“A arteterapia baseia‐se na crença de que o processo criativo envolvido na atividade artística é terapêutico e enriquecedor da qualidade de vida das pessoas, tanto das que experienciam doenças, traumas ou dificuldades de vida, como das que buscam desenvolvimento pessoal. Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes, as pessoas podem ampliar o conhecimento de si, dos outros, aumentar sua auto‐estima, lidar melhor com sintomas, estresse e experiências traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.”
Associação Americana de Arteterapia
Desde a época das cavernas os homens já se utilizavam do desenho, representando através de imagens o seu vivido, sua organização, suas danças e pinturas de rituais de cura invocando as forças da natureza ficaram impressas nas paredes do tempo.
Desde a época das cavernas os homens já se utilizavam do desenho, representando através de imagens o seu vivido, sua organização, suas danças e pinturas de rituais de cura invocando as forças da natureza ficaram impressas nas paredes do tempo.
O uso terapêutico
das artes remonta-se a estas civilizações antigas.
Mas é com a crise
da modernidade , e em especial após a Primeira Guerra Mundial, que a
arteterapia, surge como profissão , e com seu corpo próprio de conhecimentos ,
práticas e pesquisas.
O projeto
iluminista trouxe na época moderna a crença que o desenvolvimento material e
moral do homem seria alcançado pelo conhecimento , pela razão. Foi um momento
fértil nos ciclos evolutivos da humanidade, momento de expansão de ideologias,
movimentos sindicais, culto as fábricas, novas tecnologias e grande avanço nas ciência.
Após a Primeira Guerra
Mundial, inicia-se em paralelo ao movimento iluminista, um movimento de
mudanças, cuja origem encontra-se na crise da ciência e da verdade. Surge
Einstein , com a Teoria da Relatividade que traz para a física moderna novos paradigmas até hoje estudados.
Destaca-se neste
período o pai da psicanálise, Freud, que trás o revolucionário conceito de
inconsciente, que impôs uma radical mudança da imagem que o homem tinha de si e
Jung ex discípulo de Freud, que segue
seus próprios passos tornando-se o pai
da Psicologia Analítica, ele estava desenvolvendo trabalhos e estudos sobre a
produção artística de seus pacientes,
buscando formas alternativas para o tratamento analítico.
Nos movimentos
artísticos vamos encontrar no fim do
século XIX e início do século XX a perspectiva de novas possibilidades para
compreensão do homem . Com o
Expressionismo encontramos a busca da emoção e da subjetividade humana; no Dadaísmo a
busca da criança interna e o nonsense
como forma de contraposição a lógica burguesa; no Cubismo, o
reconhecimento de que todo fenômeno pode ser visto de diversos ângulos; no
Surrealismo de Dali e Breton, Chagall e no teatro do absurdo a busca do
inconsciente, do imaginário. Com estes movimentos artísticos neste período , a
contestação do real, vinha com formas artísticas assimétricas, deformadas, como
linguagens artísticas que expressavam um desejo de contextualizar o momento
histórico para trazer ao debate, ao cenário social uma possibilidade de reflexão deste homem moderno.
No campo da educação vamos encontrar Piaget, Dewey e
Montessori, que se dedicaram ao estudo do desenvolvimento infantil, colocando a
educação como um processo de cultivo e incentivo ao desenvolvimento da criança
em sua totalidade, surgindo assim a arte educação nos trabalhos de Victor Lowenfeld e Florence
Cane.
No pós- Primeira Guerra, e principalmente após a Segunda
Guerra o mito de que a razão e a ciência seriam as grandes respostas para o mundo vem abaixo. Há uma crise de
conceitos , novos paradigmas surgem e desmoronam
as grandes expectativas que a ciência e a tecnologia suplantariam todas as
questões do homem.
No período pós industrial na década de 50, há uma
modificação significativa sobre o status
da ciência e da universidade. É nesta época que seguindo o surgimento da Arte
educação nos trabalhos de Lowenfeld e Florence Cane que vem surgir a Arteterapia.
Na década de 40 a arteterapia firma-se com sua especificidade
nos Estados Unidos com o trabalho de Margareth Naumburg.
Nascida em New York em 1890, artista plástica, assim como sua
irmã Florence Cane. Formou-se em psicologia, pela Universidade de Columbia, nos
Estados Unidos, fez estudos de
psicologia experimental e parapsicologia na Inglaterra. Em Roma fez cursos
sobre o método Montessori de educação infantil. Fez formação psicanalítica e
fundou uma escola de vanguarda a Escola Walden.Nesta escola ela defendia a
importância da expressão dos conteúdos e motivações inconscientes para a
educação e o desenvolvimento da personalidade. Por lá ficou na direção por 10
anos, e em 1928, escrevia A criança e o mundo, livro em que enfatizava a
expressão criativa e imaginativa do aluno.
Margareth fazia palestras falando de suas experiências em várias instituições de educação,
psicologia e psiquiatria.
Sua primeira pesquisa em arteterapia foi com crianças com distúrbios de
comportamento , ocorreu quando ela tinha
51 anos, e trabalhava no Instituto de Psiquiatria Estadual de Nova York. Foi em
1947 que publicou a pesquisa “ Estudos sobre a expressão livre na arte de
crianças e adolescentes com problemas de comportamento como meio de diagnóstico
e terapia “, replubicada em 1973 com o título “ Introdução à arteterapia “,
sendo este um marco importante, é a primeira publicação na área.
Logo após publicou mais três livros: Arte esquizofrênica em psicoterapia
em 1950, Arte psiconeurótica: sua função em psicoterapia, em 1953 e
Arteterapia de orientação analítica :
princípios e práticas, em 1966. Ficou reconhecida como a mãe da arteterapia e também como a que
utilizou a abordagem psicanalítica em
arteterapia. Também utilizava a abordagem analítica Junguiana principalmente
quando se referia a compreensão do
inconsciente e da sua função simbólica.
Com muita clareza Margareth falava que o arteterapeuta deve
esperar que o próprio cliente atribua significado às imagens simbólicas que
produziu. Criticava os arteterapeutas que
davam suas interpretações para o
cliente.
Em 1969 é criada a AATA – Associação Americana
de Arteterapia.
Cursando Arteterapia
Bibliografia : Arteterapia
Gestáltica - Selma Ciornai -
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