sábado, 23 de novembro de 2013

# PENSAMENTO - O BEM PENSAR #

  
         Quando pensamos o pensamento, podemos nos questionar: O que é pensar? De que é feito o pensamento?   Qual a sua estrutura? Qual critério de realidade há no pensamento? Qual a essencialidade do pensamento? Pensamento é matéria ?
           Por hoje, parei para pensar sobre o que é o bem pensar.
     Há uma antiga história sobre 3 cegos que encontram um elefante.Quando lhes foi pedido para que   descrevessem o animal, cada um disse uma coisa diferente. Um afirmou que o elefante era como uma grande mangueira, quando segurou a tromba do elefante, o segundo que era como um cabo de vassoura, quando segurou no rabo do elefante , e o terceiro, que ele se assemelhava a um tronco de árvore, quando segurou as pernas do elefante. Na realidade, cada um descreveu o animal a partir de sua percepção, nenhum deles estava errado. Todos estavam expondo o seu ponto de vista.
           Somos sábios quando percebemos que somos como os cegos, limitados na nossa capacidade de perceber as coisas que estão diante de nós, mas ao mesmo tempo somos convidados pelas forças do processo evolutivo a fazer vir a tona o conhecimento, a aprendizagem, para elaborarmos planos, projetos, propostas que  nos tragam  a alegria de viver em plenitude.
    Utilizamos ainda uma parcela muito pequena de nossas potencialidades mentais-espirituais, estamos longe de utilizá-las em uma frequência constante com o bem pensar. Focamos a nossa atenção nos nossos insucessos, nos vitimizamos, e esquecemos de fazer uma varredura em nossas falsas crenças, que tendem a rebaixar a nossa autoestima, nos colocando no estado de acomodação, ao invés de nos sentirmos motivados à vida, a alegria, ao bem estar mental, físico e espiritual. Os fatos  muitas vezes não mudam, mas as nossas crenças sobre quem somos podem mudar.
    Escamoteamos tanto os nossos conflitos que  alguns departamentos seletivos de nossa mente bloqueiam a nossa visão interna dos fatos desagradáveis que nos incomodam e que deveriam ser pensados e refletidos para uma nova postura, um comportamento  mais maduro, e entrando neste processo  passamos então para os mecanismos de transferência de responsabilidades e não pensando em nós, evadimos da realidade.
       Uma boa ferramenta que nos ajuda a ter um bom pensar é a  arte de perguntar. Perguntar é mais importante e criativo do que responder. Nos atermos a responder, às vezes o que mal sabemos direito, talvez seja até uma hipótese ou uma visão personalista. Mas quando perguntamos abrimos a porta para o cogitus, para a filosofia. Vale mais a pena termos uma boa pergunta do que uma suposta resposta.
      As perguntas nos levam a problematizar  o nosso vivido. Para muitos é um incômodo, uma contrariedade, um mal estar, ter que   se defrontar com o ego, sair da zona de conforto para a zona do confronto, do questionamento, que por vezes se coloca na defensiva do pensar.
      Quando encontramos algumas pedras  no caminho temos que pensar, raciocinar e planejar a melhor maneira de ultrapassá-las. Elas são inevitáveis, necessárias, são instrumentos de aprendizagem e crescimento pessoal. As pedras são o indicativo que se eu quiser seguir ao longo do caminho na busca de minha natureza divina  preciso transpô-las, caso contrário serei um espectador de tudo que passa ao redor, perderei a oportunidade de viver integralmente a minha história, adiando para mais tarde um compromisso assumido com a vida.
        Tomando a decisão de transpô-las, precisamos saber discernir as diferentes partes desta situação, mas ao mesmo tempo reconhecendo as diferenças entre as relações que são mantidas entre meu ego e o todo. 
       Estas etapas de ver o particular e o geral nos levará a ordenação dos dados da realidade que estão dispersos, nos  convidando  a sair  da preguiça mental, alocando assim a nossa energia  no foco de nosso  objetivo na confiança de alcançá-lo.
        Nesse processo, a reflexão e a meditação  são elementos chaves para o bem pensar,  vai exigir de nós  profundidade  e   discernimento nas questões do ser que nos permitirá ter mais  rigor na nossa auto avaliação, persistência em nossa vontade e disciplina em nosso querer.  
      Esta ação nos conduzirá a fazer melhores escolhas que passam pelos princípios éticos que compõem o homem de bem.
       Kardec nos afirma que os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar que respiramos, ( Gênese Cap. 14 item 16).
      Esta carga energética dos maus pensamentos causa danos profundos no nosso psiquismo  refletindo no corpo físico. Muitas vezes quando a dor chega nos movimentamos em busca de respostas e começamos a pensar no mundo metafísico, deixando apenas  de averiguar as causações da ordem material para percebermos as coisas do mundo sensível, na busca do numinoso.
         Santo Agostinho já falava que onde há o torpor da preguiça, depressa aí crescem os pungentes espinhos dos maus pensamentos.
      Nos pequenos exercícios desta busca do bem pensar, cada vitória, por pequena que seja já forma a base de nossa autoconfiança, ajudando-nos a conquistar a nossa individuação.
  
 Jane 

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