terça-feira, 19 de novembro de 2013

# CONFIANÇA # Poesia de Maria Dolores



CONFIANÇA


Alma querida, não temas.

Que a fé não se te degrade
Ao romper da tempestade,
Qual maremoto a rugir;
Muita vez, o sofrimento
É o campo alto e fecundo,
Que impele as forças do mundo
À elevação no porvir.
Nas mínimas formações
Que alteram a natureza,
A dor é uma luz acesa
No apoio da evolução.
Olha a semente no solo,

Depois de enterrada viva,
Mais a luta se lhe ativa
Na própria germinação.
O mármore vigoroso
Nunca dsvenda a obra-prima,
Que lhe atrai a humana estima
Sem o buril do escultor...
Fugindo à inércia do charco,

A fonte que desabrocha
Vence areia, pedra e rocha
E cria glebas em flor.
Reflete: o minério bruto,
Arrancado ao ninho morno,
Tomba aos martírios do forno
Para de novo se erguer;
É peça nas oficinas,
No ar, na terra, nos mares,
Nas máquinas que anotares
Do progresso a resplender.

Se o mal, por vezes, parece Dragão de sombras à vista, 
Na guerra que te contrista, 
Pensa na dor por mais luz... 
Sobre os domínios do mundo, 
Nas lutas de todo plano, 
Em qualquer conflito humano, 
O vencedor é Jesus. 

Psicografia de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito María Dolores
Breve biografia de Maria Dolores:

  Maria de Carvalho Leite nascia na cidade sertaneja de Bonfim de Feira - BA,no dia 10 de Setembro de 1900, filha de Hermenegildo Leite, escrivão da prefeitura, e da doméstica Balmina de Carvalho Leite. Em Bonfim passou a infância junto com três irmãos e duas irmãs.

Em 1916, diplomou-se Professora pelo Educandário dos Perdões, considerada pelas colegas e professores como adolescente prodígio, graças à rara inteligência.

"A poesia começou a senti-la na cidade natal, ainda quase criança, a transformar-se, mais tarde na poetisa de bons versos que todos conhecemos".
  Em sua peregrinação, morou em várias cidades da Bahia, e foi em Itabuna que conheceu Carlos Carmine Larocca, italiano radicado no Brasil proprietário do Café Baiano e de uma tipografia denominada "A Época"; tornou-se sua companheira ajudando-o, ombro a ombro, em suas atividades. Nesta cidade trabalhou e exerceu seus dotes mediúnicos durante longos anos.Nos idos de 1939 ela residia na antiga rodagem de Itajuípe, hoje rua Tosta Filho, em Itabuna, onde realizava sessões espíritas familiares exercendo sua mediunidade sonambúlica para que o seu guia espiritual, o Dr. Antônio Carlos Lopes, receitasse os doentes que lhe buscavam o socorro.
  Fazia campanhas, prendas para os bazares realizados em sua própria casa. Fundara um grupo que se reunia em sua residência todas as semanas, quando saíam para distribuir, nos bairros carentes escolhidos, farnéis, roupas, remédios... Chamavam-se
"  As Mensageiras do Bem". No natal, faziam campanhas e distribuíam donativos assim como nos Dia das Mães. Dolores costurava enxovais, vendia o que era seu ou emprestava; às vezes, fazia dívidas para si, a fim de ajudar alguém.
  Nos primeiros anos da Mansão do Caminho, dirigida por Divaldo Pereira Franco era ela quem pintava à mão, com desvelo e carinho, os belíssimos cartões de Natal que eram vendidos em benefício daquela Casa de amor e, que os confrades cooperadores, encantados com as delicadas flores e miniaturas, se presenteavam.
  No dia 27 de Agosto de 1959 ela partia de volta a Pátria Espiritual.

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