quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

# Como vai você hoje ?



   O homem moderno, após grandes invenções, e valiosas incursões nos conhecimentos tecnológicos, se vê muitas vezes, coberto de incertezas, sofrimentos e dúvidas quanto ao seu presente e o que o aguarda no futuro.
   Estamos no século XXI, e quanta atrocidade ainda vemos em nosso planeta . A nossa civilização avança no espaço cronológico e científico, mas no campo das emoções estamos parados num Pit Stop no Box do egoísmo e do orgulho, e temos dificuldades em dar a largada para o acesso à linha de chegada. O que culminaria na grande vitória sobre nós mesmos. A largada foi dada, mas a busca de atalhos, de jeitinhos, espertezas, hipocrisias, não valem, pois a estrada da evolução é a mesma para todos nós. Não há privilégios nos cenários divinos.
   Há uma distância muito grande entre o Homo Tecnologicus e o ser espiritual e transcendente que somos, este hiato só se encontrará quando entendermos a dinâmica do amor em nossas vidas, movimentando as energias que ficam na sombra para insurgirem no nosso self.
   Nesta velocidade de apoderar-se de novas conquistas, construímos castelos de ansiedades, nos tornando algozes de nós mesmos. Perdemos a capacidade de entender os nossos sentimentos, perdemos o sentido existencial de nossas vidas, tornamo-nos reféns desta sociedade robótica.
   A sociedade acostumou-nos a crer que as conquistas profundas são secundárias, desde que possuamos dinheiro, posição social e poder, elementos básicos para aquisição do prazer já que a felicidade é vendida como algo que se encontra ali na esquina, no shopping mais próximo.
  Tornamo-nos assim, desamparados da fé religiosa perdemos a referência do eu profundo, afastando-nos do psiquismo Divino. Nesta perspectiva o indivíduo torna-se um materialista-agnóstico.
   Enquanto isso, refugiamo-nos nos conflitos, fugindo da realidade, ficamos nos exibiocismos, na luxúria, na soberba, e como conseqüência matemática, vamos sempre nos encontar insatisfeitos e profundamente infelizes. Esta equação é inevitável.
    O que observamos no nosso contexto social é uma humanidade carente de amor e dignificação.
    Para nos vermos neste macro universo que habitamos, precisamos  olhar, perceber, e entender o nosso processo de auto realização, como uma alavanca para nos tirar das valas da depressão, das fendas do sofrimento, dos abismos da dor existencial. Toda conquista espiritual demanda uma ação direcionada para Lei do amor, nada em nossas vidas acontece sem a Lei do Mérito, da conquista que é solitária e individual dos bens imperecíveis de nosso espírito eterno. A Lei de Deus nos ampara com sua Misericórdia, mas a busca e a conquista é nossa, aquela que nem os ladrões roubam, e nem as traças corroem.
  A nossa auto realização decorre do despertar das potencialidades internas e profundas do eu para as questões que envolvem ética, moral e todas as situações que abarcam a sensibilização de nossos sentidos, como as artes.
 Um provérbio chinês conta que o pessimista sempre  reclama do vento, já o otimista espera que ele mude, e o realista ajusta as velas. Na verdade devemos ser um otimista-realista.A visão otimista e realista nos indica um caminho, uma meta, uma esperança, uma tentativa, um sonho, uma possibilidade criativa, ao passo que a visão pessimista nos leva a inércia e a atrofia dos nossos sentidos, enferruga nossa vontade, afastando-nos de nossa auto realização.
  Responder a pergunta – Como você está hoje? Vai depender do ponto de vista, da percepção que temos do mundo e das pessoas. Se hoje não estamos, vivendo bem é bom observarmos que tipo de pensamentos e sentimentos tem visitado a nossa casa mental. É sempre saudável fazermos uma faxina interior, retirando os miasmas do ódio, as teias de aranha da inveja, o lodo da mágua, a poeira do orgulho, que intoxicam nossos centros de forças espirituais, e assim fazendo, vamos deixando entrar as boas energias do amor, da amizade, do respeito à natureza, pois quem sabe assim poderemos ter momentos menos estressantes e mais produtivos e criativos. Quando nos fazemos mais limpos espiritualmente começamos a nos encontrar com o Outro na postura de horizontalidade, igualdade, e quebramos um pouco as barreiras do egoísmo. Faxinando as palavras mais constantes de nosso pensamento: eu, eu, meus problemas, minhas dores, meu isto meu aquilo, vamos encontrando sob ao tapete de nossos pensamentos muita sujeira acumulada, e quando descobrimos que estamos nos sabotando é hora de pegarmos a vassoura, nos transformarmos em ensaístas de Paulo de Tarso, quando ele diz que já não é ele que vive a sua própria vida, mas que o Cristo já habita seu ser em plenitude, e desta forma, vamos higienizando este patrimônio maravilhoso que o Pai nos concedeu, este atributo do nosso espírito eterno, que é o pensamento.
   No nosso cotidiano, sempre ouvimos esta pergunta: Como vai você hoje ? Normalmente respondemos: vou levando, tô empurrando com a barriga to indo, deixa a vida me levar, tô mais ou menos, nada bem, mas fazer o que né? Vou como Deus quer, tô devagar de devagarzinho, tô com muita preguiça, tô de ressaca...dificilmente ouvimos alguém falar, com firmeza e otimismo: Estou bem.
  Por mais variada que seja a resposta, o que importa é entendermos a emoção que vem por trás das palavras, pois elas vêm carregadas de sentimentos, emoções, vivências mal resolvidas e grande carga de problemas.
  O que acontece de diferente com aquele que diz “estou bem”, e aquele que diz” estou empurrando com a barriga”?
  Por certo são formas que utilizamos para expressar as nossas vivência,as nossas dificuldades e conflitos . Quando criamos a atmosfera psíquica, que estamos bem, as nossas expectativas diante da vida se abrem para as boas possibilidades que dependem muito de minhas ações e de minha postura mental. Não estamos mentindo para nós, quando dizemos que está tudo bem, estamos nesta hora entendendo a misericórdia de Deus que tudo provê, e que nos coloca nas situações necessárias para a nossa evolução, dando-nos oportunidades de vermos a vida sob o seu real aspecto de responsabilidade, pois não estamos aqui em recreio. E quando nos colocamos na situação de reclamadores, de empurrar com a barriga, como se não tivéssemos responsabilidade alguma com o pensar, nos tornamos pessoas sem fé, sem ânimo, pois nos colocamos a parte da misericórdia de Deus, nos auto excluímos do processo de faxinarmos os porões de nossa existência, como condição básica para termos acesso a paz interior, a felicidade, ou será que queremos encontrar a mensagem em nosso arquivo mental: Arquivo cheio de lixo mental tóxico,comprometendo suas engrenagens psicofísicas, 80% de bites utilizados de sua capacidade com miasmas deletérios, faça uma formatação em seus arquivos e delete o que não for saudável para o seu espírito eterno.
  Bom se tivéssemos um dispositivo assim, mais específico, mas sabemos que a nossa consciência é o chip mais justo e preciso que temos, e sem risco de perder a memória, pois está tudo gravado no fluido cósmico universal.
  Esta atitude de entendimento que precisamos cultivar o bem pensar, a vibração que mentaliza um bom dia, não exclui o entendimento que temos daqueles dias que são difíceis, dolorodos, tristes, que compartilhado com um amigo, ou acompanhado da leitura de uma página edificante ou de uma prece, vai fazer toda a diferença para o nosso bem estar . O que mencionamos, são aquelas pessoas que sempre se colocam diante da vida como vítimas, só reclamando e onde chegam provocam aquele fenômeno que bem conhecemos:"espalha bolinho", todo mundo sai de perto, pois já sabe que vai ter um rosário de reclamações.
  Nesta busca da paz interior, de uma boa qualidade de vida, vamos observando que quando temos o equilíbrio de nossas emoções, nos sentimos mais fortes espiritualmente, o nosso olhar para o mundo é mais sereno, é como se passasse em câmera lenta cada situação. O ar que respiramos faz todo o percurso em nosso corpo, e nós o sentimos, a flor que está no jardim balança com o vento e observamos seus vários ângulos sob o frescor do vento, tudo flui, calmamente, lentamente, conquistamos assim, o silêncio interior.
 Quando nosssas emoções e sentimentos se fragilizam, nós adoecemos fisicamente e espiritualmente, pois a energia vital se esvai, pois há muito ruído, turbulência em nossos pensamentos.
  Geralmente a nossa energia vital se fragiliza em função de nosso desequilíbrio emocional, os sentimentos negativos de raiva, intolerância, medo, entre tantos outros, nos devastam o pensar e nos embotamos, fechados em nosso pequeno egoístico quadrado existencial.
  Na verdade, somos aqueles que cobram compreensão, sem nem mesmo nos preocuparmos em compreender os outros, cobramos o amor incondicional dos que estão perto de nós, sem mesmo ensaiarmos os primeiros passos do auto amor, cobramos o perdão do outro, antes mesmo de cogitarmos na possibilidade de nós o perdoarmos.Nesta condição de cobradores reforçamos a nossa inércia, e nos afastamos de nossa libertação rumo ao desapego, rumo ao perdão.
  O perdão, nos dá a senha para chegarmos em outra fase  de nossa vida, ele abre os portais para navegarmos nas diversas possibilidades, para termos aquela sensação de que  estamos enfrentando os embates da vida com coragem e sabedoria, não desistimos de nós mesmos. O perdão é um bálsamo para as nossas dores e ressentimentos mais profundos. Aquele que sabe perdoar, está em uma fase próxima para conquistar sensações e emoções nunca antes vividas, pois o prêmio desta conquista é o entendendimento pleno do amor, é o  nosso encontro  com a  extensão da criação.
  Alcançar este estágio, não é fácil, mas talvez o primeiro passo, seja aceitarmos nossas próprias limitações, imperfeições, amando-nos, apesar de, não nos abandonando às nossas fragilidades, porque somente nós mesmos podemos nos resgatar. É na Lei de evolução, que vamos aprendendo a magnitude de Deus, sua sabedoria, e nos colocamos como aprendizes, servos, trabalhadores, desta proposta de sermos colaboradores desta grande seara de amor que nos convida nosso irmão Maior.
  A cada dia podemos fazer uma escolha: ou continuamos na mesmice de nossas vidas, ignorando nosso papel no processo de nossa auto realização ou mudamos o roteiro da história singular de nossa vida.
  A grande bênção que temos, através do livre arbítrio é que podemos participar de nossa autocriação, somos os autores de nossa própria história.
  Como vai você hoje?

             Escrito por Jane Givanoite

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