sábado, 9 de maio de 2020

#HANNAH ARENDT- Pensando um pouco na condição humana....



   A Condição Humana (título original, em inglês: The Human Condition) de Hannah Arendt, publicado em 1958. Uma de suas principais obras teóricas, é um relato histórico, antropológico e filosófico da existência humana, nos faz refletir  sobre a  liberdade  e o totalitarismo, sobre o que é condição humana, quando as escolhas muitas vezes nos levam a banalização do mal. Afinal, por que escolhemos o que escolhemos ?  Por que julgamos? O que é um julgamento ?                                   
                                                         

    A Condição Humana de Hannah Arendt é uma obra filosófica que interpreta a modernidade como a era que colocou em perigo a condição mais básica da vida humana: a pluralidade. 

   A condição humana, segundo a autora, está relacionada a três atividades fundamentais - labor, trabalho e ação - relacionadas às condições básicas da vida.
   O labor é a atividade correspondente ao processo biológico do corpo humano, tem a ver com as necessidades vitais: assegura a sobrevivência do indivíduo e a vida da espécie.
   O trabalho permite a criação de objetos e a transformação da natureza, proporcionando a criação de um habitat distinto daqueles dos outros animais.
     A ação, por sua vez, é a única atividade que independe da medição da matéria e se relaciona com a condição humana da pluralidade. A ação é a única atividade da condição humana que só pode ser praticada com outros homens. Sendo assim, é a condição de toda a vida política do homem. Tem o poder de fazer com que o ele se integre à esfera pública, de fazer com que ele revele quem ele é e inicie novos processos, ilimitados e potencialmente eternos.
    O Homem, quando age, deixa de ser escravo das necessidades, deixa para trás o labor e o trabalho, para finalmente ser livre. 
   Agindo, ele desvincula-se do reino doméstico, o oikos e entra na pólis, no espaço político. A própria ação é a liberdade; por consequência, só se é livre enquanto se está em espaço público. Com a crescente apolitização dos homens, têm-se reduzido o espaço público e a ação, correndo-se o risco de um caminhar à escravidão voluntária.
       Em sua formulação, a pluralidade consiste numa síntese entre igualdade e diferença: todo ser humano é único, mas sua singularidade somente se constitui em uma teia de relações entre seres humanos iguais. No diagnóstico de Arendt, a modernidade coloca em perigo justamente a vida humana. Essa é a era da sociedade dos consumidores, em que as ferramentas, os objetos de arte e até mesmo os seres humanos são descartáveis. 
     O principal ensinamento de Hannah Arendt sobre a condição humana é que ela tem diversas facetas, de modo que ser humano não quer dizer apenas uma coisa fechada, mas uma série de coisas diferentes que, combinadas, formam uma pessoa.

      A reflexão, o pensar , a verificação de nossas vontades e desejos nos fazem estabelecer um dialógo socrático em busca de nós mesmos em meio a customização de nossa sociedade, que nos coloca muitas vezes como aqueles que querem adequar a polis aos seus desejos mais primitivos, de posse, de banalização do mal, e consumismo atroz. Eis a escolha : servidão voluntária ou liberdade de pensar, dialogar  democraticamente com direitos sociais , humanos e políticos propostos por uma Constituição ?

Biografia de Hannah Arendt
Hannah Arendt (1906-1975) nasceu no subúrbio de Linden, em Hannover, Alemanha, no dia 14 de outubro de 1906. Quando tinha três anos sua família mudou-se para a Prússia.
De origem judia, "Johannah Arendt".
Em 1924 ingressou na Universidade de Marburg, onde foi aluna de Martin Heidegger.
Em 1926 decidiu trocar de universidade, indo estudar na Universidade Albert Ludwig em Freiburg. Em 1928 se doutorou em Filosofia na Universidade de Heidelberg, com a tese “O Conceito de Amor em Santo Agostinho”.
Em 1929, Arendt ganhou uma bolsa de estudos e se mudou para Berlim, onde reencontra Günther Anders (pseudônimo de Günther Stern), que conhecera em Malburg, e se tornou seu primeiro marido. Em 1933, foi presa pela Gestapo e depois de passar oito dias na prisão, resolveu deixar seu país natal.
Hannah Arendt passou por Praga e Genebra, até chegar a Paris, onde permaneceu durante seis anos trabalhando com assistente social atendendo a crianças judias expatriadas.
Em 1940, casou-se com o professor de história da arte, o filósofo Heinrich Bluecher.
A ocupação da França pelos nazistas obrigou-a a novo exílio. Depois de uma estada em Portugal, conseguiu chegar aos Estados Unidos, onde fixaria residência.
 Sua morte  foi em 04/12/1975 ,aos 69 anos.

Obras
  Em 1951 naturalizou-se americana. Nesse mesmo ano, publicou “Origem do Totalitarismo”, obra que a tornou conhecida e respeitada nos meios intelectuais.

 Na obra, dividida em “Antissemitismo”, “Imperialismo” e “Totalitarismo”, ela procura analisar de que modo se forjou na Europa uma verdadeira máquina de destruição, capaz de levar ao horror do holocausto.
   Em 1961 publicou “Entre o Passado e o Futuro” quando afirma que a palavra e a ação, para se converterem em política, requerem a existência de um espaço que permita o aparecimento da liberdade.
   Em 1963, publicou “Eichmann em Jerusalém” que nasceu de uma série de artigos publicados na revista The New Yorker.
   Na obra, Hannah trata do julgamento do oficial da Alemanha nazista que entrou para a história como o administrador da “solução final”. O extermínio sistemático de judeus na II Guerra Mundial.
   Era ele quem organizava a logística das deportações em massa para campos de extermínio. Depois de se esconder na Argentina, foi levado para ser julgado em Jerusalém, onde foi condenado à morte na forca.

  

        
  Mulher forte, admirável !!



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