domingo, 18 de maio de 2014

Construindo pontes para a felicidade



        Quando  expressamos nossa alegria, quando  demonstramos espontaneamente a nossa satisfação e contentamento diante da vida, apesar de nossos conflitos existenciais, procurando ver nas experiências vividas possibilidades  de sermos  altruístas,  estamos expandindo nossa espiritualidade, estamos no caminho florescente  do processo de construção da felicidade, fazendo a ponte entre nossos conflitos internos e a busca terapêutica da saúde emocional.
      Desta forma somos gratos pelo existir, pois  elaboramos diálogos criativos com a vida e aprendemos na sinfonia da vida o nosso  lugar, o nosso tom, na orquestra cósmica e percebemos a sua importância como instrumento divino.
   A conquista da felicidade vem no aprendizado diário de  sabermos viver, aceitar e expressar nossos desejos e sentimentos, construindo  projetos de vida e empenhando-nos para realizá-los dentro dos princípios do aprender a conhecer-se, aprender a viver, aprender a ser e aprender a amar.  
    A felicidade no mundo é possível,  não estamos   na Terra somente para sofrer, lamentar-nos , mas para criarmos  condições para estabelecermos o resgate de nossa identidade cósmica, que se perdeu nos labirintos dos equívocos.
    O que nos faz sofrer, e nos afastar da felicidade de alguma forma, é a expectativa que temos para conosco e para com o próximo. Queremos sempre a perfeição do outro, queremos ser atendidos em nossos desejos, mas o outro não dá conta de preencher este espaço, porque o que eu quero  preenche algo que me remete ao significado e sentido que dou para esta possível completude. 
   Neste momento é importante pensarmos que precisamos traçar novas trajetórias para mudanças de comportamentos, canalizarmos nossa energia psíquica para o aprendizado do autoconhecimento e aceitação do outro naquilo que tem de diferente de mim, e não deixarmos que a ilusão de uma completude fora de mim venha  me fazer feliz. 
      Compreendendo essa sensação,  saberemos individualizar o  nosso universo pessoal, pois o que é motivo de felicidade para uns, pode ser de infelicidade para outros. É um sentimento que diferencia-se a cada instante tendo significados diferentes.
        Quando aprendemos a ser responsáveis pelas nossas próprias escolhas, assumindo  nossas culpas, erros e fracassos , e começamos a ter o gosto das conquistas das lutas internas, procurando entender nossos conflitos, passamos a desabrochar a nossa alegria transcendente, descobrindo que as nossas potencialidades irão   alavancar situações onde criaremos condições verdadeiras para uma  futura felicidade plena. 
     Quando paramos de correr atrás da felicidade ela  chegará bem  de mansinho. O grande paradoxo da felicidade é que a encontramos quando não a procuramos. 
   A ansiedade e o medo  que temos são processos inibidores que bloqueiam o nosso acesso as forças do nosso self, afastando-nos  destas novas realizações.
     Quanto mais caçamos a felicidade, mais ela foge do nosso alcance. 
      De fato, não há nada de errado em querermos ser felizes. Errado é a nossa insistência na  idéia fixa de que temos que ser feliz hoje e agora. 
      Mudando nossa percepção, olhando a felicidade como algo do ser, algo em processo, mais breve a alcançaremos. A felicidade chegará quando fizermos a transição deste estado ainda conflitivo  que vivemos para um estado mais equilibrado, harmonioso,  vencendo os grandes desafios existenciais .
    A felicidade é colheita de uma semeadura que atravessa  diversas existências.
   É uma busca diária, a cada segundo, deveríamos nos sentir mais próximos do Cosmos. Tanto recebemos Dele, a natureza é presente que nos encanta, está aí para nos servir, alegrar nossas manhãs com o sol, com a chuva, com o aroma das flores, com os alimentos que vão a mesa, das árvores que com sombras e frutos nos acolhem. 
   Tanto recebemos, que achamos que é dever do Cosmos nos provê, mas esquecemos de servir a  Vida.
   Tenho meditado muito sobre isso.
    
Jane  

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