quinta-feira, 14 de abril de 2011

Poesia de Olavo Bilac

Como quisesse livre  ser


Como quisesse livre ser, deixando

As paragens natais, espaço em fora,

A ave, ao bafejo tépido da aurora,

Abriu as asas e partiu cantando.

Estranhos climas, longes céus, cortando

Nuvens e nuvens, percorreu: e, agora

Que morre o sol, suspende o vôo, e chora,

E chora, a vida antiga recordando ...

E logo, o olhar volvendo compungido

Atrás, volta saudosa do carinho,

Do calor da primeira habitação...

Assim por largo tempo andei perdido:

— Ali! que alegria ver de novo o ninho,

Ver-te, e beijar-te a pequenina mão!

Olavo Bilac






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