Do ponto de vista social , vivemos hoje a sociedade pós-moderna, e em linguagem econômica
uma sociedade pós-industrial. Na década de 50 começa toda esta discussão.
Na década de 50, grandes mudanças ocorreram na sociedade e no mercado financeiro. Chega o Império Capitalista, o fortalecimento do Estado a Burocracia o Liberalismo e a Família Patriarcal. A saída das mulheres para o trabalho, o aumento dos divórcios, a falta de apoio educacional para as crianças, a recessão econômica, aumentando a jornada de trabalho gerando um grande impacto nas mudanças de comportamento, na reogarnização do pós guerra impactando uma nova geração voltada para a reconstrução do arcabouço material do que foi destruído e esquecendo-se da construção de sua individuação, da sua humanização.
Para Deleuze, saímos de uma sociedade de confinamento, do espaço de rotinização do tempo, para uma sociedade de controle, cuja permanência é uma de suas características. O uso exagerado computador, as idas ao shopping por longas horas, o vício de assistir por por muitas horas TV, passear nos aeroportos, imaginando uma viagem que talvez demore um pouco,um observar da vida do outro que gera uma ansiedade, e talvez uma frustração,o apelo ao mundo de consumo e a diversão que fundamenta-se no puro exibicionismo de certa forma alimenta nosso ego, que ainda não consegue distinguir bem o que é necessário do que é supérfluo.Ficamos nesta sociedade do controle midiático com o piloto automático ligado.O lazer, a diversão, a viagem, as compras quando acionadas pela nossa razão e bom senso, nos traz bem estar, alegria,desapego e aprendemos a ser livres de coisas e das aparências.
A Hipermodernidade a partir de 2000 é caracterizada por uma cultura do excesso, do sempre mais. Todas as coisas se tornam intensas e urgentes. O movimento é uma constante e as mudanças ocorrem em um ritmo muito acelerado determinando um tempo marcado pelo efêmero, no qual a flexibilidade e a fluidez aparecem como tentativas de acompanhar essa velocidade.
Hipermercado, hiperconsumo, hipertexto, hipercorpo: tudo é elevado à potência do mais, do maior. A hipermodernidade revela o paradoxo da sociedade contemporânea: a cultura do excesso e da moderação. Temos excessos em Ter e moderação em Ser.
O homem pós-moderno procura por intensas sensações, emoções sem limites, sentir o máximo de emoções e o mínimo de dor. Muitos se anestesiam nas bebidas e nas drogas para falsamente minimizarem suas dores, achando que assim estão tendo fortes emoções, ficam neste ciclo vicioso.
O objeto de consumo do homem pós moderno é estar na onda do desejo pelo NOVO. É o novo que lhe dá a possibilidade de ser melhor
e diferente do outro. É o celular mais moderno que determinará que está em evidência, assim desperta a atenção do outro, e o desejo pelo seu objeto de consumo. Talvez por isto que muitas pessoas sofrem quando estão envelhecendo, entrando em depressão, o "novo" dura dois, seis meses, a nossa juventude pode passar por longos anos até chegar a maturidade, porque chega um ponto que o Botox não dá mais conta de amortecer as marcas do tempo. Pois bem, este caso reforça uma das marcas da pós modernidade que é a própria vontade de LIBERDADE e ao mesmo tempo a constatação da FALÊNCIA das METANARRATIVAS EMANCIPADORAS. Nos prometeram o elixir da juventude e agora José ? Nos prometeram a felicidade com os avanços tecnológicos, e agora José ? Nos prometeram....
A ilusão moderna
de que há uma luz no fim do túnel, está desaparecendo.O que está em declínio é
a certeza de que os ideais modernos nos guiariam até uma sociedade boa, justa,
igualitária, fraterna, socialmente justa. Mas, nós esquecemos de buscar, lutar por estas metas com a bandeira da democracia, com a luta dos direitos humanos, com as reivindicações sindicais. Delegamos aos outros o que era competência nossa como cidadãos.
O resultado disto são comportamentos em que não existe reflexão
dos efeitos, nos quais as consequências não importam, nossos atos
são desprovidos de implicações maiores, o outro é
negado e a responsabilidade deixa de ser uma necessidade. Há falta de espaços públicos e privados e de lideranças para profundas reflexões sobre que sociedade estamos construindo, que sociedade nós brasileiros queremos..
O Sujeito moderno é eternamente insatisfeito, frustado com sua realidade, preso na
sedução da imagem, com grande angústia existencial, e se sente impotente quando pensa em seu futuro.
A lógica de nossa
sociedade pelo que observamos, é a indiferença , a hiper valorização do mundo
virtual, a prevalência do efêmero, do fragmentário, do descontínuo, da onipresença da cultura
narcisista de massa, a celebração do consumo como expressão
pessoal, enfim, o caótico.
O que esta ocorrendo é a anulação da dimensão
do privado, tornando-se tudo público, do cotidiano dos ansiosos por fama, revistas de famosos, jornalismo sensacionalista.Tudo se tornou muito próximo, invasivo, impertinente.
O mal estar pós moderno é visível e trivial, vende-se como lazer ou
ócio criativo o que gera stress, perversão, depressão e tédio na
sociedade. É o exibicionismo em revistas , são vândalos queimando o patrimônio público, em vários países, mas em específico no Brasil está se tornando uma rotina com articulações desprovidas de qualquer sentimento de pertencimento social; são cidadãos sem hospital público para que sejam atendidos com dignidade, porque as obras faraônicas estão aspirando o dinheiro público, sabe-se lá quando este saco furado do aspirador vai ser trocado por um com fundilhos mais resistentes; são vídeos na internet de péssimo gosto, toscos, na busca do sucesso rápido.
Os valores da nossa sociedade hipermoderna são: o novo, o fugidio, o efêmero, o fugaz, o individualismo, a globalização, o hedonismo, o prazer.
A publicidade é impactante e manipula os desejos humanos, promovendo a
sedução, criando novas imagens e signos, dizendo que tal coisa é agora um ESTILO
DE VIDA. Será?
Como
podemos perceber esta realidade que vivemos torna cada vez mais banal a vida e nos atira numa relação
individualista e potencialmente destrutiva.
O nosso desenvolvimento sócio cultural e político reflete o nosso estado ainda imaturo emocionalmente, nosso relacionamento com a vida nem sempre é muito saudável, nosso psiquismo ainda flutua entre o individualismo e os lampejos de afabilidade , doçura e acolhimento com nossos semelhantes, para que possamos minimizar a carga auto destrutiva que muitas vezes acionamos dos nossos arquivos atávicos, reativando nossas doenças da alma.
Precisamos pois, acreditar na vida, no seu magnânimo potencial de energias curativas e renovadoras que a natureza nos presenteia a cada dia e com esta confiança sempre dialogarmos com a ética, indo ao encontro da sinfonia cósmica para sairmos vencedores das teias deste momento de transição que a voracidade da modernidade embaraça nosso entendimento nos arrastando muitas vezes para o Ter em detrimento da busca de nossa paz interior, do nosso silêncio interno, que nos convida a meditação, a razão, a criatividade e a reflexão, sobre o nosso Planeta na busca de alternativas para a Sustentabilidade Social que é um conjunto de ações que visam melhorar a qualidade de vida da população, visando diminuir as desigualdades sociais, ampliar os direitos e garantir acesso aos serviços de educação e saúde, entre outros, possibilitando as pessoas acesso pleno à cidadania.
Jane