Arrumando minhas pastas de estudos achei esta poesia de uma pessoa muito querida de meu coração, Renato Moretto , que faleceu em maio de 2009, em Campos dos Goytacazes/RJ . Fizemos o curso de Formação Psicanalítica Lacaniana na UFF, e tínhamos um jornalzinho que se chamava "O FURO", e no exemplar número 0 de 1998, Renato escreveu esta poesia abaixo. Ele era pediatra, amava a medicina. era um excelente professor , palestrante e tinha uma mente brilhante.
Minha singela gratidão pelas palavras amigas e firmes que sempre recebi dele.
Estamos por aqui de passagem. Eu Parto eu Volto.
Dor,
Parto.
Choro,
Vida.
Dor,
Parto,
Choro,
Morte.
Vida
E
Morte.
Dor,
Parto,
Choro,
Dor.
Dor Amor
Parto
Morte na Vida
Vida após morte.
Parto.
Volto.
Na dor,
No parto,
No choro
Da vida.
Na dor
Eu parto
No choro
Da morte.
Na vida
E
Na morte
Na dor
No parto,
No choro,
Na dor,
Na dor do amor.
Eu parto
Na morte da vida.
E
Na vida
Após a morte,
Eu parto.
Eu volto.
Assistindo hoje pela segunda vez o documentário "Margaret Mee e a flor da lua".
Me encantou sua forma serena de enfrentar as adversidades ambientais, e o próprio limite da idade, pois aos quase 80 anos estava em suas últimas expedições pela Amazônia, que ao total foram 15, defendendo seus ideais.
Fato único, foi o seu registro da Flor da Lua, na Amazônia, que desabrocha, floresce e morre em apenas uma noite.
Nos deixou através de sua pintura em aquarela os mais belos traços que conheço na representação de nossa flora, exuberante de beleza cores e delicadeza.
Seu amor pela natureza, o respeito aos nossos índios,aos animais, e suas denúncias de desmatamento na nossa Amazônia, já era anunciada e denunciada por ela desde início da década de 60.
Margaret Ursula Mee nasceu em Chesham, Buckinghamshire, Inglaterra no ano de 1909. Viveu 36 anos no Brasil,tornando-se uma artista-ilustradora botânica pelo Instituto de Botânica de São Paulo em 1958.
A partir de 1964, iniciou a sua pesquisa nas florestas tropicais brasileiras, em particular a floresta amazônica, onde realizou várias pinturas de plantas observadas e coletadas na região.
Criou quatrocentas pranchas de ilustrações botânicas em guache/aquarela, quarenta sketchbooks e quinze diários detalhados, produzidos entre 1956 e 1988, durante suas expedições.
As três publicações mais conhecidas do seu trabalho são “Flowers of the Brazilian Forests” (1968), “Flowers of the Amazon” (1980) e “In Search of Flowers of the Amazon Forest” (1988), (Franco, 2007).
Mee morreu na Inglaterra em 1988, em um acidente de automóvel.
Quando pensamos em elaborar um Projeto Social , muitos elementos precisam ser elencados para que atendamos a nosso público alvo com
eficiência e eficácia.
O planejamento é basicamente um processo de racionalidade. Ele nada mais é do que o exercício de racionalidade e ordenação das ações, inerente ao desenvolvimento do ser humano. Sendo assim, cotidianamente o utilizamos como processo de prospecção do futuro, a partir da nossa realidade
E assim pensando relacionamos alguns itens para pensarmos sobre a possibilidade de colocarmos em prática um desejo , um sonho que as vezes adiamos.
Quem sabe você, nós, tenhamos vontade de fazer um projeto social para nossa comunidade, escola, reforço escolar para crianças que vivem em vulnerabilidade social, um projeto de educação e saúde para pessoas envolvidas em adicção, moradores em situação de rua ou um projeto pessoal, para atingir as nossas metas ?
Basta uma idéia voltada para uma mudança social que muitos aparecem para abraçar a idéia.
Nossos limites são determinados por nossas crenças . Se acreditamos que somos capazes de fazer alguma coisa isto acontecerá, pois a sincronicidade nos envolve.
Enfim, pensar, planejar é uma alternativa salutar para sairmos do estado de zona de conforto e nos tornarmos mais pro ativos. Esperarmos o outro fazer é fácil, mas nós termos a iniciativa , e agregarmos pessoas aos nossos ideias é bem prazeroso.
O Estado... bem, muitos dirão é dever do Estado, atender aos seus cidadãos em seus direitos garantidos constitucionalmente pela Carta Magna. Sim, é verdade, mas entre a letra fria e as vezes inoperante, penso que UMA ATITUDE no exercício da ação solidária e planejada aquece muitos corações que estão em vulnerabilidade social e risco social , e o nosso sentido de cidadania floresce.
Há mais prazer em servirmos do que sermos servidos.
O planejamento necessita dos atos de reflexão-decisão-ação-reflexão, o que explica o planejamento social como uma "decisão a planejar".
1ª Construção do objeto;
2ª Estudo de situação;
3ª-Construção de referenciais teóricos
4ª-Levantamento de pressupostos;
5ª-Coleta de dados
6ª-Organização e análise; recursos financeiros,
7ª-Identificação de propriedade de intervenção;
8ª- Definição de objetivos e estabelecimentos de metas;
9ª-Analise de alternativas de intervenção; grupo de voluntariado
10ª-Planificação;
11ª-Implementação;
12ª-Implantação e execução;
13ª-Controle;
14ª-Avaliação;
15ª-Retomada do processo.
Mesmo que estas aproximações não se apresentem nesta sequência lógica, na prática. o importante é que todos precisam ser pensados e reavaliados.
"A visão hedonista sobre a existência humana tem levado multidões às alucinações de prazer, numa interpretação totalmente equivocada sobre a realidade do ser.
A descoberta do significado da vida é de relevante magnitude, porque dá sentido à luta e aos desafios que surgem frequentemente, convidando o indivíduo ao avanço e ao crescimento interior.
Esse sentido existencial é uma forma de religiosidade que deve possuir um alto significado motivador para que o indivíduo não desfaleça nos empreendimentos evolutivos.
Não raro acredita-se em significados meramente materiais como os objetivos de toda atividade humana.
Por certo, a conquista de valores imediatos produz estímulos internos, concitando ao prosseguimento dos esforços e à sua manutenção otimista. No entanto, serão aqueles subjetivos, nem sempre identificados pela forma e característica do convencional, que despertam e induzem ao prosseguimento de todos os sacrifícios.
Há quem, de maneira pessimista, assinale que a vida humana é uma infrutuosa experiência, na qual a dor e as transformações perturbadoras desempenham papéis significativos. Outros creem que o tédio e o desfalecimento que tomam conta dos indivíduos são responsáveis pela falta de metas legítimas, porque o ser humano é somente “um animal que pensa.” Nada obstante, a beleza, a arte, a cultura, a ciência, a solidariedade, os sentimentos humanitários, a fé religiosa demonstram que o ser humano é um incessante conquistador, que avança resoluto na busca do fim pelo qual anela.
Se não cultiva um ideal religioso, encontra-se desvinculado do Fulcro gerador de vida, e, desse modo, desfalece com mais facilidade, por encerrar na anóxia cerebral e, portanto, na morte orgânica, todos os objetivos existenciais, o que não deixa de ser um grande engano. Há, mesmo, nesse tópico, indivíduos que, em se vinculando aos ideais de engrandecimento humano, tornam-nos sua religião, na qual se realizam e desenvolvem outros contingentes de forças físicas, morais e psíquicas que os auxiliam nos enfrentamentos,’ tornando-os heróis internos, em si mesmos, vencedores de alto significado.
O Espírito humano é o mais elevado clímax da evolução antropos sócio psicológica na Terra. No entanto, não constitui a etapa final desse processo, porque novos investimentos lhe são oferecidos ou adquiridos, quando encerrando alguns ciclos de conquistas, abrem-se-lhe novas frentes para o próprio engrandecimento. Encontrando-se no campo objetivo da vida, crê-se que tudo deve ser considerado através dos padrões físicos, fisiológicos, materiais.
O ser humano, todavia, é um feixe de emoções por deslindar e desenvolver, de forma que se facultem estados interiores de bem-estar e de plenitude, que independem de coisas e de lugares, de circunstâncias e de posses.
Não se trata de uma questão filosófica ou teórica, mas de uma realidade existencial, na qual todo indivíduo experiência valores internos que lhe podem estimular ao autoconhecimento ou bloquear-lhe as percepções extrafísicas.
Inevitavelmente, vendo a vida como um amontoado de enigmas, certo aturdimento invade a pessoa, que parece desestruturada para os resolver, temendo ser vencida pela variedade dessas ocorrências inesperadas"....
TRECHO DO LIVRO : Triunfo Pessoal
Refletindo neste texto tão lindo, me veio a associação da Pirâmide de Maslow sobre as necessidades humanas:
Apesar de todas elas precisarem ser supridas, cada uma só pode ser transcendida a partir da fase anterior.
Afinal, Maslow afirma: “nem adianta falar em motivação e realização pessoal para uma pessoa que está, literalmente, lutando pela sua sobrevivência.”
Logo, o entendimento do significado existencial de cada um de nós , precisa adentrar no caminho do autoconhecimento e motivação para circular, movimentar-se para atender as nossas necessidades humanas, vivendo as nossas sombras, nossos conflitos, nossas vitórias, nossas relações familiares, afetivas, fazendo escolhas reconhecendo os rumos e possíveis saídas dos labirintos do inconsciente em direção do SELF.
2020 é o ano em que comemoramos os 52 (cinquenta e dois) anos da publicação da "Pedagogia do oprimido" de Paulo Freire.
Há 23 ( vinte três) anos nosso Paulo Freire morreu.
Foi grande educador brasileiro, autor de vários livros, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo. Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais.
E nossa Educação hoje ? Que será que ele falaria ?
Amadeu Thiago de Mello nasceu em Barreirinha, Amazonas, em 30 de março de 1926.
Poesia de Thiago de Mello para Freire :
“
CANÇÃO PARA OS FONEMAS DA ALEGRIA
A Paulo Freire
Peço licença para algumas coisas. Primeiramente para desfraldar este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor quando reparto o ramo azul de estrelas que em meu peito floresce de menino.
Peço licença para soletrar, no alfabeto do sol pernambucano a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e pode ver que dentro dela vivem paredes, aconchegos e janelas, e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo constelação de girassóis gerando em círculos de amor que de repente estalam como flor no chão da casa.
Às vezes nem há casa: é só o chão. Mas sobre o chão quem reina agora é um homem diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavras aos poucos vai unindo argila e orvalho, tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida no seu peito partida e repartida quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho não é a pena que paga por ser homem, mas um modo de amar — e de ajudar
o mundo a ser melhor Peço licença para avisar que, ao gosto de Jesus, este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando a boa-nova, e chama os companheiros a pelejar no limpo, fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos, mas cujo fel espesso não resiste a quarenta horas de total ternura.
Peço licença para terminar soletrando a canção de rebeldia que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer nos olhos do homem que aprendeu a ler.
A preparação do Ano Internacional da Cultura de Paz, foi
lançado em 04 de março de 1999, em Paris. O Manifesto foi proclamado no ano de 2000 como o Ano Internacional da Cultura de Paz .
( Nações Unidas e a UNESCO).
E AGORA SÉCULO XXI ?
VINTE ANOS DEPOIS......
A Cultura de Paz está intrinsecamente relacionada à prevenção e à resolução não-violenta dos conflitos, baseada em tolerância, solidariedade e compartilhamento em base cotidiana, de uma cultura que respeita todos os direitos individuais e coletivos. Bem como, a diversidade cultural, facilitando o diálogo inter-ético e intercultural .
Sua proposta é o diálogo, a negociação, mediação de forma que questões conflituosas, guerras e violências sejam evitáveis.
Em 1989, alguns meses antes da queda do muro de Berlim, durante o Congresso Internacional para a Paz na Mente dos Homens, em Yamassoukro (Costa do Marfim), que, pela primeira vez, a noção de uma "Cultura de Paz" foi expressa. Desde então, essa idéia tornou-se um movimento mundial.
Em fevereiro de 1994, durante o primeiro Fórum Internacional sobre a Cultura de Paz, realizado em San Salvador (El Salvador),Federico Mayor , Diretor Geral da UNESCO, lançou o debate internacional sobre o estabelecimento de um direito da paz, esboçado na Declaração de Viena (1993), na qual foi afirmado que direitos humanos, democracia e desenvolvimento são interdependentes e reforçam-se mutuamente.
Em 1995, os Estados-Membros da UNESCO decidiram que a Organização deveria canalizar todos os seus esforços e energia em direção à Cultura de Paz.
Na estrutura da estratégia de Médio Prazo (1996-2001), um projeto transdisciplinar chamado "Rumo à Cultura de Paz" foi estabelecido.
No contexto desse projeto, ONGs, associações, coletividades, jovens e adultos, redes de jornalistas, rádios comunitárias e líderes religiosos de todo o mundo trabalhando em favor da paz, da não-violência e da tolerância estão ativamente empenhados em promover a disseminação da Cultura de Paz.
O Programa do século
XXI pela Paz e a Justiça, Haia, Holanda, 1999. Conferência de Apelo de Haia pela Paz, que elaborou o quatro pontos principais desenvolvidos pelo documento:
1.O desarmamento e a segurança humana.
2. A prevenção, resolução e transformação de conflitos violentos.
3.O direito e as instituições internacionais nos âmbitos humanitário e de direitos
humanos.
4. As causas principais da guerra / a cultura de paz.
Destes documentos, elaborados com o aporte da diversidade cultural, étnica, nacional ,
de gênero e religiosa do mundo inteiro, emergem os eixos e fundamentos da Cultura de
Paz, a saber:
Desenvolvimento Sustentável,
Direitos Humanas,
Democracia
Desarmamento,
Esta articulação permitirá implementar o projeto civilizatório da
convivência enriquecedora, emancipatória e solidária , sendo a paz e os direitos humanos indivisíveis, pois dizem respeito a todos.
Criamos uma civilização que não respeita a vida, pois aprendemos a sujeitar a natureza aos nossos desígnios. Respeitá-la em todos os níveis é o inicio de uma cultura da paz. "Tudo que vive é o teu próximo", disse Gandhi.
Devemos desenvolver um amplo cuidado para com as crianças, com os idosos, com os pais e filhos, com a comunidade dos seres vivos, animais e vegetais, com o outro e com nós mesmos. A educação deve voltar-se para ensinar continuamente o respeito à vida.
Hoje existe um amplo movimento mundial pela solidariedade humana, apesar de sermos ainda aprisionados pelo apego material, consumo desvairado e desrespeito aos direitos humanos e sociais.
A visão do Todo, deve ser nosso paradigma de convivência com o Outro e com o Planeta.
Não há mudança possível sem perceber que pertencemos a uma espécie que deve se solidarizar com a vida, mudando a nossa visão antropocêntrica, egoíca, para uma visão holística da sociedade, que constrói pontes de diálogos sobre todas as diversidades possíveis.
O autor Jares Xesús, foi professor Catedrático de Didática e Organização Escolar da Universidade A Coruña, Espanha, fundou em 1986 o coletivo Educadores pela Paz da Nova Galega, faleceu em 2008. Coordenou diversos programas de Educação para Paz e Convivência. Deixou diversos livros : Educação para a paz: Teoria e prática; Educar para a paz e a esperança em tempos de globalização e Guerra preventiva e terrorismo.
Ele propõe uma Pedagogia da Convivência de caráter pedagógico para educadores sociais que leve os indivíduos às práticas educativas que suscitem relações sociais saudáveis, Segundo o autor, a educação para e a partir dos direitos humanos deve promover uma educação para a verdade e a convivência pacífica entre os seres humanos.
Sabemos, que a educação é o caminho.
Mas , infelizmente os fatos por aqui, deixam a desejar, de acordo trecho da reportagem abaixo do Jornalista da UOL, sobre educação no Brasil.
"O investimento em educação no Brasil caiu 56% nos últimos quatro anos. Entre 2014 e 2018, diminuiu de R$ 11,3 bilhões para R$ 4,9 bilhões. A projeção da Lei Orçamentária deste ano é que o valor seja ainda menor e fique em R$ 4,2 bilhões."
Fonte UOL, em Brasília. Guilherme Mazieiro. 02/05/2019
Mas é claro que o sol Vai voltar amanhã Mais uma vez, eu sei Escuridão já vi pior De endoidecer gente sã Espera que o sol já vem
Tem gente que está do mesmo lado que você Mas deveria estar do lado de lá Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe amar Tem gente enganando a gente Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende Se você quiser alguém em quem confiar Confie em si mesmo Quem acredita sempre alcança
Mas é claro que o sol Vai voltar amanhã Mais uma vez, eu sei Escuridão já vi pior De endoidecer gente sã Espera que o sol já vem
Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena Acreditar no sonho que se tem Ou que seus planos nunca vão dar certo Ou que você nunca vai ser alguém
Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc, Polônia, região então pertencente ao Império Russo, no dia 5 de março de 1871.
Seu nome em polaco é Róża Luksemburg e em alemão Rosa Luxemburg.
Era filósofa, economista e militante política,obteve cidadania alemã casando-se, em 1897. Morre assassinada em 15 de janeiro de 1919, com um tiro e jogada nas águas frias de inverno do rio Spree, em Berlim, com 47 anos.
Debates contemporâneos retomam algumas das questões discutidas pela militante polonesa, como a obsessão pela liberdade individual e coletiva, a defesa enérgica do espaço público contra a burocracia e o controle popular.
Rosa,sempre foi uma grande defensora das liberdades democráticas.Ela viveu a infância e a adolescência na Polônia dominada pelo império Russo czarista e sabia muito bem como era uma vida sem liberdade de imprensa, de associação, de reunião, sem liberdade religiosa e sem direitos de nenhuma espécie para os trabalhadores e para as mulheres.
Ela enfrentou todos os obstáculos sendo mulher, sendo imigrante, sendo judia.
Por ser tratar de uma herdeira da teoria de Marx, a elaboração teórica de ROSA LUXEMBURGO se concentra na crítica ao modo de produção capitalista e suas contradições.
O discurso de Rosa Luxemburgo trata da questão de como o capitalismo gera, necessariamente, a desigualdade entre classes, indivíduos e países. Ela escreve que, a partir de um modelo de produção racista e sexista, o capitalismo perpetua-se, com a finalidade de acumular indefinidamente. Para isso, destrói vínculos sociais e a natureza, e se sustenta com base na exploração dos trabalhadores.
No mês de janeiro de 2019, completou 100 anos da morte de Rosa (15/01/1919)pela primeira vez em português, a biografia de Rosa Luxemburgo, escrita por Paul Frölich e publicada originalmente em 1939, é publicada no Brasil com co-editoria das editoras Boitempo e editora Iskra.
Para a historiadora Diana Assunção, autora do prólogo de “Rosa Luxemburgo: pensamento e ação”, o título do livro sintetiza o legado da comunista. "Gosto muito desse nome porque é justamente isso. Quando falamos obra, não estamos falando somente dos livros que ela elaborou, mas da obra de vida dela. Da ação. Como o pensamento dela, seu desenvolvimento, se materializou em ação concreta, construindo organizações revolucionárias, lutas políticas, combates concretos, participação em processos revolucionários”,
Assim como para a totalidade da classe trabalhadora, a filósofa acreditava que a emancipação feminina se daria apenas pela mãos das mulheres. Rosa Luxemburgo também argumenta que o capitalismo precisa da desigualdade entre homens e mulheres para se reproduzir."
Frases de Rosa Luxemburgo
# Liberdade somente para os partidários do governo não é liberdade. Liberdade é sempre liberdade daquele que pensa de modo diferente.
# Liberdade não é um artigo de luxo, um bem etéreo, desconectado da economia. Liberdade funciona, pois a criatividade é filha da crítica.
# A massa não é apenas objeto da ação revolucionária, é sobretudo sujeito.
# Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.
# Reformas isoladas serão perdidas assim que as classes dominantes virem seus interesses ameaçados e eliminarem essas reformas.
*
Nada mais contemporâneo e necessário, que pararmos para pensar e resignificar o modelo capitalista que vivemos hoje.
Importante que os meios de comunicação abram espaços para reflexão, para os debates democráticos , naturalmente pacíficos e
baseados no diálogo, na informação isenta de partidarismos,mas que o bem comum prevaleça e a ética floresça.
Um novo paradigma precisa emergir.
*
ESTAÇÃO METRÔ- BERLIM. Na praça Rosa Luxemburgo em sua homenagem.
Tempo de água ciclos surgindo riscando a orla emoções na janela Espera de um amor nuvens de esperança orbitam chuvas de espanto, ventos fortes chegando homens hibernam para renovar a vida grãos de mostarda. Inverno.
Tempo de fogo chama crispante sol reabilitando sementes , estrelas já brilham na despedida do sol, argila no forno, consciência se libertando do ócio ao vaso pintado Alquímia Verão. Tempo de terra trigo, pão, gravetos nas mãos folhas rodopiam coragem para viver escolhas , fertilidade embriões no laboratórios de vivências. Outono.
Tempo de ar oxigênio aprisionado olhos para o céu pássaros polinizam procurando sustentabilidade minutos de reflexão corpo livre Primavera
Tempo de lapsos Tempo de meditação Tempo de transfixar Tempo de incompletudes
Liebe-Love-Amour-Amore-Amor
Todas as línguas todos os homens diversos tempos, diferentes elementos breves corpos, do sal a terra.
Pawel Kuczynski é um ilustrador polonês especialista em desenhos gráficos. Nasceu em 1976 na cidade de Szczecin.
Suas obras fazem uma crítica social de forma profunda , realista, com conteúdos de linguagem metafórica bem interessante.
Sua arte nos revela aspectos da desigualdade social; política; meio ambiente; guerras , redes sociais, e uma criatividade incrível, impactante, denunciando silenciosamente com cores , mas escrevendo em nosso olhar um STOP ! Reflita !
ALÉM DE NOTÁVEL FILÓSOFA ALEMÃ, SEUS TEMAS SEMPRE ESTAVAM PRESENTE , NA FILOSOFIA, NA TEORIA POLÍTICA, LIBERDADE, JUDAÍSMO, TOTALITARISMO, BANALIDADE DO MAL, ENTRE OUTROS. PARA ALÉM DESTES TEMAS ELA GOSTAVA MUITO DE POESIA, E DEIXA SUAS REFLEXÕES E SENTIMENTOS VASCULHAREM O SUBTERRÂNEO DE SUAS EMOÇÕES.
Canção de verão
Através da abundância que amadurece no verão
Eu irei — e deslizarei minhas mãos,
Estenderei meus membros doloridos para baixo,
Em direção à terra escura e pesada.
Os campos que se inclinam e sussurram,
As trilhas nas profundezas da floresta,
Tudo exige um estrito silêncio:
Que possamos amar embora soframos;
Que nosso dar e nosso receber
Possam não contrair as mãos do sacerdote;
Que em quietude clara e nobre
Possa a alegria não morrer para nós.
As águas de verão transbordam,
O cansaço ameaça destruir-nos.
E perdemos nossa vida
Se amamos, se vivemos.
Perdida em autocontemplação
Quando olho minha mão —
Estranha coisa me acompanhando —
Estou então em nenhuma terra,
Por nenhum Aqui e Agora,
Por nenhum Que apoiada.
Então sinto que deveria desprezar o mundo.
Deixar o tempo passar se ele quiser
Mas não deixar que haja mais sinais.
Olhe, aqui está minha mão,
Minha e estranhamente próxima,
Mas ainda — uma outra coisa.
Será mais do que sou?
Terá um propósito mais alto?
Canção da Noite
E se profundamente nos cansamos, No colo noturno da noite Esperamos por um suave consolo.
Esperando, podemos perdoar Toda dor, toda aflição. Nossos lábios começam a se fechar – Sem som o dia inicia sua ascensão…
O amor é uma poderosa força antipolítica- TRECHO DE
"A CONDIÇÃO HUMANA", DE HANNAH ARENDT
“O amor, em virtude de sua paixão, destrói o ‘entre’, esse espaço que nos relaciona com outros e nos separa deles. Enquanto dura seu encanto, o único ‘entre’ que pode inserir-se no meio de dois amantes é a criança, o próprio produto do amor. A criança, esse ‘entre’ com que os amantes agora estão relacionados e mantêm em comum, é representativa do mundo onde ela também os separa; é uma indicação de que eles inserirão um novo mundo no mundo existente. Por meio da criança, é como se os amantes retornassem ao mundo do qual seu amor os expeliu. Mas essa nova mundanidade, resultado e único final possíveis de um caso de amor, é, num certo sentido, o final de um amor, que deve superar novamente os padrões ou ser transformado em outro modo de estar juntos. O amor por sua natureza não é mundano, e é por isso — não por raridade — que é não apenas apolítico, mas antipolítico, talvez a mais poderosa de todas as forças antipolíticas humanas.”