em organizações ou grupos sociais específicos, realizando uma ação particular (greve, ocupação, interrupção de via, etc.) em espaço determinado, em contraposição a outros agentes sociais.
  Para EDER SADER (1988) estes movimentos produzem rupturas e ajuntamentos de classes, onde os contornos classistas se diluem, mas ainda assim existem como agentes transformadores da ordem social. Conclui-se que todo movimento social pode gerar conflitos sociais, mas nem todos os conflitos são movimentos sociais organizados.
  A noção de território vulnerável ganha um sentido mais concreto, na medida em que falamos de lugares concentradores de condições sociais sistematicamente reprodutoras das desigualdades e da pobreza, pois nele prevalecem condições desfavoráveis ao acesso e uso de recursos.
   Os lugares vulneráveis são aqueles, nos quais os indivíduos enfrentam riscos e a impossibilidade de acesso a condições habitacionais, sanitárias, educacionais e trabalho e de participação e acesso diferencial a informação e as oportunidades. A cidade sempre foi palco do crescimento e da inovação tecnológica e atraente para aqueles que buscam melhorar sua condição social, já que neste espaço os serviços estão em maior quantidade e a lei da oferta e procura cresce nas cidades.
    As populações vulneráveis principalmente nos centros urbanos, diga-se população pobre e com relações precarizadas de trabalho, têm dificuldades para acumular capital social, seja: individual, coletivo ou cívico, esta dificuldade é expressa em níveis de qualidade de vida inferiores. Este contingente populacional é isolado das correntes predominantes da sociedade, pois, seus laços com a sociedade estão “esgaçados”, quer seja pelo mercado de trabalho, pela sua localização no espaço geográfico ou ainda por uma baixa escolarização.
  O conceito de vulnerabilidade ao tratar da insegurança, incerteza e exposição a riscos provocados por eventos socioeconômicos ou ao não-acesso a insumos estratégicos apresenta uma visão integral sobre as condições de vida dos pobres, ao mesmo tempo em que considera a disponibilidade de recursos e estratégias para que estes indivíduos enfrentem as dificuldades que lhes afetam .
  A mundialização ou globalização interliga o mundo, aproxima territorialmente, e culturalmente, mas exclui aqueles que não podem se capacitar, que não são competitivos, ou melhor, que não tiveram oportunidades de ingressar no processo produtivo da sociedade, colocando-se assim, a margem,  muitos ficando no limbo dos iletrados, até que uma ação facilitadora possa tirá-los desta situação de não pertencimento e começar o caminho para a inclusão social e construção de sua cidadania.
  
"A pobreza e a vulnerabilidade estão ligadas, são multidimensionais e, por vezes, reforçam-se mutuamente. Mas não são sinônimos. 
Enquanto a vulnerabilidade constitui geralmente um aspeto importante da pobreza, ser rico não significa não ser vulnerável.
 Tanto a pobreza como a vulnerabilidade são dinâmicas.
 Os ricos podem não ser vulneráveis sempre, ou por toda a vida, tal como alguns pobres podem não permanecer sempre pobres.
 Contudo, os pobres são inerentemente vulneráveis porque (…) Sofrem muitas privações. Não só carecem de bens materiais adequados, como também tendem a ter uma educação e uma saúde insuficientes e a sofrer deficiências noutras áreas.
 Da mesma forma, o seu acesso aos sistemas de justiça pode ser limitado.”


Jane

domingo, 4 de janeiro de 2015

#Bancos nos jardins. Poesia


Encontros, oportunidades se perdem ?
Ou será que são adiados ?
Tomar um café, ler um jornal, encontrar um amigo, fazer uma visita..
 Enviar um e-mail, lembrar  aniversário de amigos, beijar o filho, levar o cachorro para vacinar...
Sentar num banco  e encantar-se com a paisagem  nova.
Registrar a luz que passa com o vento  gelado no  rosto em ângulos fotográficos
Enquanto no banco penso na oportunidade de estar viva.

O silêncio  se ocultou em algum espaço perdido em todos os bancos que via .
Sempre um vulto parecia estar ali.
Sempre em um banco qualquer, ou qualquer jardim.

Barcos, rios, reflexos, luzes, cores, tantas percepções e tantos  bancos vazios.

Jane








sábado, 3 de janeiro de 2015

Construção criativa com caixa de areia em Arteterapia.

      
            A caixa de areia é um recurso em arteterapia que nos revela e nos surpreende  com os conteúdos até então velados no nosso inconsciente.
         Quanto mais nossas emoções e nossos, sentimentos estão escondidos dentro de nós, tão mais profundamente nossas lembranças estão mergulhadas no inconsciente. 
   Não temos palavras mas possibilidades de expressão. As mãos tem poderes inimagináveis, pois formam uma ponte entre nosso mundo interno e externo. Com as mãos podemos fazer carinho, trabalhar, construir, transformar e criar. Elas são mediadoras entre espírito e matéria, entre imaginação interna e criação concreta. Pela ação das mãos as energias existentes se tornam visíveis.
         No método terapêutico do Jogo de Areia, através da criação com as mãos, as forças que atuam nas profundezas da alma se tornam visíveis e reconhecíveis, e que através das mãos o interior e o exterior, o espírito e a matéria se unem.
         No Jogo de Areia predomina-se a ação, o analisando cria seu mundo particular, com areia molhada ou seca, e muitas pequenas figuras que estão á sua disposição, no momento quando ele está internamente constelado naquele momento.
         O analista é o observador, faz um esquema da imagem da areia e tira uma fotografia no final.  Pede que o analisando conte o que lhe vem á mente, o que mexeu com ele ou o abalou durante o processo de construção da cena na caixa de areia. Aí ele atua emocionalmente até o próximo encontro, quando novamente cria uma imagem. A imagem na areia será desfeita pelo analista depois da sessão, pois não deve permanecer no mundo externo. 
         A arte do analista consiste em reconhecer o que acontece nessa fase da terapia, o que se passa com o analisando, em proteger e apoiar o processo, em interferir na emergência, mas principalmente em comentar apenas o suficiente a fim de que o processo do analisando possa se desenvolver.
         Existem dois tipos de processos fundamentalmente  distintos: o processo curativo e o processo de transformação da visão pessoal do mundo.
         O processo curativo atua em pacientes que sofrem de distúrbios ou feridas psíquicas que se formaram já antes do nascimento ou na primeira infância, que os impossibilita de crescer com saudável confiança no mundo e no seu próprio processo de vida. Nesses casos o processo terapêutico leva às camadas vivenciais profundas da primeira infância, não acessíveis ao consciente e á verbalização. A energia psíquica retorna ao núcleo saudável da alma, sobre a qual a reconstrução da personalidade é possível.
         O processo transformador acontece de forma diferente, trata de pessoas que a princípio têm base de vida saudável e Eu estável, mas cuja visão do mundo é  estreita e unilateral demais, ou se tornou doentia. Elas percebem que algo dentro delas não está em ordem, são irriquietas, desanimadas ou até depressivas. Algumas sentem claramente que se realizam transformação ou que será necessário ampliação da consciência e entram  conscientemente no processo, sem serem levadas pelo seu sofrimento inconsciente. Essas transformações psíquicas pressupõem consciência do Eu saudável e autovalorização, formando degraus no processo de Individuação do ser humano.
        No Jogo de Areia o processo de transformação integral, que inclui psique e corpo, desenvolve-se através da construção criativa com as mãos, de modo principalmente não verbal, e somente após sua conclusão será interpretado verbalmente, conforme os conceitos da psicologia analítica.
         O analista se concentra totalmente no processo de seu analisando, transmitindo-lhe sua confiança no processo autocurativo da psique através daquilo que ele, analista, é, e não através daquilo que fala. Tais períodos silenciosos numa sessão de terapia, onde nada se conversa, são extremamente belos e valiosos.
         Na fase seguinte, o analista assume o lugar de parceiro de discussão, que ajuda o analisando a reconhecer, ordenar e interpretar, tudo com o objetivo de ligar a mensagem das imagens com a experiência do analisando.
         O meio ambiente criado pelo homem e pela natureza repercute na alma. É troca constante dentro e fora, entre psique e meio ambiente.
         A observação cuidadosa do mundo , de sua essência e de seu crescimento, propicia o reconhecimento de ordem e legitimidade, segurança e orientação.
Existe uma troca constante do mundo material e do espiritual. A negligência de um produz carência no outro e a dedicação cuidadosa a um produz o enriquecimento do outro.
         Um cenário de areia também é uma espécie de jardim da alma, onde o dentro e o fora se encontram. Nele uma pessoa pode observar e aprender a reciprocidade entre mundo interno e mundo externo, dentro de um espaço protegido.
         Em sentido figurativo devemos imaginar a Caixa de Areia como o vaso alquímico no qual se realiza a transformação da substância psíquica. É o espaço protegido, como um útero materno, onde será possível transformação completa e renascimento. Essa renovação se configura através do poder curativo e transformador da imaginação.

 Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma compreensão sobre nós mesmos." 
                                                                 
Carl  Jung     

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

# Johann Wolfgang von Goethe, in "Poemas" #

Canto dos Espíritos sobre as Águas 
A alma do homem
É como a água:
Do céu vem,
Ao céu sobe,
E de novo tem
Que descer à terra,
Em mudança eterna.

Corre do alto
Rochedo a pino
O veio puro,
Então em belo
Pó de ondas de névoa
Desce à rocha liza,
E acolhido de manso
Vai, tudo velando,
Em baixo murmúrio,
Lá para as profundas.

Erguem-se penhascos
De encontro à queda,
— Vai, espumando em raiva,
Degrau em degrau
Para o abismo.

No leito baixo
Desliza ao longo do vale relvado,
E no lago manso
Pascem seu rosto
Os astros todos.

Vento é da vaga
O belo amante;
Vento mistura do fundo ao cimo
Ondas espumantes.

Alma do Homem,
És bem como a água!
Destino do homem,
És bem como o vento!

Feliz Só Será

Feliz só será
A alma que amar.
Estar alegre
E triste,
Perder-se a pensar,
Desejar
E recear
Suspensa em penar,
Saltar de prazer,
De aflição morrer —
Feliz só será

A alma que amar.
  Goethe
Nascimento: 28 de Agosto de 1749

Morte: 22 de Março de 1832    (82 anos)

Biografia: Johann Wolfgang von Goethe foi um escritor alemão e pensador que também fez incursões pelo campo da ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão Sturm und Drang.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

# Relato de uma Experiência transpessoal de Fritjof Capra #

Gif de fada



  Uma experiência transpessoal envolve uma expansão e extensão dos limites acanhados de nossa consciência ,é algo que vai muito além do que conceituamos de tempo e espaço, ego e self.  Capra viveu este momento quando nos relata logo abaixo sua experiência. Deve ser muito bom participar desta dança cósmica....Eu quero...e você ?


  Fritjof Capra, que fez pesquisa em física de alta energia, na Universidade de Paris, na Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e em várias outras universidades, começa seu famoso livro o Tao da Física, explicando como uma experiência transpessoal, o levou a descobrir experiencialmente as “verdades” da física moderna:

         “Há cinco anos eu tive uma experiência muito bela a qual me colocou no caminho que acabaria por resultar neste livro. Eu estava sentado na praia, em uma tarde, já no fim do verão, e observava o movimento das ondas, sentindo ao mesmo tempo o ritmo de minha própria respiração. Nesse momento, subitamente, apercebi-me intensamente do ambiente que me cercava: este se me afigurava como se participasse de uma gigantesca dança cósmica. Como físico, eu sabia que a areia, as rochas, a água e o ar a meu redor eram feitos de moléculas e átomos em vibração e que tais moléculas e átomos, por seu turno consistiam em partículas que interagiam entre si através da criação e da destruição de outras partículas. Sabia, igualmente, que a atmosfera da Terra era permanentemente bombardeada por chuvas de “raios cósmicos”, partículas de alta energia e que sofriam múltiplas colisões à medida que penetravam na atmosfera. Tudo isso me era familiar em razão de minha pesquisa em Física de alta energia; até aquele momento, porém, tudo isso me chegara apenas de gráficos, diagramas e teorias matemáticas. Sentado na praia, senti que minhas experiências anteriores adquiriam vida. Assim, “vi” cascatas de energia cósmicas provenientes do espaço exterior, cascatas nas quais, em pulsações rítmicas, partículas eram criadas e destruídas. “Vi” os átomos dos elementos - bem como aqueles pertencentes a meu próprio corpo - participarem desta dança cósmica de energia. Senti o seu ritmo e “ouvi” o seu som” (Capra, 1975).

Gif de natal

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

# SONETO ANTIGO # CECÍLIA MEIRELES # POESIA



                              Cecília Meireles
                                                                 Poetisa

         Cecília Benevides de Carvalho Meireles foi poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das mais importantes representantes da literatura  brasileira.  Nasceu em 07 de novembro de 1901 na Tijuca, Rio de Janeiro- Brasil. Faleceu em 09 de novembro de 1964 .com 63 anos.
         Nano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza de suas poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Deixando  para nós em torno de 35 obras literárias.


               SONETO ANTIGO


Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.



Cecília