sexta-feira, 20 de junho de 2014

Pensando um pouco sobre o mito da caverna de Platão....



   Platão , era grego, como sabemos um dos mais importantes filósofos do período clássico de nossa história, Viveu pelos anos de 428 a 347 A.C. e sempre estava com seu grande mentor Sócrates  e de seu aluno Aristóteles. Que trio heim !!!! Altos papos rolavam por ali....
   Sócrates sempre insistia com seus pupilos que a filosofia deveria sempre falar das questões cotidianas, falar de pessoas comuns, assim como ele, que era filho de pedreiro e de uma parteira. Não deixou suas ideias escritas, como conjunto de suposições, teorias,mas os seus fiéis discípulos Platão e Xenofonte deixaram para nós os relatos da vivência de seu grande mentor.
   Sócrates nos convida a sempre reavaliarmos nossas ações, emoções, para que possamos desenvolver habilidades para modular as nossas reações negativas diante de certos conflitos, para que em mudando nossas crenças e emoções vamos conseguir  ressignificar nosso vivido para o pensamento de positividade, alteridade e otimismo, ao que já na pós  modernidade, se podemos chamar assim, os neurocientistas chamam de “reavaliação cognitiva”, onde podemos utilizar a habilidade de plasticidade de nosso cérebro, como já falava o filósofo estoico  grego Epiteto : ” Não há nada mais manipulável do que a psique humana.”
   Seguindo seu grande mestre, Platão nos traz seu pensamento dizendo que através do conhecimento é possível captar a existência do mundo sensível. No seu livro A República , ele nos fala do mito da caverna.
   Em síntese o mito da caverna , nos fala de prisioneiros que desde o seu nascimento, vivem atados em correntes em uma caverna e todo o tempo ficam olhando para a parede em frente. Esta parede é iluminada por uma fogueira que fica atrás deles. Nessa parede são projetadas suas sombras, suas formas, e todos passam o tempo todo olhando para as sombras, dando nomes, e tentando entender o que  sempre se repetia. Um dos prisioneiros escapa para o mundo exterior, e vê a luz do sol, e compreende a vida. Pensa em voltar a caverna e contar aos amigos sobre tudo que aprendeu. Mas teme ser tido como lunático.
   Simbolicamente podemos dizer que : a caverna – é o nosso mundo, onde somos os prisioneiros na eterna repetição de falsas crenças, o fogo – é a luz do sol do conhecimento, o prisioneiro que foge representa o anseio de nossa alma de libertar-se da sombra de sua ignorância , mas ainda temerária por  revelar-se.
   O mito da caverna é uma metáfora que acompanha nosso processo civilizatório. Somos ainda prisioneiros da sombra do poder, do orgulho, da vaidade, que nos afastam dos reais contornos, cores e  formas que a lógica do bom senso nos propõe como reflexão.
    As trevas da ignorância  de nossa complexidade metafísica expressam-se  como os prisioneiros da caverna que viam suas projeções na parede gigantescas, ficavam admirados de algo tão maior que eles mesmos, se iludiam, e não prestavam atenção em si mesmos, viviam da forma e não se questionavam sobre sua essência, transcendência.
     Na nossa contemporaneidade  fico a pensar  que  estamos ficando presos na caverna do tecnocentrismo . Será que estamos  nos  acorrentando às engrenagens  tecnológicas, que as vezes nos tiram o foco de nossa transcendência ? Será que estamos cuidando de nossa alma , como recomendava Sócrates ?
   Nada contra o movimento tecnológico, só acho que estamos ficando muito dependentes destes mecanismos  que sustentam vertiginosamente o modelo capitalista, consumista.
   E continuo eu a pensar cá com meus botões: Será que estou cuidando bem de minha alma, como recomendava Sócrates?

           Jane

"Quem acusa os outros pelos próprios infortúnios revela uma total falta de educação; quem acusa a si mesmo mostra que a sua educação já começou; mas quem não acusa nem a si mesmo nem aos outros revela que sua educação está completa."
Epiteto (55-135 d.C.) filósofo estoico da Grécia antiga


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