terça-feira, 26 de abril de 2011

#Interpretação dos sonhos



"O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente."   
   S. Freud


   A crença mantida na antiguidade, de que os sonhos eram enviados pelos deuses afim de ordenar as ações dos homens, constitui ainda hoje uma convicção popular. Basta lembrarmos do sonho do faraó, proposto a José na Bíblia, das sete vacas gordas seguidas por outras sete magras que devoram as primeiras. O significado era uma profecia de sete anos de fome no Egito.
   Esse método de interpretação simbólica é tão difundido como outro de decifração, onde para cada elemento onírico encontra-se um significado correspondente, estabelecido nos livros de sonhos com tabelas de palavras-chaves e lugares comuns.
   É a partir de Freud (nasceu 06 de maio de 1856 - 23 setembro 1939), que o sonho torna-se objeto de pesquisa científica com o livro, A Interpretação dos Sonhos, resultando na criação de um novo método de interpretação psicanalítica. 
   As descobertas de Freud, de que os sonhos têm um conteúdo psicológico fundamental revolucionaram o estudo da mente. Antes os sonhos eram tidos como meros efeitos de um trabalho desconexo, provocados por estímulos fisiológicos. Os conhecimentos desenvolvidos por Freud trouxeram os sonhos para o campo da Psicologia e demonstraram que estes são tão somente a realização de desejos, disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico.

    Freud, faz referências a três tipos de sonhos – aqueles que fazem de imediato sentido, inteligíveis e como tal integrados na nossa vida; mais frequentes nas crianças do que nos adultos, não deixando lugar para dúvidas. Outros, ainda inteligíveis mas que apresentam algum grau de estranheza, sendo já difícil encontrar um significado entre o conteúdo manifesto e o conteúdo latente, mais frequentes nas crianças, e, por fim, os mais habituais nos adultos; sonhos desconexos, sem qualquer lógica, e, em que o conteúdo manifesto desfigura completamente o conteúdo latente. Quando não são confusos, o indivíduo pode não reconhecê-los como seus.
   O sonho, como todo o funcionamento psíquico é multideterminado. À transformação do conteúdo latente em conteúdo manifesto chamamos “trabalho ou labor do sonho”. Consiste no disfarce ,a pessoa não tem conhecimento direto do que acontece porque determinadas ideias causam ansiedade e, como tal não são admitidas no consciente. Por exemplo, a ideia A ao querer surgir na consciência sofre uma censura e é obrigada a transformar-se em B.
   O sonho é uma manifestação criativa da psique (mente inconsciente e consciente) e transcende os meros cinco sentidos. Portanto, os sonhos podem, de forma simbólica e numa linguagem própria, revelar questões de nossa  personalidade que precisam ser trabalhadas.
    Além de apresentar soluções para problemas do cotidiano e regular nossas emoções internas.
   Como expressão simbólica do processo vital, o sonho tem implicações profundas e elevadas, para o físico e para o espiritual, para o corpo e para a psique. Ele pode ser um aliado valioso para a compreensão dessas interligações.   
   Pode nos fornecer o mapa para a compreensão simbólica de sintomas psicossomáticos e, por vezes, de sua resolução.   
  Pode constituir, assim, uma chave preciosa para nosso autoconhecimento e bem-estar.

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