ALÉM DE NOTÁVEL FILÓSOFA ALEMÃ, SEUS TEMAS SEMPRE ESTAVAM PRESENTE , NA FILOSOFIA, NA TEORIA POLÍTICA, LIBERDADE, JUDAÍSMO, TOTALITARISMO, BANALIDADE DO MAL, ENTRE OUTROS. PARA ALÉM DESTES TEMAS ELA GOSTAVA MUITO DE POESIA, E DEIXA SUAS REFLEXÕES E SENTIMENTOS VASCULHAREM O SUBTERRÂNEO DE SUAS EMOÇÕES.
Canção de verão
Através da abundância que amadurece no verão
Eu irei — e deslizarei minhas mãos,
Estenderei meus membros doloridos para baixo,
Em direção à terra escura e pesada.
Os campos que se inclinam e sussurram,
As trilhas nas profundezas da floresta,
Tudo exige um estrito silêncio:
Que possamos amar embora soframos;
Que nosso dar e nosso receber
Possam não contrair as mãos do sacerdote;
Que em quietude clara e nobre
Possa a alegria não morrer para nós.
As águas de verão transbordam,
O cansaço ameaça destruir-nos.
E perdemos nossa vida
Se amamos, se vivemos.
Perdida em autocontemplação
Quando olho minha mão —
Estranha coisa me acompanhando —
Estou então em nenhuma terra,
Por nenhum Aqui e Agora,
Por nenhum Que apoiada.
Então sinto que deveria desprezar o mundo.
Deixar o tempo passar se ele quiser
Mas não deixar que haja mais sinais.
Olhe, aqui está minha mão,
Minha e estranhamente próxima,
Mas ainda — uma outra coisa.
Será mais do que sou?
Terá um propósito mais alto?
Canção da Noite
E se profundamente nos cansamos,
No colo noturno da noite
Esperamos por um suave consolo.
No colo noturno da noite
Esperamos por um suave consolo.
Esperando, podemos perdoar
Toda dor, toda aflição.
Nossos lábios começam a se fechar –
Sem som o dia inicia sua ascensão…
Toda dor, toda aflição.
Nossos lábios começam a se fechar –
Sem som o dia inicia sua ascensão…
O amor é uma poderosa força antipolítica- TRECHO DE
"A CONDIÇÃO HUMANA", DE HANNAH ARENDT
“O amor, em virtude de sua paixão, destrói o ‘entre’, esse espaço que nos relaciona com outros e nos separa deles. Enquanto dura seu encanto, o único ‘entre’ que pode inserir-se no meio de dois amantes é a criança, o próprio produto do amor. A criança, esse ‘entre’ com que os amantes agora estão relacionados e mantêm em comum, é representativa do mundo onde ela também os separa; é uma indicação de que eles inserirão um novo mundo no mundo existente. Por meio da criança, é como se os amantes retornassem ao mundo do qual seu amor os expeliu. Mas essa nova mundanidade, resultado e único final possíveis de um caso de amor, é, num certo sentido, o final de um amor, que deve superar novamente os padrões ou ser transformado em outro modo de estar juntos. O amor por sua natureza não é mundano, e é por isso — não por raridade — que é não apenas apolítico, mas antipolítico, talvez a mais poderosa de todas as forças antipolíticas humanas.”
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