Pensando um pouco na Educação, nada mais prazeroso que se emocionar, concordar e sonhar com momentos melhores na Educação brasileira. As leituras de Edgar Morin, Paulo Freire, Isabel Batista ( Pedagogia da Hospitalidade) , Xésus Jares ( Pedagogia da convivência) e Moacir Gadotti ,nos direcionam a refletir na complexidade envolvida e no incômodo que nos causa ver o desrespeito a este valor que ultrapassa as verbas governamentais, passa pelas desigualdades sociais que nos revelam que há uma necessidade de movimento pró cultura que precisa mudar paradigmas, para que possamos reinvindicar uma Educação digna, de qualidade para todos os brasileiros.
Para Morin, a complexidade é uma palavra-problema e não uma palavra-solução, surge lá onde o pensamento simplificado falha, mas ela integra em si tudo o que põe ordem, clareza, distinção, precisão no conhecimento. Enquanto o pensamento simples controla o real, trata-se de exercer um pensamento capaz de lidar com o real, de com ele dialogar e negociar.
Edgar Morin, vê o mundo como um todo indissociável e propõe uma abordagem multidisciplinar e multirreferenciada para a construção do conhecimento. Contrapõe-se à causalidade linear por abordar os fenômenos como totalidade orgânica.
Conclui então que, enquanto o pensamento simplificador desintegra a complexidade do real, o pensamento complexo integra o mais possível os modos simplificados de pensar, mas RECUSA as consequências mutiladoras, redutoras, unidimensionais e finalmente ofuscantes de uma simplificação que se considera REFLEXO do que há de real na realidade.
O que "vemos " no real, em especial, na pós modernidade, são esteriótipos do que deveria ser educar, para que educar e para quem? O saber esta restrito e preso em camisa de força, fechado a diálogos com a sociedade, revestido de dogmas que querem uniformizar a subjetividade do sujeito.
Estamos vivendo momento de fenômenos insólitos. Tudo se torna descartável, fugaz, dando espaço para um individualismo que adoece o sujeito e contamina toda Rede Social.
Gadotti, salienta que o conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça sobre o futuro; contudo os sistemas educacionais ainda não conseguiram avaliar de maneira satisfatória o impacto das tecnologias da informação sobre a Educação.
Logo será preciso trabalhar em dois tempos: O tempo do passado e o tempo do futuro. Fazendo de tudo para superar as condições de atraso e. ao mesmo tempo, criando condições para aproveitar as novas possibilidades que surgem através desses novos espaços de conhecimento.
O grande desafio hoje é a nossa imersão neste caldo cultural, que nos desafia a escolhas, pois as ofertas são tantas... seguir o roldão da colonização, celebração do consumo como respostas fictícias aos nossos anseios existenciais, do vir- a ser ou nos colocarmos como observadores atentos, críticos, do que nos ronda, para tentarmos compreender as mudanças e transformações sociais, culturais, políticas com vista a subjetividade. Valorizando a Educação pelo encontro com o outro, onde haja troca e convivência, e que floresça com o grupo e pelo grupo , sem imposições .
Neste espaço brota a autonomia, que é um processo dialético de construção da subjetividade individual, que depende das relações interpessoais desenvolvidas no espaço vivencial.
Paulo Freire, assevera que a construção da autonomia precisa estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer em experiências respeitosas da liberdade, que mediadas pelo diálogo, que é uma exigência existencial, possibilita a problematização do senso comum, das ingenuidades, tanto do educando quanto do educador.
Contextualizando, de acordo com projeção da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2019, ao menos 1,5 milhão de crianças e adolescentes estão fora da escola no Brasil. Muitos são os fatores que contribuem para o abandono e a evasão, sempre articulados às desigualdades estruturais de nosso país. Enquanto, por exemplo, apenas 12,5% dos jovens brancos de 15 a 17 anos estão fora da escola, entre os jovens negros esse índice chega a 19%. Dessa forma, é importante compreender de que maneira as barreiras socioeconômicas, bem como as desigualdades de gênero e raça, constituem desafios à democratização do acesso à educação e quais estratégias são mais eficazes no seu enfrentamento.
Já o orçamento destinado à Educação sofreu corte de 27% em relação ao ano passado, ficando em R$ 74,56 bilhões. A área de Ciência e Tecnologia sofreu corte ainda maior, com diminuição de 28,7% em relação aos recursos executados em 2020, ficando com apenas R$ 8,36 bilhões.
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer
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