domingo, 30 de outubro de 2011

# ANIMISMO

ESTUDO  SOBRE O ANIMISMO


CONCEITO



ANIMISMO - Animismo significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações mediúnicas, tendo neste caso manifestado apenas os seus próprios conhecimentos que se encontram latentes no inconsciente. Sendo assim, é comum que conhecimentos latentes, anormalidades emocionais ou psicológicas que estão gravadas na mente perispiritual aflorem para o organismo físico trazendo transtornos para a encarnação atual.

Alexandre Aksakof (Ripievka, 27 de maio de 1832 - São Petersburgo, 4 de janeiro de 1903), diplomata e conselheiro de Alexandre III, czar russo, doutorou-se em filosofia e se notabilizou na investigação e na análise dos fenômenos espíritas durante o século XIX.
Foi professor da Academia de Leipzig e fundador, em 1874, da revista Psychische Studien (Estudos Psíquicos), na Alemanha. Em 1891, lançou em Moscou a revista de estudos psíquicos Rebus, a primeira do gênero na Rússia.
Criou adeptos entre cientistas e filósofos de seu tempo, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Daniel Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Para essa comissão, Aksakof mandou vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das experiências. Como resultado, por haver fugido das condições pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões questionáveis, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritismo", onde afirmava a falsidade dos fenômenos observados. Aksakof contestou a comissão com um outro livro intitulado: "Um momento de preocupação científica.
Sustentou longa polêmica e refutou as explicações materialistas do filósofo alemão Von Hartmann, discípulo de Schopenhauer, que atribuía todos os fenômenos espíritas a manifestações do inconsciente ou a charlatanismos.
Efetivou numerosas experiências e observações científicas com o concurso da médium italiana Eusapia Palladino, que serviram de fundamentação para sua obra mais importante: Animismo e Espiritismo assim como, ao estudar a mediunidade da médium inglêsa conhecida como Elizabeth d'Espérance, testemunhou um evento sobre o qual escreveu a obra "Um Caso de Desmaterialização".

                     Divaldo Franco- Conflitos e falta de estudo da MEDIUNIDADE


Dentro do conceito espírita, podemos definir animismo sobre dois prismas.


O primeiro


Martins Peralva:. Estudando a Mediunidade. (1987) FEB.


“Animismo é o fenômeno pelo qual a pessoa arroja ao passado os próprios sentimentos, de onde recolhe as impressões de que se vê possuída”,


O segundo


Richard Simonetti:. Mediunidade – Tudo o que você precisa saber


“É algo da alma do próprio médium interferindo no intercâmbio”.


Ambas as definições estão corretas, diferindo apenas no grau de interferência do espírito do médium.


Em ambos os casos, é importante lembrarmos que quando nos referimos à interferência, falamos de ação não voluntária, portanto não devemos confundir com mistificação onde há a intenção de enganar.


Esta interferência muitas vezes é tão sutil que se torna complexo o trabalho de distinguir a origem da comunicação. Isto se deve ao fato de que tanto encarnados quanto desencarnados “respiram” em semelhante ambiente evolutivo, pois se assim não fosse o intercâmbio entre os dois planos seria impossível.





No caso do animismo em médiuns principiantes, este fenômeno é natural e esperado, em face da pouca experiência dos mesmos, o estudo aliado à continuidade do trabalho no grupo fará com que o iniciante adquira mais segurança e controle de sua mediunidade, solucionando este obstáculo.

   Como pudemos verificar, não há razão para o preconceito quanto ao animismo, ele é uma manifestação espiritual autêntica e deve ser tratado como tal, cabendo, entretanto aos médiuns, superar o estágio do animismo, através do devotamento ao estudo, juntamente com o incessante esforço de disciplina moral, pois nenhum médium conseguirá realizar adequadamente o mandato mediúnico se perseverar na ignorância, na mistificação, no animismo e se olvidar o esforço próprio dirigido à sua ascensão espiritual.
     Lembremos que, embora no animismo não exista comunicação externa, ainda assim não deixa de ser um espírito que se comunica, e este está necessitando de auxílio, portanto cabe ao dirigente da reunião mediúnica usar de todo carinho fraterno para ajudar aquele espírito.
     Conforme nos relata André Luiz, na obra Nos domínios da Mediunidade:
    “Sem dúvida em tais momentos, é alguém que volta do pretérito a comunicar-se com o presente, porque, ao influxo das recordações penosas de que se vê assaltada, centraliza todos os seus recursos mnemônicos tão somente no ponto nevrálgico em que viciou o pensamento. ... para nós, é uma enferma espiritual, uma consciência torturada, exigindo amparo moral e cultural para a renovação íntima, única base sólida que lhe assegurará o reajustamento definitivo “.
   Também é preciso cuidado do doutrinador na hora de classificar uma comunicação de anímica, para está análise recorremos a Kardec no Livro dos Médiuns, capítulo XIX, questão 223 § 3 :
   "Como distinguir se o Espírito que responde é o do médium ou se é outro Espírito?
- Pela natureza das comunicações. 
 Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás".
     Normalmente o fator causador do animismo é a fixação mental, ou seja, pessoas, fatos, objetos ou situações nos quais fixamos nosso pensamento, devotando-lhes grande atenção, isto faz com que guardemos vínculos que podem perdurar durante longo tempo e gerar desequilíbrios que precisam ser sanados e fazem com que o espírito do médium - assim como qualquer outro espírito em desarmonia - precise de ajuda e recorra aos grupos mediúnicos quando tem a oportunidade.
Exemplos de fenômenos anímicos
1) Telepatia ( transmissão/recepção de pensamento à distância );
2) Clarividência e clariaudiência (visão e audição sem o concurso dos olhos ou ouvidos, mesmo à distância e através de corpos opacos);
3) Ação sobre a matéria, à distância e sem contato aparente ( como na movimentação de objetos ou modificação de substâncias );
4) Ideoplastia (projeção de imagens e até sua “materialização”);
5) Bicorporeidade (quando o perispírito, em desdobramento, se torna visível e, algumas vezes, tangível).
Esses e outros fenômenos são anímicos, desde que na sua produção não intervenham outros espíritos, só o do próprio encarnado.
CORRELACIONAMENTO ENTRE ESPIRITISMO E ANIMISMO
     O fenômeno anímico na esfera de atividades espíritas significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos desencarnados, quando ele impõe nelas algo de si mesmo à conta de mensagens transmitidas além-túmulo.
     Essa interferência anímica inconsciente, por vezes, é tão sutil que o médium é incapaz de perceber quando o seu pensamento intervém ou quando é o Espírito comunicante que transmite suas idéias pelo contato perispiritual.Não podemos confundir o animismo com a “mistificação”, ou seja, a deliberação consciente de enganar, resultada da má intenção.
     A criatura anímica, quando em transe pode também revelar o seu temperamento psicológico, as suas alegrias ou aflições, suas manhas ou venturas, seus sonhos ou derrotas.
     Se esta manifestação anímica é assinalada por cenas dolorosas, fatos trágicos ou detestáveis, então trata-se de médium desajustado ou doente que necessita mais de amparo e orientação espiritual POR PARTE DA DIRETORIA  DOUTRINÁRIA DA CASA ESPÍRITA, SENDO ATENDIDO PELO ATENDIMENTO FRATERNO PARA REVER SUAS QUESTÕES EXISTENCIAS E RETORNAR MAIS FORTALECIDO PARA A TAREFA MEDIÚNICA.
            Animismo e mediunidade
Dificilmente conseguiremos isolar o animismo da mediunidade, no fenômeno mediúnico, porque:

1) São as próprias faculdades anímicas dos médiuns que os fazem instrumento para as manifestações dos espíritos;
2) Nem sempre podemos definir com exatidão quando o fenômeno está ou não sendo provocado ou coadjuvado por espíritos.
Dessa íntima relação entre Animismo e Espiritismo, diz Bozzano que:
“Nem um, nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos supranormais, ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, pois que são efeitos de uma causa única e esta causa única é o espírito humano que, quando se manifesta, em momentos fugazes durante a encarnação, determina os fenômenos anímicos e quando se manifesta mediunicamente, durante a existência desencarnada, determina os fenômenos “espiríticos”.
  IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

   Só há um caminho para qualquer médium lograr o melhor êxito no seu trabalho mediúnico:É o estudo incessante aliado à disciplina moral superior.
   Nenhum médium ignorante, fantasioso ou anímico transformar-se-á em um instrumento sensato, inteligente e arguto, se não o fizer pelo estudo ou próprio esforço de ascensão espiritual .


OBSESSÃO NO ANIMISMO

Multiformes processos de obsessão acontecem nos quais Inteligências desencarnadas de grande poder senhoreiam vítimas inabilitadas à defensiva, detendo-as, por tempo indeterminado, em certos tipos de recordação, segundo as dívidas cármicas a que se acham presas.
Freqüentemente, pessoas encarnadas, nessa modalidade de provação regeneradora, são encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas nos mais complexos estados emotivos, quais se personificassem entidades outras, quando, na realidade, exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nos trajes mentais em que se externavam noutras épocas, sob o fascínio constante dos desencarnados que as subjugam." André Luiz ( 1959)
A presença do diretor da reunião mediúnica com sua palavra amiga, e bom senso, tem o dever de intervir junto a estes casos, para que o bom andamento da tarefa mediúnica transcorra em seu propósito de estabelecer a saúde espiritual de todo o grupo de trabalho, encarnados e desencarnados.
A RESPONSABILIDADE MEDIÚNICO SEMPRE NOS CONVIDA A SEARA DO MESTRE , MAS MUITOS DE NÓS ADIAMOS PARA AMANHÃ...MAS SERÁ QUE NÓS ESTAMOS ATENDEMOS A ESTE CONVITE NO PODER DO AGORA E DEIXANDO PARA TRÁS A ACOMODAÇÃO ?

O médium inclinado ao animismo é um vaso defeituoso, que «pode ser consertado e restituído ao serviço», pela compreensão do dirigente, ou destruído, pela sua incompreensão.

Reajustado, pacientemente, com os recursos da caridade evangélica, pode transformar-se em valioso companheiro.
Incompreendido, pode ser vitimado pela obsessão.

"Se você tem estado angustiado sem motivo
aparente, está aí um aviso para parar e refletir sobre o seu estilo de vida.
Escute a sua alma: ela tem a orientação sobre qual caminho seguir.
Tudo na vida é um convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e na glória do bem."
                                           
                                      ( Roberto Shinyashiki)

 Jane

  • BIBLIOGRAFIA
  • 1) O Livro os Médiuns, 2ª Parte
  • VII – Da Bicorporeidade e da transfiguração (119)
  • XIX – Do Papel dos Médiuns nas Comunicações Espíritas ( 223, 1ª a 5ª)
  • 2) O Livro dos Espíritos, Introdução, XVI, § 3º: Se todos os fenômenos promanassem do médium seriam todos idênticos
  • P.372: “há, porém, casos em que a matéria oferece tal resistência que as manifestações anímicas ficam obstadas ou desnaturadas, como nos de idiotismo e de loucura.”
  • 3) Alexandre Aksakof: Animismo e Espiritismo – IV
  • 4) André Luiz ( F.C. X): Mecanismo da Mediunidade, Cap. XXIII: Nos Domínios da Mediunidade, Cap. 22.
  • 5) Demétrio Pável Bastos: “Médium, Quem é, Quem não é” – Inst. Maria, Juiz de Fora , MG;
  • 6) E. Manso Vieira e B. Godoy Paiva: Manual do Dirigente de Sessões Espíritas.
  • 7) Ernesto Bozzano: Animismo ou Espiritismo ? I, IV;
  • 8) Hermínio C. Miranda: A Diversidade dos Carismas. Vol. I, Caps. III e IV; Vol. II – Cap. I, item 4 e 5;
  • 9) João Teixeira de Paula: Dicionário de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo – Verbetes Anímicos, Animismo, Metapsíquica, Personificação;
  • 10) Lamartine Palhano Júnior : A Mediunidade no Centro Espírita – GERA – Grup.Esp. “Leôncio de Albuquerque”, Niterói, RJ;
  • 11) M. B. Tamassia: Você e a Mediunidade.
  • 12) Martins Peralva: Estudando a Mediunidade – XXXVI;















Nenhum comentário:

Postar um comentário