segunda-feira, 22 de junho de 2020

# PAULO FREIRE-.52 ANOS DA PUBLICAÇÃO "PEDAGOGIA DO OPRIMIDO" E 23 ANOS DE SUA MORTE.(2020) HOMENAGEM DO POETA THIAGO DE MELLO


Pedagogia do Oprimido - Capa Brochura - Paulo freireFreire dedicou seus 75 anos de vida à construção de métodos inovadores de educação, com foco na transformação social

2020 é o ano em que comemoramos os  52 (cinquenta e dois)  anos da publicação da "Pedagogia do oprimido" de Paulo Freire. 
Há 23 ( vinte três) anos  nosso  Paulo Freire morreu.

    Foi grande  educador brasileiro, autor de vários livros, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo. Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com     atuação e reconhecimento internacionais.

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E nossa Educação hoje ? Que será que ele falaria ? 

Amadeu Thiago de Mello nasceu em Barreirinha, Amazonas, em 30 de março de 1926.

Poesia de Thiago de Mello para Freire :
CANÇÃO PARA OS FONEMAS DA ALEGRIA

 A Paulo Freire

Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente para desfraldar
este canto de amor publicamente.

Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.

Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,

e pode ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas

são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis gerando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.


Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:


porque unindo pedaços de palavras
aos poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,

e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão

que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar — e de ajudar

o mundo a ser melhor
Peço licença
para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:

ele atravessa os campos espalhando
a boa-nova, e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte,

contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.

Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:

canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.


(Santiago do Chile, primavera de 1964.)
Thiago de Mello, Faz Escuro Mas Eu Canto, 1965.




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