sexta-feira, 6 de setembro de 2013

RESILIÊNCIA _ Visão Transpessoal


  "Uma Natureza, perfeita e presente em toda
                                          parte, circula em todas as naturezas. Uma
                                     realidade, que tudo abrange, contém dentro
                                           de si todas as realidades".
                                                                                          Yung-chia Ta-shih

     Na Psicologia Transpessoal o homem é visto como um Ser integrado na rede de sistemas. Seus conflitos vividos, a percepção de sua própria existência e a sua reação no sistema vão gerando novas formas de ações mais comprometidas com a realidade que o cerca. Cada experiência que vivenciamos traz consigo um aprendizado, um saber a respeito da experiência da expressão de seus desejos e vontades dentro desta realidade complexa que é ser-no-mundo. A visão Transpessoal ajuda o sujeito a integrar sua vivência à rede universal e ampliar sua consciência para o nível coletivo.
    Quando nós vivenciamos nos ciclos da Natureza nossas emoções e sentimentos, fora deste comprometimento de ampliar nossa consciência para o coletivo, nos deparamos com uma dificuldade maior em dar resolutividade as nossas questões existenciais, e nos afastamos de alcançar a felicidade, que é viver, particularmente, a nossa própria vida dentro do processo dialógico Eu- Outro em busca do nosso auto conhecimento.
    A palavra resiliência é proveniente da física , que tem a ver com a capacidade que determinados materiais apresentam de receber e absorver determidados impactos e logo após retornarem a sua forma original.Esta imagem também reportou-se para o comportamento humano , no sentido da capacidade de lidar com as adversidades , de superá-las , não permitindo que essas experiências afetem de modo negativo e permanente o modo de ser e viver no mundo,mas saindo destas situações de conflito modificados.
    Quando o nosso ego nega a realidade da rede de sistemas, sofremos, e nestas horas precisamos compreender o papel da resiliência em nossas vidas.
    Resiliência significa a nossa possibilidade de desenvolver habilidades, de elevar nossos níveis de percepção do mundo, de questionarmos a nossa dor, procurando ver em nós, uma força superior que é capaz de deixar mostrar a ostra que estava oculta na concha, que para surgir precisou romper a camada de calcário a fortes golpes, a fim de deixar brilhar sua beleza e encantar o mundo.
    Quando assim, nos permitimos a estes desafios existenciais ,nos colocamos no mecanismo de evolução da vida, na tentativa de conseguirmos nos reequilibrar com mais freqüência frente às adversidades da vida.
   A forma como uma pessoa percebe e elabora os seus problemas é um aspecto importante para reforçar o seu potencial de resiliência.
   A superação de um obstáculo, é um aprendizado, porque neste mundo objetivo que vivemos, ele se apresenta como uma ilusão, e a supervalorização que damos a ele , gera em nós, frustação, sofrimento e dor. Paulo de Tarso nos alerta que precisamos viver no mundo, mas não sermos do mundo, naquilo que ele oferece de ilusório e transitório.
   A superação do ego(egoísmo) torna-se fundamental para que adquiramos a alegria de viver, de termos bem estar, buscarmos a felicidade a que todos nós temos direito.
   Quando nos encontramos frente a frente com com um problema, precisamos lhe dar um significado singular, que será fruto de nossa capacidade de compreensão e elaboração de alternativas para superá—lo. Para isto, precisamos ter sensibilidade e percepção do em si e do em torno, para decodificarmos o seu significado.Pois nada acontece por acaso.Há uma necessidade de aprendermos algo com a dor.A Lei nos oferece o livre arbítrio para escolhermos nosso processo de aprendizagem, ou ele será consciente , onde estamos dispostos a resolver as nossas questões existenciais , mediante a vontade de superação, ou vamos escolher o caminho da aprendizagem inconsciente, que aciona o piloto automático, onde desprezamos a possibilidade de compreensão e reflexão de nossa existência.
    Superar dificuldades, ou ser resiliente ,significa encontrar uma forma construtiva de reorganizar a vida após um problema.
   Quando enfrentamos nossos problemas, procurando suas causas, enfrentando-os com respeito as nossas limitações para superá-los, entendendo que temos capacidade de nos reequilibarmos para novas etapas da vida, estamos neste momento sendo resilientes.

               As formas como enfrentamos os problemas dependem de:

1- Tipo de problema que é enfrentado.
2- Capacidade que temos para enfrentar a dificuldade apresentada.
3- Quantidade de problemas enfrentados.
4- Momento da vida em que aparece o problema.
5- História de vida de cada um .
6- Apoio recebido de outras pessoas , de outros profissionais e instituições.
   Alguns fatores geram sofrimento no Outro, como a violência psicológica ou física na família, ou mesmo a agressão verbal que enfrentamos no dia a dia.

                    Algumas situações que geram sofrimento no OUTRO.

1- Humilhar e depreciar as pessoas.É quando não conseguimos olhar o Outro na visão da horizontalidade, onde esquecemos que EU-Outro , fazem parte da construção saudável do nosso “self”.O respeito as diferenças agregam sabedoria, o preconceito nos afasta de nossas realizações íntimas, porque é contrário a Lei de harmonia do Universo.Quando humilhamos alguém nos afastamos da felicidade, porque a felicidade real tem relação direta com o que produzimos em torno de nós, e com aquilo que consequentemente tem a ver com o Outro.
2- Mostrar desinteresse pelas pessoas.Não expressar nossos sentimentos de carinho e admiração, por medo de não sermos compreendidos pelo Outro é um engano, pois o amor é dinâmico e produtivo, vai gerar laços de solidariedade e de troca.
3- Criticar o tempo , sempre reclamamos da falta de tempo,sem vermos suas qualidades e oportunidades de fazer cada minuto diferente, as vezes cultivando a cultura do narcisismo deixamos passar a oportunidade da fraternidade, de um telefonema, de enviar um e-mail....
4- Culpar a todos por tudo.Sempre nos colocando no papel de vítima.
Sempre achamos que tudo que fazemos ou pensamos é mais interessante ou melhor, mas é um equívoco. O respeito ao Outro é base da comunicação transpessoal.
Quem elege a solidão como companhia acaba candidatando-se ao abandono.
5- Desencorajar as pessoas a se melhorarem. A famosa jogada de balde frio sobre os projetos do Outro.O pensamento no bem gera em nós um jardim florido, com aromas divinos, nos tornando assim instrumentos para as boas intuições para o Outro,e vamos assim,colocar mais uma flor neste jardim. Mas se formos os agentes do desencorajamento do bem estar do Outro,corremos o risco de instalar em nós o odor fétido dos pântanos, que se alinham com os pensamentos pessimistas, derrotistas.
6- Ignorar os sentimentos das pessoas.Sempre gostamos de ressaltar os nossos problemas e não ouvimos os problemas do Outro.Saber ouvir é uma arte.Quando ouvimos o Outro, estamos exercitando a paciência, esquecendo um pouco o nosso egoísmo, vamos acordando a nossa consciência para o altruísmo. Jesus , com todo o seu amor, sabia de tudo, mas sempre esperava por uma pergunta do Outro, porque sua visão de mundo estava sempre voltada para a realidade espiritual.
7- Cobrar muito das pessoas, além de sua capacidade.Exigir um perfeccionismo do Outro, que nós mesmos as vezes não somos capazes de dar conta dos nossos afazeres.Importante pensarmos que nossas emoções são muito instáveis, ora estamos na vibração das emoções agradáveis, ora emoções perturbadoras, mas o que importa é o esforço que vamos fazendo para que elas sejam transformadas em energias úteis, que expressem sempre um direcionamento para o bem.Logo cobrar muito do Outro, torna nossa vida mais conflitiva.

Podemos pensar em três  principais formas de proteção que nos ajudam nesta fase de dor:

1- Apoio da família- buscando estabilidade, diálogo.
2- Apoio de instituições- como escola, religião, posto de saúde,programas sociais ,terapia com um psicólogo, academias para atividade física, yoga,... 
3- Apoio das nossas relações saudáveis -dos amigos, professores, ou pessoas que são referências seguras e que reforçam o nosso sentimento de sermos queridos , respeitados e amados.

  Procurar apoio é muito importante para aliviar nossas dores. Sabemos que não podemos modificar a ninguém, assumindo responsabilidades que fazem parte da história de vida do Outro, que só ele será capaz de reconstruir seus processos de dor, de rejeição, de perda.Quando nossa autoestima se eleva, e nos consideramos pessoa capazes de enfrentar nossos problemas, de sairmos dos tsunamis da vida, buscando informações e apoio , estaremos enfrentando nossos problemas diretamente e a chance de aliviarmos este processo de dor fica mais leve, suportável, porque o Outro, estava ali ao nosso lado.
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A Vida a ninguém esquece ou abandona.

Sempre é tempo de :



1-Revermos nossos projetos de vida procurando com otimismo uma alternativa saudável.

2-Correr  riscos que é  uma exigência do viver , mas sabendo que vamos adquirir a virtude da coragem.

3-Cultivar sempre o bom humor, que  é o melhor antídoto para neutralizarmos qualquer pessimista que se aproximar na tentativa de desestabilizar nosso equilíbrio emocional.

 Jane.

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