# A QUESTÃO AMBIENTAL E A SAÚDE PÚBLICA.

    Na Saúde, a questão ambiental é marcada pela já conhecida relação entre a saúde e a provisão de água em quantidade e qualidade apropriadas e seu respectivo destino pós-utilização (esgotamento).

   O mesmo não ocorre em relação à poluição do ar (contaminação e ruído) ou do solo (por produtos perigosos) ou, ainda, no tocante a outros impactos ambientais com conseqüências diretas na saúde das populações.

   Portanto, precisamos entender, para além do saneamento do meio, quais fatores e tendências ambientais estão em jogo, para que se possa definir medidas preventivas e corretivas possíveis, e o modelo que permite visualizar o papel do setor saúde nesse cenário é preconizado pela promoção da saúde.

    O ambiente que vivemos é pensado em termos de um processo de ecologia que estabelece a função de conexão e articulação dos modos de pensar dentro dos modelos da lógica da natureza e a lógica da sociedade.

 Onde o que era natural hoje rende-se aos processos produtivos e estes estabelecem as relações sociais, as técnicas ,sem levar em conta a vida deste ser, seu limite de sobrevivência neste sistema. É sempre importante nos questionarmos sobre como é a saúde deste homem, como o meio ambiente interfere na sua saúde?

   Esta relação: Produção-Ambiente-Saúde , deve ser bem aprofundada, muito além destas poucas linhas, para avaliarmos as grandes epidemias causadas por exemplo, por poluentes químicos no mundo , o metil-mercúrio em Minamata, no Japão, e a Petrobrás que polui nossas águas.

    O nosso Rio Paraíba do Sul, em 2008, recebeu uma grande carga de produtos tóxicos , onde várias comunidades pesqueiras ficaram afetadas e impedidas de trabalhar , onde a flora e a fauna ficaram toda comprometida entrando definitivamente na cadeia biológica de todos os ecossistemas associados ao Rio Paraíba do Sul e de todos os seres que sobreviveram ao evento, incluindo os humanos consumidores destes peixes. Este vazamento , ao qual me refiro, foi causado por uma empresa de processamento de produtos químicos na altura de Resende (RJ), e interrompeu o abastecimento de água em Porto Real, Volta Redonda e Barra Mansa. Somada, a população das três cidades chegando a 430 mil habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). (Foto, em Atafona- São João da Barra - RJ, encontro do Rio Paraíba do Sul com o mar, consequência deste vazamento químico )

    O desequilíbrio sócio ambiental já se estabelece , quando esta ação criminosa da empresa que joga produtos químicos na água , gera desempregos, catástrofe na fauna e flora , doenças provocadas pela ingestão destes peixes contaminados, onerando a rede pública, ocupando leitos nos hospitais com internações por intoxicação, medidas de amparo financeiro a estes pescadores, gerando despesas nos cofres públicos, falta de credibilidade da população na fiscalização dos órgãos públicos, que deveriam verificar a questão de segurança destes produtos químicos... enfim uma série de conseqüências nefastas... que poderiam ser evitadas se houvesse uma campanha de educação sócio ambiental e prevenção em saúde .

As pessoas conscientizadas se cuidam melhor, denunciam, participam , mudam uma sociedade.

Jane