Vulnerabilidade Social e Alfabetização de adultos.
Na sociedade contemporânea, excludente, altamente
tecnológica, competitiva, o que vemos é a diminuição do trabalho como fator de
inserção social, e o que observa-se são os níveis de renda que definem agora os
fatores das diferenças sociais.
Aqueles que recebem um valor abaixo do estabelecido
como considerável são denominados de pobres, e em escalas descendentes
classificam-se os miseráveis ou indigentes.
Para CASTEL (1997),
não se trata de uma crise pontual, mas de um processo de desestabilização da
condição salarial. A vulnerabilidade das massas e, de forma mais aguda, a
exclusão social de grupos específicos são resultados da desagregação
progressiva das proteções ligadas ao mundo do trabalho. Consistem em processos
de “desfiliação”, ou da fragilização dos suportes de sociabilidade.
CASTEL(1998) caracteriza a questão
social por “uma inquietação quanto à capacidade de manter a coesão de uma
sociedade. A ameaça de ruptura é apresentada por grupos cuja existência abala a
coesão do conjunto."
O
conflito social remete-se a um movimento social efetivado em organizações ou
grupos sociais específicos, realizando uma ação particular (greve, ocupação,
interrupção de via, etc.) em espaço determinado, em contraposição a outros
agentes sociais.
Para
EDER SADER (1988) estes movimentos produzem rupturas e ajuntamentos de classes,
onde os contornos classistas se diluem, mas ainda assim existem como agentes
transformadores da ordem social.
Conclui-se que todo movimento social pode gerar conflitos sociais, mas nem todos
os conflitos são movimentos sociais organizados.
A noção de território vulnerável ganha um sentido mais
concreto, na medida em que falamos de lugares concentradores de condições sociais
sistematicamente reprodutoras das desigualdades e da pobreza, pois nele prevalecem
condições desfavoráveis ao acesso e uso de recursos.
Segundo KAZTMAN
(2005) os lugares vulneráveis são
aqueles, nos quais os indivíduos enfrentam riscos e a impossibilidade de acesso
a condições habitacionais, sanitárias, educacionais e trabalho e de
participação e acesso diferencial a informação e as oportunidades. A cidade
sempre foi palco do crescimento e da inovação tecnológica e atraente para
aqueles que buscam melhorar sua condição social, já que neste espaço os
serviços estão em maior quantidade e a lei da oferta e procura cresce nas
cidades.
Para RUBEN
KAZTMAN (2005), as populações vulneráveis principalmente nos centros urbanos,
diga-se população pobre e com relações precarizadas de trabalho, têm
dificuldades para acumular capital social, seja: individual, coletivo ou
cívico, esta dificuldade é expressa em níveis de qualidade de vida inferiores. Este contingente populacional é isolado das correntes
predominantes da sociedade, pois, seus laços com a sociedade estão “esgaçados”,
quer seja pelo mercado de trabalho, pela sua localização no espaço geográfico
ou ainda por uma baixa escolarização.
O
conceito de vulnerabilidade ao tratar da insegurança, incerteza e exposição a
riscos provocados por eventos socioeconômicos ou ao não-acesso a insumos
estratégicos apresenta uma visão integral sobre as condições de vida dos
pobres, ao mesmo tempo em que considera a disponibilidade de recursos e
estratégias para que estes indivíduos enfrentem as dificuldades que lhes afetam
(VIGNOLI e FILGUEIRA, 2001, apud AMBRAMOWAY, 2002).
A mundialização ou globalização interliga o mundo,
aproxima territorialmente, e culturalmente, mas exclui aqueles que não podem se
capacitar, que não são competitivos, ou melhor, que não tiveram oportunidades
de ingressar especialmente no sistema educacional, que é nosso foco de estudo,
colocando-se assim, a margem da sociedade, e ficando no limbo dos iletrados,
até que uma ação facilitadora possa tirá-los desta situação de não
pertencimento e começar o caminho para a inclusão social.
Jane
Continua....
Nenhum comentário:
Postar um comentário