sábado, 20 de junho de 2020

#CULTURA DA PAZ E PEDAGOGIA DA CONVIVÊNCIA

Construir a paz na casa comum | Jornal da Madeira

A preparação do Ano Internacional da Cultura de Paz, foi
lançado em 04 de março de 1999, em Paris. O Manifesto foi proclamado no ano de  2000  como o Ano Internacional da Cultura de Paz .

( Nações Unidas e a UNESCO).

E AGORA SÉCULO XXI ? 
VINTE ANOS DEPOIS......



     A Cultura de Paz está intrinsecamente relacionada à prevenção e à resolução não-violenta dos conflitos, baseada em tolerância, solidariedade e compartilhamento em base cotidiana, de uma cultura que respeita todos os direitos individuais e coletivos.  Bem como, a diversidade cultural, facilitando o diálogo inter-ético e intercultural .
     Sua proposta é o diálogo, a negociação, mediação de forma que questões conflituosas, guerras e violências sejam evitáveis.
   Em 1989, alguns meses antes da queda do muro de Berlim, durante o Congresso Internacional para a Paz na Mente dos Homens, em Yamassoukro (Costa do Marfim), que, pela primeira vez, a noção de uma "Cultura de Paz" foi expressa. Desde então, essa idéia tornou-se um movimento mundial.

    Em fevereiro de 1994, durante o primeiro Fórum Internacional sobre a Cultura de Paz, realizado em San Salvador (El Salvador), Federico Mayor , Diretor Geral da UNESCO, lançou o debate internacional sobre o estabelecimento de um direito da paz, esboçado na Declaração de Viena (1993), na qual foi afirmado que direitos humanos, democracia e desenvolvimento são interdependentes e reforçam-se mutuamente.
   Em 1995, os Estados-Membros da UNESCO decidiram que a Organização deveria canalizar todos os seus esforços e energia em direção à Cultura de Paz. 
  Na estrutura da  estratégia de Médio Prazo (1996-2001), um projeto transdisciplinar chamado "Rumo à Cultura de Paz" foi estabelecido. 
   No contexto desse projeto, ONGs, associações, coletividades, jovens e adultos, redes de jornalistas, rádios comunitárias e líderes religiosos de todo o mundo trabalhando em favor da paz, da não-violência e da tolerância estão ativamente empenhados em promover a  disseminação da Cultura de Paz.
   O Programa do século XXI pela Paz e a Justiça, Haia, Holanda, 1999. Conferência de Apelo de Haia pela Paz, que elaborou o  quatro pontos principais desenvolvidos pelo documento: 

1.O desarmamento e a segurança humana.
2. A prevenção, resolução e transformação de conflitos violentos. 
3.O direito e as instituições internacionais nos âmbitos humanitário e de direitos humanos.
4. As causas principais da guerra / a cultura de paz.

   Destes documentos, elaborados com o aporte da diversidade cultural, étnica, nacional , de gênero e religiosa do mundo inteiro, emergem os eixos e fundamentos da Cultura de Paz, a saber:
  Desenvolvimento Sustentável,
Direitos Humanas,
Democracia
Desarmamento,
      Esta  articulação permitirá implementar o projeto civilizatório da convivência enriquecedora, emancipatória e  solidária , sendo a paz e os direitos humanos indivisíveis, pois dizem respeito a todos.
    Criamos uma civilização que não respeita a vida, pois aprendemos a sujeitar a natureza aos nossos desígnios. Respeitá-la em todos os níveis é o inicio de uma cultura da paz. "Tudo que vive é o teu próximo", disse Gandhi. 
    Devemos desenvolver um amplo cuidado para com as crianças, com os idosos, com os pais e filhos, com a comunidade dos seres vivos, animais e vegetais, com o outro e com nós mesmos. A educação deve voltar-se para ensinar continuamente o respeito à vida.

    Hoje existe um amplo movimento mundial pela solidariedade humana, apesar de sermos ainda aprisionados pelo apego material, consumo  desvairado e desrespeito aos direitos humanos e sociais.
   A visão do Todo, deve ser nosso paradigma de convivência com o Outro e com o Planeta.
   Não há mudança possível sem perceber que pertencemos a uma espécie que deve se solidarizar com a vida, mudando a nossa visão antropocêntrica, egoíca, para uma visão holística da sociedade, que constrói pontes de diálogos sobre todas as diversidades possíveis.  
      O autor Jares Xesús, foi professor Catedrático de Didática e Organização Escolar da Universidade A Coruña, Espanha, fundou em 1986 o coletivo Educadores pela Paz da Nova Galega, faleceu em 2008. Coordenou diversos programas de Educação para Paz e Convivência. Deixou diversos livros : Educação para a paz: Teoria e prática; Educar para a paz e a esperança em tempos de globalização e Guerra preventiva e terrorismo.
     Ele propõe uma Pedagogia da Convivência  de caráter pedagógico para educadores sociais que leve os indivíduos às práticas educativas que suscitem relações sociais saudáveis, Segundo o autor, a educação para e a partir dos direitos humanos deve promover uma educação para a verdade e a convivência pacífica entre os seres humanos.
       Sabemos, que a educação é o caminho.
     Mas , infelizmente os fatos por aqui, deixam a desejar, de acordo trecho da  reportagem  abaixo do  Jornalista da UOL, sobre educação no Brasil.

"O investimento em educação no Brasil caiu 56% nos últimos quatro anos. Entre 2014 e 2018, diminuiu de R$ 11,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões. A projeção da Lei Orçamentária deste ano é que o valor seja ainda menor e fique em R$ 4,2 bilhões."      
   Fonte UOL, em Brasília. Guilherme Mazieiro. 02/05/2019
 Eu  fico com o poeta:
Mais uma vez -  Renato Russo
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança
Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem

Nenhum comentário:

Postar um comentário